terça-feira, 30 de outubro de 2018

Ana Caroline Campagnolo deixa claro o que é o olavismo


Ana Caroline Campagnolo: sempre com um pau na mão.



A deputada recém-eleita Ana Caroline Campagnolo é uma velha conhecida minha. Olavette dos quatro costados, foi uma das mais activas difamadoras da minha pessoa nos últimos cinco anos. Agora, finalmente, ganha o direito a aparecer aqui como uma das intelectuais formadas no curso online de filosofia de Olavo de Carvalho, o tal que vai restaurar a alta cultura no Brasil.

Antes mesmo de assumir o cargo, já demonstrou ao que veio: 


Enfim, o guru da Virgínia deve estar orgulhoso da sua criação. Entendeu bem o que significa a guerra cultura e que ela depende da conquista de posições através da expulsão dos "comunistas", o que, como já explicamos, significa qualquer um que discorde do guru no léxico olaviano. Enfim, há vários anos, no trueoutspeak e no seu curso online, Olavo rasgava elogios ao Comando de Caça aos Comunistas, exaltando a coragem dos mesmos e a contrastando com uma suposta covardia dos vermelhos. Infelizmente, poucos o levaram a sério e, se o processo não for interrompido, o resultado será desastroso.

 



domingo, 28 de outubro de 2018

Portugal: a vítima ideal para o olavo-bolsonarismo




Quanto ao que têm escrito os jornalistas, investigadores e políticos portugueses a respeito do que se passa no Brasil, com raras excepções, posso vos assegurar que não chega perto do que é fundamental. Darei um exemplo. No texto que se segue, lançado em fins de 2013, pouco depois das "Manifestações dos 20 Centavos", acção clara de desestabilização e guerra psicológica na linha do que vinha acontecendo desde as "primaveras", se prepara o público católico, através de um padre ligado a Olavo de Carvalho cujo público é algo em torno de 2-5 milhões de indivíduos (que por sua vez tem influência sobre algumas dezenas de milhões), para a histeria anti-comunista que abre terreno para o "olavismo redemptor": 




Nada disso é conhecido do "establishment" local, e a informação nem sequer será compreendida se não estudarem a "conexão romena" e o "pensamento" de Olavo de Carvalho, e muito menos a importância do marianismo, e Fátima em particular, nessa farsa. Com isso, acho dá para se perceber o potencial destruidor do olavismo no mundo católico, facto que não passará despercebido de Steve Bannon, envolvido discretamente na campanha de Bolsonaro e já presente em Itália, onde está em vias de abrir uma academia político-religiosa com apoio do actual governo e de sectores da Igreja católica.


Se quiserem combater o mal, é melhor que conheçam de facto o que se passa ao invés de perderem tempo a escrever artigos idiotas ao nível de um Prós e Contras. Não se trata de uma escolha, mas sim de um dever.

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Eleições no Brasil: Ingerência externa descarada e guerra psicológica em curso




 O que Hillary não daria para ter um documento semelhante assinado por um deputado russo!


Os últimos dias foram pródigos em notícias bombásticas:



O general Heleno, no qual cheguei a depositar esperanças há alguns anos apesar do seu discurso âmbiguo, e a deputada Joice Hasselman, velha conhecida nossa, são, para além do guru de Bolsonaro, Olavo de Carvalho, os mais estridentes divulgadores destes boatos ridículos que ofendem a inteligência de todos os brasileiros, expõe o país ao ridículo internacional e, pior ainda, mostram a que grau chegou a ingerência externa na campanha presidências brasileiras, que já nem tentam esconder. O alerta teria sido dado por agentes de Israel e recentemente foi repetido por um congressista americano num comunicado convenientemente tornado público e amplamente divulgado! E como se isso não bastasse, a mesma Joice Hasselman divulgou a poucos dias que o PT organizará um falso atentado contra Haddad do qual foi supostamente informada por fontes da inteligência do exército, envolvendo uma instituição pilar da soberania numa farsa com intuitos criminosos. 

