terça-feira, 21 de julho de 2015

Esclarecimentos importantes aos leitores amigos e aos desafectos

Meu Portugal é bem maior que o do mapa. 
Não me contento em servir estrangeiros ou ganhar salário!

Algumas reacções, ou melhor, uma reacção particular às recentes decisões me reforçou a convicção em reformular a actuação a nível de intervenção política. Para explicar os fundamentos da mudança, antes de a expor, nada melhor do que meter alguns pontos nos is para que os imbecis, e as imbecis, não venham mais cá deixar comentários indignos da excelência dos leitores habituais do blogue, e para dar algumas satisfações aos meus amigos, que pouco ou quase nada sabem de mim pois sou taciturno em temas de família.

Nasci no Brasil, na cidade de Santos, e lá vivi até completar 17 anos, altura em que me transferi para Coimbra. Estou prestes a completar 39 anos, tendo vivido sempre em Portugal, à excepção de uns três anos e meio, tempo em que estudei nas universidades de Bolonha, Siena, Salamanca e Estraburgo e residi, por longos períodos, em Amsterdão, que pude conhecer para lá dos estereótipos que para lá atraem a escumalha da terra, conhecendo círculos bastante interessantes e que me abriram os olhos para muitas coisas a respeito do mundo real


Da parte da minha mãe, nascida em Arouca, sou inteiramente português europeu, sabendo inclusive que, por via da sua bisavó materna, dela herdei o sangue de Dom João II, por um ramo bastardo. Desse ramo, ainda sou herdeiro de algumas terras que não ficaram para outros tios e primos. De uma das tais terras, que formavam uma enorme extensão nos arredores de Arouca, temos em nossa posse um documento do primeiro quartel do século XVII que mostra que bem antes da minha família a ter adquirido, após a victória dos liberais, já a arrendava ao convento de Arouca para cultivo. Durante a febre do Volfrâmio, meu avô e o meu bisavô abriram minas nas suas terras e com os recursos abriram uma estrada que rentabilizou uma propriedade isolada, mas cheia de potencial, e hoje serve a população local. 

Da parte do meu pai, nascido em Vila Real de Santo António, descendo de espanhóis. O meu Velasco tem origem em Villanueva de los Castillejos, onde até hoje existem os moinhos que pertenciam à minha família e foram perdidos pelo meu avô, já nascido em Portugal. Meu bisavô para cá veio e fundou fábricas de sabão, conserva e até mesmo de refrigerantes. Em minha casa, guardamos ainda alguma publicidade da tal fábrica de refrigerantes e até uma caldeira de aço inoxidável que hoje apenas ocupa espaço, mas à qual desejo um dia dar um bocado mais de atenção. 

Não vou contar o que se passou desde então, afinal, isso daria, e não estou a usar um lugar-comum, um livro. Por razões políticas e infortúnios, meus avós perderam quase tudo, e tais razões explicam em parte a deslocação dos meus pais para o Brasil, onde se conheceram. Porém, tal não constitui por si apenas o fundamento do meu sentimento de portugalidade, e nem o meu apego pelo Brasil, apego que hoje me traz mais sofrimento do que alegria. Para além de pertencer a famílias com uma concepção imperial do mundo, ou seja, que mantiveram sempre contacto com a sua terra de origem, mas olhavam para fora da Europa sem temor, o estudo da história me levou ao legitimismo, e o meu legitimismo me faz sentir - e não apenas concordar com a ideia - que a legitimidade foi quebrada no momento em que os mesmos grupos que actualmente são instrumentalizados para nos submeter aos ditames do cartel bancário anglo-sionista conseguiram destruir o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, fomentando a discórdia mesquinha que precede a traição nas duas margens do Atlântico.

Sendo assim, não posso considerar certos comentários imbecis como outra coisa, no caso de serem mais do que simples comentários imbecis, que não incitações ao crime de lesa-pátria. No momento em que um sujeitinho qualquer me considera estrangeiro e renega a minha portugalidade, nada mais faz do que se afirmar partidário das ilegítimas Cortes de Lisboa. É o mesmo tipo de ralé que a partir do 25 de Abril aplaudiu o passo final da destruição de Portugal, a entrega dos territórios africanos aos senhores do mundo, e depois atirou pedras aos portugueses africanos, agora rotulados de "retornados". 

