quarta-feira, 22 de março de 2017

Dusselblummen: das esporádicas raivinhas dos servos com mania de senhor.

Se tornam dependentes dessas figurinhas a troco de esmolas e ainda querem respeito? Me poupem!


Não me peçam para escrever correctamente o nome do agora famoso pau mandado de origem batava. Se estivesse interessado em aprender linguinhas (e nomes impronunciáveis de testas de ferro), pouco tempo me sobraria para o que é importante.  E não vou aqui criticar uma figura menor que apenas expressa o que sente por inferiores: desprezo.

Da minha parte, não me sinto ofendido pelo que o idiota disse. Vivo do meu trabalho, sobretudo de exportações para fora da União Europeia, e estaria bem melhor financeiramente - e noutras coisas ainda mais importantes - fora desse pacto suicida que só nos barra oportunidades e atrasa o crescimento. E se já gastei o meu dinheiro com álcool e mulheres, isso é comigo. Acho bem pior gastar dinheiro do erário com drogas e meninos... Agora vamos ao que interessa.

O que realmente me chateia nisso tudo é ver que quase ninguém se deu conta que é ridículo reclamar de mau tratamento quando não passamos de dependentes! Em troca de promessas e de dinheiro fácil, fizemos o mesmo que o tal índio do mito urbano que trocou Manhattan por um espelhinho. A parolada local comprou roupas novas, carros alemães e engenhocas chinesas vendidas a preços suíços, por corporações americanas e finlandesas, e a classe política, toda ela formatada nos partidos abrileiros, que não por acaso foram criados - e financiados - na Europa Setentrional, foi a primeira a dar o exemplo, entregando alegremente a soberania e caindo na armadilha financeira montada pelas agências de rating e pelos grandes bancos internacionais.

Hoje estamos tecnicamente falidos e bastará uma turbulência financeira para quebrarmos de forma ainda mais extrema que da última vez. Ligados à Bruxelas, nada nos resta a não ser sustentar um regime que suga as energias da nação e, quando está prestes a cair, recebe mais socorros de Bruxelas em troca de mais submissão, prolongando a agonia e preparando terreno para a crise que vai acabar de vez com qualquer traço de soberania ainda existente. Agora fingem todos indignação por causa de umas palavras que descrevem apenas uma realidade, realidade essa, que fique bem claro, que afecta toda a classe política, toda a classe empresarial artificial incluída no compadrio que dá acesso fácil ao crédito (nada como ser irmã do Portas, filho do Cavaco e do Sampaio ou marido da Assunção Cristas), grande parte dos trabalhadores do sector público e a quase totalidade dos vagabundos que vivem de rendimentos mínimos e outros esquemas.

No dia em que vocês tiverem vergonha na cara, podem escrever, tratarão de pedir a saída da União Europeia ao invés de continuar com essa conversa de bar ridícula que vai mudando de acordo com as vibrações mediáticas. Até lá vocês não passam de mendicantes cheios de manias. Mas um dia, podem anotar, os vossos credores darão uma grande rasteira e nada vos restará a não ser servir turistas nórdicos que vem cá gastar o seu dinheiro com copos e mulheres.

Querem respeito? Então virem gente e exijam a independência de Bruxelas!