Caros, lembrem do que se passou na última eleição americana, quando, por muito menos e sem nenhum indício para além de circunstâncias suspeitas, acusaram a Rússia de ingerência na campanha eleitoral americana em favor de Trump, acusação que, se fosse provada, levaria ao impeachment. Pois bem, no caso brasileiro nem é preciso procurar pelas provas. Elas nos foram entregues pelo congressista Dana Rohrabacher e pela senhora Joice Hasselman, e depois confirmadas pela palavra do general Augusto Heleno. O Brasil está a ser alvo de uma campanha de desestabilização que passa pela guerra psicológica, mas o que mais me choca é um general de reserva do seu próprio exército se colocar ao serviço do inimigo. Será preciso fazer um desenho para explicar a gravidade da situação?


quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Os militares brasileiros que se cuidem

 
Sem poder, já excomungou um Papa e acusou os generais de comunismo e covardia...


Depois de quatro décadas perdidas, o Brasil está prestes a eleger mais um imbecil, Jair Bolsonaro, e corre o risco de descarrilar de vez. Sei que os militares estão preocupados, apesar de alguns, com menos cérebro, terem aderido à campanha bolsonarista com entusiasmo, e farão de tudo para limitar os danos, porém, é bom que tenham em mente que foram colocados numa situação difícil e que o insucesso de Bolsonaro, que foi promovido por interesses externos cujo objectivo é a desestabilização do Brasil, trará desaprovação contra as forças armadas pois o que conta é a percepção popular, que as associa à mesma. Existe um real perigo de "argentinização" decorrente daí, e espero que os comandantes militares estejam cientes disso, e de qual seria o impacto disso na já relativa e frágil soberania brasileira.

Por outro lado, para além dos riscos que nascem da polarização, que continuará a aumentar, e do desgaste do governo, que o tornará cada vez mais impotente e indefeso perante uma oposição que usará todos os meios para pressionar e retirar Bolsonaro do poder, cuja presidência começará com um défice de legitimidade num quadro de piora da economia internacional e de turbulência política em vários países vizinhos, com destaque para a Venezuela, a acção externa de desestabilização continuará e o Brasil está completamente indefeso em relação a este perigo, o que pode despoletar vários cenários. E alguns, como bem sabem os leitores do blogue, são terríveis.

Espero e creio que tudo isso já tenha sido equacionado pelos comandantes militares, e que haja um bom plano, ou melhor, bons planos para as várias possibilidades abertas. Porém, ainda que seja assim, e ainda que saiba que os militares estejam cientes a respeito de quem é o guru de Jair Bolsonaro, Olavo de Carvalho, espero que tenham estudado os métodos usados por este incendiário e compreendam que de nada adiantarão todos os esforços deles, mesmo em caso de sucesso, se deixarem que este criminoso tenha influência sobre o Ministério da Cultura ou o Ministério da Educação, afinal, é isso que ele persegue para multiplicar um rebanho de algumas dezenas de milhares de fanáticos para algo em torno das centenas de milhares ou de alguns milhões. Se, ainda "pequeno", Olavo conseguiu fazer com que o bolsonarismo saísse da sua bolha e se expandisse para outros grupos de direita próximos, ganhando destaque na campanha que levou ao impeachment e se colocando numa trajectória ascendente que despertou as atenções dos investidores interessados em cavalos de corrida presidenciáveis, saltando a partir daí, é fácil imaginar onde pode chegar o "olavismo" com este sucesso. E o insucesso de Bolsonaro pouco contará nesse caso pois o guru é especialista em queimar personagens incómodos para se livrar de eventuais culpas. A coisa mais fácil para o guru é convencer, em tal caso, que Bolsonaro errou por não ter seguido seus conselhos, traindo os seus ideais. O mesmo pode fazer em relação às forças armadas, que culpa de fracasso durante o regime militar por não terem feito a reforma na educação que ele pretende fazer, ou seja, uma reforma que comece pela exclusão de todos aqueles que sejam classificados como "comunistas", o que, no léxico olaviano, significa todos os que não alinhem com ele. 

