Pela fisionomia e pelo olhar, no caso do Reale até dá para acreditar
que o pobre diabo só se apercebeu que Bolsonaro é um inepto passados 7 meses de presidência!
Já o Gandra,, o que proclamou o satanista Olavo como "mestre de todos nós", teria de apelar à senilidade...
Miguel Reale Jr., autor do pedido do impeachment de
Dilma Roussef, é um jurista de programa ao nível do seu velho colega de meretrício - e mascote do blogue Prometheo -
Ives Gandra Martins, aquele membro da seita Opus Dei, todo pomposo e pedante,
que afirma aos quatro ventos um mito urbano ao melhor nível Terra
Plana/Reptilianos que circula nos meios monarquistas brasileiros: a fantasia de que
o Brasil possuiu a segunda maior marinha de guerra e a maior frota comercial
do mundo durante o reinado de Dom Pedro II! Estranho que os navios mercantes
brasileiros são uma presença invisível dos mais conhecidos portos do mundo nas fotografias e pinturas da
época, e que os livros especializados afirmem que o Brasil possuía a segunda
frota militar do relativamente desarmado continente americano (a própria marinha americana só se tornaria considerável após a guerra contra a Espanha em 1898), mas no mundo estava bem atrás do Reino
Unido, da França, da Rússia, do Império Austro-Húngaro, da Alemanha, da
Espanha, da Itália e da Turquia, entre as nações da Europa, e fosse ultrapassado
pelas marinhas da China e do Japão até o fim do reinado de Dom Pedro II (se não
me engano pois são dados que possuo de cabeça)!
Não só tenho vários livros a respeito do tema, como também os li pois não é que uso
livros para decorar estantes e impressionar jovens estagiários pelos quais nutro desejos pecaminosos...
Quanto à tese de que o Brasil
possuiu a maior marinha mercante do mundo, nem comento pois seria o mesmo que
perder tempo a desmascarar o mito terraplanista. Ives Gandra é um farsante que
finge erudição histórica mas, ao menos para quem conhece algo de História, faz
questão de provar que nunca leu os originais dos quais se arroga ter sido
leitor em declarações públicas que servem apenas para enganar os incautos e dar
ares de erudição ao canastrão. Querem mais um exemplo? Assistam este vídeo do
Brasil Paralelo, uma iniciativa para-olavista, e vejam Ives Gandra dissertando
a respeito de Políbio ter escrito a respeito da decadência do "Império
Romano" (confesso que quando ouvi isso na primeira vez eu soltei um "PQP")!
Para quem não sabe, mas, ao contrário de Ives Gandra,
não finge que sabe, do que trata a obra "As Histórias" de Políbio (há vários erros na entrada do Wikipedia), da
qual tenho uma tradução em inglês bem velhinha e gasta do Oxford World's
Classics (e tive outra nos meus tempos de Coimbra que desapareceu depois de um
empréstimo), o sagaz autor da célebre frase "Olavo é o professor de todos
nós", farei um resumo.
Estão a ver como foi manuseado e ficou todo dobrado?
Há quem deixe assim apenas as revistas com nú e porno masculino...
Há quem deixe assim apenas as revistas com nú e porno masculino...
Políbio viveu no segundo século antes de
Cristo e teve um papel importante na Liga Aqueia, escrevendo mais tarde, já em
Roma (é uma longa história...), onde foi amigo de Cipião Emiliano, a respeito da queda da Grécia e da
ascensão da República Romana (ainda estávamos a um século das conquistas de
Pompeu no Oriente ou da conquista da Gália por César, quanto mais do "Império Romano" ou da sua distante decadência!), tentando compreender as
razões da decadência da sua civilização e da ascensão da poderosa e jovem
república romana, fornecendo-nos, entre outras coisas, subsídios importantes
sobre a organização mista dessa politéia, que misturava elementos de Monarquia,
Aristocracia e Democracia de um maneira tão única e sólida (Políbio, para quem
não sabe, inspirou os "Founding Fathers americanos e os Federalist
Papers)! Digamos que o equivalente dessa estupidez anacrónica proferida por
Ives Gandra seria afirmar que Os Lusíadas é uma obra de poesia épica sobre a ida
dos americanos à Lua. Quanto ao olavismo dessa besta quadrada, posso vos
assegurar que ele recebeu nossos dossiers em meados de 2014, mas nada fez ou disse. Ives, o santarrão que vive cercado por gente ligada à
máfia do direito que ganha fortunas oferecendo serviços às corporações monopolistas
que estão destruindo o Brasil, e
submetendo milhões de pessoas à fome em sacrifícios rituais a Mamon, continuou
a defender o bruxo até recentemente, quando resolveu, diante do conhecimento
público crescente em torno das actividades do bruxo terraplanista após as
reportagens na Veja e na Época, entre outros veículos da grande imprensa, ficar
caladinho torcendo para não ser associado ao chefe de seita luciferiano que antes promoveu. Tal e
qual o padreco contra-tenor - e tiques que denunciam as preferências - Paulo Ricardo.
