Das eleições nos Brasis

Lamento, mas vos mentiram. Nossa pátria, meus caros, 

vai do Minho ao Zambeze, e do Acre ao Timor. O resto é conversa de agiota!

Como muitos devem saber, nasci na cidade de Santos, situada na antiga Província de São Paulo, terra que deu bandeirantes, cientistas e embaixadores de primeira ordem ao Império Português, antes de se perder nos sonhos da razão e cair no conto dos filhos da traição. 

Apesar de ser um brasileiro de primeira geração, minha família materna sempre esteve ligada "aos Brasis" desde tempos imemoriais (minha família paterna é espanhola), especialmente do lado dos Lacerda, cujos ramos brasileiros deram muitos militares e políticos àquela terra magnífica.

Assim, apesar da minha resolução em jamais abandonar o Portugal europeu antes da velhice (quando os ossos começarem a ranger, meu destino é Cabo Verde), carrego o Portugal das Américas no meu coração, ao menos o que já foi e o que poderia ter sido esse magnífico sonho imperial, e sonho eu próprio com a restauração do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, sonho que parece condenado ao fracasso nesses tempos de mediocridade e estupidez disfarçada pela elaborada linguagem dos sofistas das politologias ou do que ainda chamam de artes, arma predilecta dos que não nasceram para a acção e preferem a corrupção. 

É com tristeza que observo grande parte da população brasileira, cujas queixas do actual governo são mais do que justificadas, sendo novamente enganada por um esquema em que dá a cara um cocainómano, um rapazote inseguro e que por duas vezes já foi prestar vassalagem aos sumo-sacerdotes da era american express, maçom dos quatro costados, como obriga o cursus desonorum dos arrivistas, trocando o que é mau, mas já foi colocado sob controlo e nada poderá fazer contra a vontade da maioria, pelo que é péssimo e tem condições de fazer avançar a agenda de destruição da soberania nacional brasileira através da velha política de asfixiamento da economia por via do endividamento.

Porém, nem todos caem na esparrela das Globos da vida, e isso me dá alguma esperança de que chegue o dia, se o mundo não der uma volta que impeça que o Brasil continue o seu caminho, em que os brasileiros estejam unidos por uma liderança legítima, nesse caso, os Orleans e Bragança*, e mandem os Steinbruch, os Salles, os Marinho, os Garnero, enfim, todos os vassalos da casa Rothschild, para o inferno, tal e qual nossos antepassados fizeram com a escumalha da Companhia das Índias Ocidentais, ancestral desses filhos da Prostituta da Babilónia, enviando-a para onde Judas perdeu as botas. É uma vergonha que descendentes de gente valente, verdadeiros continuadores do espírito imperial romano, percam o que foi conquistado pela cruz e pela espada para uma ralé a serviço de uma gentinha cujas grandes qualidades são fazer continhas e contar vantagens.   

A direita naécia pagando mico.

* Quanto aos Orleans e Bragança, só falham, na minha opinião, por não terem feito um mea culpa em relação a certos aspectos nefastos da governação dos seus antepassados e por não terem abandonado de vez a estúpida ideologia liberal, caindo na armadilha dialéctica da modernidade, defendendo novamente a nossa tradição, como tão bem fizeram em 1640, ao invés de quererem nos impor falsas tradições importadas. Foi justamente por terem se agarrado a isso, por via da fraqueza intelectual de Dom Pedro I e do controlo mental de um perverso maçom frequentador de senzalas sobre o seu filho, que a mesma caiu tão facilmente quando já não interessava aos aventais, afinal, Dona Isabel e seu marido eram católicos sinceros que poderiam ter reinaugurado o Brasil sobre sólidos fundamentos.