Ainda que não esteja seguro de ter conseguido me explicar a certos energúmenos com sérias dificuldades cognitivas, e transtornados a nível psicológico e moral, avanço agora para a exposição das tais mudanças. Faço questão de deixar claro que a minha posição em relação a cargos políticos e electivos, e afirmo isso com um quadro foralista em mente, é a seguinte: sou contra que portugueses não nascidos no Portugal europeu ocupem tais posições no Portugal europeu, da mesma forma que sou contra que portugueses europeus os ocupem em território americano. A experiência histórica mostra que é melhor assim e as reacções dos idiotas, como a da leitora anónima que me sugeriu o "retorno ao Brasil", acabam por servir de alerta em relação aos perigos que daí podem surgir. Vou ainda mais longe. A nível dos cargos políticos e electivos nos municípios, sou favorável à adopção da mesma salvaguarda, reservando-se tais cargos apenas para os nascidos no próprio município, mas tal medida deve ser adoptada, ou não, por cada município.

Portanto, para que fique claro que não tenho ambições políticas para além de dar o meu auxílio, e o meu conselho, à restauração, reformulo o meu discurso a partir de agora não mais escrevendo em nome de nenhum movimento legitimista, o qual tenho a esperança de que venha nascer e ao qual prestarei ajuda, mas apenas em meu nome, como simples sujeito que sabe umas coisinhas e nasceu com VISÃO, escapando ao mundinho ridículo das pessoas que regulam o que os outros fazem - ou dizem - a partir de conceitos ridículos, que tanto agradam as rameiras de salão de chá, como o "bom tom", conceito cuja própria sonoridade é tão nauseante quanto a palavra francesa bonbon, e não é acaso...

Quem acompanha o blogue sabe que me sinto confortável ao abordar a política internacional, a história e a economia, e que nas áreas em que não possuo domínio, sei buscar ajuda de quem tem (e escolho muito bem). Sabe que jamais me deixo levar, como a maioria dos que escrevem em blogues, pela pauta dos jornais, e que não fico preso ao passado sem trazer alguma coisa de útil ao presente, como é habitual em blogues monárquicos. Sabe que não tenho receio de abordar nenhum tema a partir de perspectivas invulgares, e que jamais deixei de me corrigir quando era caso disso. Sabe que não me agarro a autores, ou líderes, como um adolescente, que não cuido muito dos meus textos, por vezes os publicando depois de os escrever e remendar à pressa, pois sinto que me dirijo a pessoas inteligentes que sabem que não estou escrevendo uma tese académica, e que não estou minimamente interessado em fazer extensas citações de autores e obras, a não ser quando é realmente necessário, ou reproduzir textos que soem complicados para parecer culto. 

Minhas opiniões também vão aos poucos sendo moduladas, de acordo com a absorção dos factos que vou descobrindo, mas jamais foram súbitas e inesperadas. Vladimir Putin, para dar um exemplo, é um estadista que admiro, mas sem sempre foi assim. Da mesma forma, já admirei os Reagans e as Thatchers do mundo, e até já defendi Israel, quando imaginava que era possível desvincular aquela nação do sionismo e a usar como uma espécie de porta-aviões do Ocidente no meio da mourama. Já acreditei na sinceridade de Olavo de Carvalho, e na sua excelência, e também já fui um sincero defensor de Dom Duarte Pio e dos Orleans e Bragança. 

Não tenho nada a esconder e até peço para que investiguem a minha vida e saibam como vivo e como vivi. Tenho orgulho da minha caminhada e os meus erros foram sempre uma oportunidade para que depois mostrasse o meu lado melhor, não em palavras, mas sim em acções. Quanto à leitora que deseja me expulsar do Portugal europeu, podemos fazer um acordo. Faça uma boa proposta pelas propriedades da minha família e eu vou viver para uma ilha tropical, quem sabe Cabo Verde. Aquilo, para mim, também é Portugal, e o clima me agrada. Eu, em qualquer lado, sobrevivo e começo alguma actividade productiva, sem esperar que um emprego caia do céu. Já a leitora, posso garantir que, naquelas terras de onde meus antepassados tiraram tantos proveitos, vai morrer de fome, como qualquer urbanóide afrancesado dependente da ficção criada e administrada por Bruxelas...  