E não tardará para que gente como Steve Bannon compreenda o potencial de Olavo de Carvalho, que já manifestou publicamente a sua vontade de se aproximar. Para o milenarista ultra-nacionalista Bannon, que enxerga o Brasil apenas como uma presa a ser devorada, e um local para experimentos, o olavismo teria grande serventia, afinal, é a melhor aposta à direita para que a polarização chegue ao nível "guerra sagrada".  E pretextos para uma guerra sagrada da esquerda contra a praga olavista não faltarão, e nem padres ou pastores para a pregar do lado olavista. Olavo, ou melhor, o "Papa Sidi Muhammad Ibrahim I", aquele que condenou Francisco I por heresia, ri de todos quando repete o seu bordão de que veio para foder com o Brasil, afinal, está mesmo dizendo a verdade. Por um lado, é o meio pelo qual sonha em colocar a sua seita em posições de poder, tal e qual aprendeu dos seus colegas romenos, por outro, levando em conta as reacções que isto despertará,  é provável que foda mesmo pois isso é o caminho mais certeiro para a guerra civil. 

P.S: Estranho que agora o general Heleno, na sua página de facebook, dá voz às alegações estapafúrdias de que a inteligência israelita alertou sobre a possibilidade do candidato Bolsonaro ser alvo de um atentado orquestrado pelo Hezbollah e por Teerão. A que ponto chegou a ingerência externa nas eleições! E a que ponto chegou um antigo general, se rebaixando ao nível de uma Joice Hasselman!

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

O último aviso

Segundo o guru de Bolsonaro, Olavinho, é esse o tratamento a ser dado a todos os revolucionários. 
Revolucionário, para ele, é toda a gente de quem discorda.


Repetirei a minha recomendação por uma última vez: votem nulo! Caros, seja qual for o governo que sairá destas eleições, ele será mau, e pode ser péssimo ou mesmo o passo derradeiro para o suicídio colectivo. Deixem de ser provincianos e tentem sair da redoma mental em que a maioria dos brasileiros vive. O que se passa só pode ser entendido numa perspectiva mais ampla, geopolítica, que tenha em vista que o Brasil está sendo alvo de uma sofisticada campanha de desestabilização que, depois de ter abalado o Médio Oriente, chega agora à América do Sul. O sucesso de tal campanha está aí, no segundo turno, onde o pior cenário eleitoral, aquele que impede uma saída política para a crise iniciada com a escalada que levou ao impeachment de Dilma Roussef, se tornou realidade. De um lado, um testa-de-ferro de um detento que é o cabeça da facção recentemente apeada do poder por conluio com o esquema de corrupção que meteu em risco o futuro da Petrobrás (e não só), e do outro um pateta que, para além de se ter juntado a gente ligada ao mesmo esquema, ou ainda pior (Edires Macedos e Olavinhos), se distingue pelo oportunismo raso, pela ausência de qualquer inteligência (nem falo em cultura) e pelos seus instintos animalescos, afinal, é o homem que já violou galinhas, fez troca-troca com amigos, é obcecado pelo tema "sodomia", diz que vai fuzilar a petralhada, afirma que há um plano para o assassinar e agora, logo a seguir ao pimpolho mimado que segue os seus passos, no melhor estilo Uday Hussein, ter dicto que bastam um soldado e um cabo para fecharem o STJ, afirmou:


Prestem atenção, ele não está dizendo que sob o seu governo a independência do judiciário está garantida e que tudo fará para que os juízes, cumprindo as leis com equidade, punam todos, repito, todos os políticos envolvidos em corrupção: ele está afirmando que"esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria"! Enfim, mais incrível é ver gente com diploma a defender um paspalho incendiário como este com a mesma histeria que antes era típica daquela massa miserável que idolatrava Lula da Silva como se fosse um Messias. Esses, ao menos, eram miseráveis no limiar da sobrevivência que mataram a fome graças ao assistencialismo da era Lula, enquanto as bestas diplomadas que agora vejo se comportando como cadelas no cio não tem nenhuma desculpa para o seu comportamento. Caro amigo, se és diplomado e estás a fazer campanha pelo Bolsonaro, categoria da qual excluo os que votam nele resignados depois de um exercício sereno de avaliação da situação e dos possíveis desenvolvimentos, então leia bem as minhas palavras: o cavalheiro não passa de massa e, no seu caso, o problema é mesmo de natureza e nada tem a ver com as circunstâncias.

