Menos no Brasil! Por enquanto! Estamos assistindo a intensificação como nunca da Guerra Híbrida de Washington contra o Brasil. Mas por que isso está acontecendo agora? Para entendermos, teremos de analisar a conjuntura geopolítica mundial, caso por caso. Basicamente, o império de Wall Street está perdendo em todas as frentes imagináveis. Da Síria a península coreana, do Iêmen a Ucrânia, da Venezuela ao Irã, da Turquia ao Chile.
O golpe que ocorre neste exato momento na Bolívia é mais uma investida desesperada do império, fadada ao fracasso desde sua concepção. Algo que não estava nos planos originais, fazendo com que o próprio governo de Evo Morales fosse pego de surpresa. Provavelmente, o tiro sairá pela culatra para os lacaios e traidores, tal como ocorreu durante a patética tentativa golpista na Turquia em 2016. O trigo será separado do joio, e o povo boliviano poderá continuar seu processo de desenvolvimento sem os parasitas alojados em sua pátria.
Os EUA sofreram três grandes humilhações nos últimos doze meses, em diferentes pontos do mundo, apenas para citar alguns exemplos, pois suas derrotas se acumulam em cada canto do planeta. Vamos analisar a derrota militar na Síria, a derrota diplomática na Coreia do Norte, e a derrota política na Venezuela.
Síria:
Em 2011, após a chamada Primavera Árabe, os EUA, e alguns de seus satélites da OTAN, deflagraram duas guerras por procuração no "oil-rich" Oriente Médio, com fins de "regime change": Líbia e Síria. No primeiro caso, já obtiveram sucesso no mesmo ano, com o assassinato brutal de Kadafi, e a posterior transformação na Líbia do país mais estável social e economicamente da África, para um caos anárquico de eterna guerra civil de todos contra todos, mais uma Somália ou Afeganistão. Na Síria, a história tomou um rumo totalmente diferente, o regime de Assad, oito anos depois, permanece firme como nunca, praticamente vitorioso.
Vladimir Putin, e os iranianos, não permitiram que o imperialismo operasse livremente na Síria, como o fez no Iraque e na Líbia. O fantoche Estado Islâmico foi sepultado pela aliança Síria-Irã-Rússia, encerrando a tentativa de Washington e Bruxelas, além de seus aliados israelenses e sauditas, de controlar a logística do petróleo no Oriente Médio. A derrota repercutiu por toda a região, com desdobramentos no Iraque, Iêmen e Líbia. O imperialismo, e seu principal instrumento, o terrorismo, perderam de vez o Oriente Médio.
Coreia do Norte:
Numa verdadeira aula de soberania, geopolítica e diplomacia, o "ditador" Kim Jong-un firmou perante Trump, e todo o mundo, a independência da Coreia Popular. Num exemplo de "realpolitik", mostrou ao mundo que a paz e liberdade de uma nação são garantidas com base em sua capacidade de defender-se, ou seja, no domínio de tecnologias como mísseis e plataformas de lançamento: submarinos e satélites, além da posse de armas nucleares. Um verdadeiro certificado de "gente grande" no jogo sem regras da política internacional.
Assim, ficou registrado ao mundo, (mais) uma capitulação estadunidense. Ao contrário do que a grande mídia tentou mostrar, de que o tratado incluía o desmantelamento do programa nuclear norte-coreano. Na verdade, foi o governo estadunidense reconhecendo sua derrota nesta batalha, e sua retirada. O resto, registrado pela mídia neste evento, foram apenas ''notas oficiais'' para inglês ver. Com isso, os EUA são virtualmente expulsos da região Ásia-Pacífico, some-se a isso que até países tradicionalmente alinhados (subordinados) ao império passam a estabelecer relações mais próximas com antigos rivais, com Coréia do Sul, Japão e Filipinas passando a estreitar laços com Rússia, China e Coréia do Norte.
Venezuela:
Mesmo com toda a operação massiva de sabotagem econômica por fora, com inúmeras sanções, bloqueios, embargos, além dos ataques vociferantes da mídia corporativa em escala mundial, e por dentro, com a perversidade da velha oligarquia fazendo de tudo para dar coro à guerra econômica e midiática vinda do exterior, mesmo que isso custe o bem-estar do próprio povo, numa terrível crise humanitária e migratória. Sem contar o assédio militar imperial, num verdadeiro cerco a partir da Colômbia (recheada de tropas norte-americanas), do Brasil bolsonarista e a quarta frota estadunidense no Caribe. Tudo isso foi inútil perante a resiliência das Forças Armadas Bolivarianas, que diferentemente dos seus colegas no restante da América do Sul, servem a seu povo e a seu país, mais o apoio de Cuba, Rússia e China. Inclusive com bombardeiros russos, munidos de armas nucleares, sendo posicionados em território venezuelano.
Diante deste cenário mundial, o império é obrigado a concentrar a espoliação em seu chamado ''quintal'', mas como acabamos de ver, mesmo dentro dele sofre reveses, então em qual carta do baralho irão concentrar as apostas? Resposta: Brasil.