7 comentários:

  1. Genes de Arouca!
    - Faca nele! ;)
    Do melhorio, gente de trabalho a sério, na agricultura e silvicultura, tão perto do mar (e tão longe). Gente sensata, civilizada e de bom gosto e uma visita ao centro de Arouca mostra logo isso.
    E eu não sou de Arouca mas de lá perto, mas que muito aprecia essa terra, e que recomenda os meus amigos que em Arouca se "melindrem"! ;)

    Carlos, vou dizer-te a importância que tens para mim: saber que tens este blogue é quase a mesma coisa quando eu olho para as nossas verdadeiras bandeiras quando estou desanimado com esta porra. Que há gente que pensa, e que valoriza aquilo que nos eleva como pessoas e Portugueses (independentemente do respectivo continente).

    Permite-me, contudo, umas observações. Será que não estamos a cair no erro de escolher mal as tacticas de combater o nosso inimigo? Parece-me inevitável o desânimo que sentirás (ou sentimos) ao não ver grandes progressos no nosso combate (mas a coisa vai indo, mas de forma descontrolada e inconsciente!) Parece-me também que a culpa disso será também um pouco nossa quando escolhemos as mesmas armas e tácticas o inimigo e, assim, vamos de encontro aos meios e tácticas inimigas que nos esmagam. Creio que tenhamos que escolher formas de negar as vantagens dos nosso inimigos e tirar partido daquilo no qual nós somos superiores.
    Como combater a subversão cultural?
    Não sei se é exemplo, mas, como é que o cristianismo passou de mera religiãozeca perseguida a religião de estado do Império Romano?
    Por aquilo que vejo, o ser-se Português é muito, muito mais importante do que se supõe para o futuro da humanidade (e por isso que sempre foi atacado), e ao falar de ser-se Português falo de algo muito maior que o mero bairrismo chauvinista próprio e natural de qualquer país e que transcende (e muito) o local de origem.

    Carlos, "Isto" vale a pena. Mesmo. Contudo, na minha humilde opinião, combatendo com as armas e tácticas dos outros não vamos lá, e apenas assistiremos a mais uma sucessão de desilusões e energias perdidas, de estar sempre a lutar contra a corrente. Se calhar, em vez de lutar contra a corrente, haverá que mudar o leito do rio.

    Entretanto, enquanto não se decide um rumo, estás feito ao bife (ou no teu caso à posta) e tens que segurar a Verdadeira Bandeira do alto do teu "Pedro Velho" ou da tua Senhora da Mó.
    E considero ser já um feito admirável!
    Portanto, calma e perseverança. Nisso bate-nos aos pontos, e como tal, se demonstra ser verdadeiro o teu destino de porta-bandeira.

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    1. Caro Pedro,

      Muito obrigado pelo constante apoio e pelas palavras simpáticas. Vamos fazemos o possível com os nossos poucos recursos. Já temos massa crítica para montar a rede, mas será preciso que todos entendam a importância de se compreender e combater a gnose para evitarmos o que têm sido o nosso erro desde há muito, que é sermos permeáveis à infiltração, consequência da nossa ingenuidade em relação a tudo o que se faça passar por anti-moderno e tradicionalista. Estudando a história e pensando na experiência presente, é fácil concluir que quando nos abrimos aos gnósticos, encantados pelos fragmentos do seu pensamento onde se ataca a modernidade, abrimos as portas da cidadela ao inimigo. Não nego que haja tipos encantados pela gnose que sejam sinceros patriotas, mas mesmo esses não passam de idiotas úteis. São os que acabam na vala comum, como heróis. Os outros, são os que depois arranjam empregos na alta banca ou fundam clubes onde se reúnem os donos do mundo;)

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  2. Muito bom, e com um final melhor ainda, hahaha, Parabéns

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  3. Só o grande Olavo de Carvalho poderá salvar o mundo da maçonaria, sionismo e comunismo.

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  4. Carlos, vc poderia explicar ou desenvolver mais o que aprendeu de interressante em Amsrterdan em circulos que lhe abriram os olhos? Pois a imagem q tenho dos holandeses e de um nbando de alienados

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