De resto, vos lembro que o conceito "marginal vermelho" é pouco preciso mas, se tivermos em conta que Bolsonaro é discípulo de Olavo de Carvalho, o cavalheiro que já me acusou de ser comunista, assim como acusou do mesmo Vladimir Putin, Alex Jones, Ernesto Geisel e até Henry Kissinger,  ele abarca todos os que não aplaudirem tudo de pé, e instrumentos para "resolver a questão" não faltarão, a começar pelos amiguinhos das milícias...

P.S: Entre tantos absurdos, esqueci de referir o meu pasmo diante da "brincadeira" do filho do "capitão bunda suja", afinal, é difícil não se chocar perante a ousadia do pimpolho em colocar os militares na posição de serventes do seu clã!

domingo, 21 de outubro de 2018

E agora, o que fazer?

O Brasil não é uma ilha e a tecnologia moderna acabou com as distâncias.
 
Receio que o Brasil avançou para além do ponto de não retorno. Até a entrada de Haddad na corrida presidencial, parecia que a solução política predominaria, mas tudo mudou graças à irresponsabilidade do PT. Depois do que foi recentemente exposto a respeito da "máquina" da campanha de Bolsonaro, está mais do que claro que o Brasil, como tenho repetido aqui desde antes do impeachment de Dilma Roussef, é alvo de uma sofisticada campanha de desestabilização que instrumentaliza agentes locais.  Bannon, Soros e outros devem rir das suas marionetes brasileiras enquanto pensam nos próximos movimentos.

Vendo com meus próprios olhos os resultados da campanha na sanidade mental das pessoas, e constatando que as forças locais apenas conseguiram tal mobilização apaixonada graças ao apoio externo, ou seja, estão nas mãos daqueles que detém os instrumentos para influenciar as massas através das novas tecnologias, concluo que o Brasil entrou na era da instabilidade controlada a partir do exterior, deixando de ser apenas uma nação de fraca soberania. Se não houver mudança, ou resistência ao período de instabilidade que vem aí, meu único consolo é saber que os grupos locais que se dispuseram a colocar os interesses da sua facção acima dos interesses nacionais serão descartados pelos seus senhores assim que tiverem cumprido o seu papel. E os militares que se cuidem, afinal, quantos técnicos especializados em guerra informática tem as forças armadas? Enfim, por alguma razão a China e a Rússia, que não são fracas noutras áreas da defesa, ao contrário do Brasil, investem tanto nisso. Talvez para evitar chegarem a uma situação semelhante à brasileira...  

Sendo assim,  o que fazer? Caros, em primeiro lugar, não se deixem levar pelas ondas, e nem batam de frente com os corpos inertes que elas carregam. Mantenham-se bem informados e conversem apenas com pessoas racionais, independentemente da opção política delas e sem insistirem em mudar opiniões. Quanto aos outros, ignorem ou desviem o assunto. Logo, quando vier a mudança, eles seguem noutra direcção. Quanto ao sufrágio, meu conselho é para que votem nulo de modo a diminuírem a autoridade do próximo presidente, e a sua capacidade para fazer estragos, afinal, o próximo governo será péssimo e provavelmente nem chegará ao fim. Mantenham a equidistância em relação aos dois candidatos. O ideal seria que os dois renunciassem, o que não vai acontecer, ou estas eleições fossem anuladas e outras fossem marcadas, o que também parece fora de questão. Sendo assim, fiquem firmes e deixem a decepção aos idiotas. 

De resto, prestem atenção às vozes que tem advertido para a realidade que todos os que estão envolvidos com os interesses que visam desestabilizar o Brasil tentam omitir: a crise brasileira só pode ser entendida a partir de uma perspectiva que tenha em conta não só a política interna, mas sobretudo a conecte com a realidade geopolítica.