Faço questão de bater nessa tecla para que não fiquem
dúvidas a respeito de quem são esses farsantes disfarçados de juristas e de
intelectuais, que até ousam posar de grandes conhecedores da História e
leitores dos grandes clássicos, pois é importante lembrar que eles têm responsabilidade
na calamidade que se abateu sobre o Brasil. Temos de garantir que os ratos afundem com o capitão Ahab, ou melhor, o capitão - que foi expulso do exército de forma desonrosa - Jair Bolsonaro. Foram
eles que construíram a "narrativa jurídica" que fundamentou o
impeachment de Dilma, abrindo as portas para o inferno em que o Brasil tem
vivido desde então, e, especialmente no caso do Sr. Ives, garantiram o apoio
massivo dos direitistas do direito à Bolsonaro,
ou, para mostrar do que se trata o suposto catolicismo desse senhor, ao apoio dos "advogados católicos" à
conquista da presidência pela seita luciferiana do bruxo e ocultista Olavo de
Carvalho! Eu, ao
contrário de Ives Gandra, não mudo de opinião por causa de pressões ou mero
oportunismo (vejam aqui) e estou isento de qualquer culpa pois, apesar de ser um opositor feroz, mas justo e inteligente, do PT, fui contra
um impeachment baseado em falsidades e num critério que deveria, se fosse
aplicado desde sempre, ter levado ao impeachment de todos os presidentes da
república brasileira desde Sarney e, o que é pior e prova a estupidez e/ou má
fé destes juristas de programa, com destaque para o Miguel Reale Jr., uma imbecilidade
perigosa e desnecessária (necessária apenas se levarmos em conta o interesse
dos que têm a ganhar com a destruição, e mesmo uma guerra civil, no Brasil) porque
Dilma estava no fim do mandato e sairia completamente desmoralizada, acabando
de vez com qualquer hipótese do PT chegar ao segundo turno e dando tempo para
que alternativas saudáveis se afirmassem na corrida presidencial. Aquela presidência, depois das jornadas de Maio, estava acabada e nada poderia fazer mais em termos de estragos pois já tinha perdido toda a base de sustento no Legislativo. Tirar Dilma a meio do mandato deu esperanças ao PT de que Lula poderia se eleger e levou a uma medida desesperada, e injusta, que deu a Lula um estatuto semelhante ao de Mandela: a prisão de Lula e a consequente saída dele da corrida presidencial. Ainda assim vimos como Haddad cresceu logo à seguir à sua escolha, e como Bolsonaro disparou nas intenções de voto a partir desse momento e da providencial facada. Quem pensa
que Bolsonaro, sem a ajuda de Haddad, teria sido eleito? Se Haddad chegou ao
segundo turno, foi graças ao facto do período Temer ter dado tempo para que o
PT se recompusesse do desgaste extremo e crescente a que esteve submetido
durante a presidência Dilma, e isso, por outro lado, serviu para que um candidato que poderia despolarizar o Brasil, Ciro Gomes, fosse tirado da corrida. Lula, posso vos garantir, nem sequer
tentaria ser candidato se a presidência Dilma chegasse ao fim e, caso fosse, a direita ficaria contente pois ele era o
maior bode expiatório do sentimento anti-petista. Seria a morte de um símbolo. Sendo assim, garantir o fim do mandato
presidencial de Dilma era a garantia do fim do PT como força política - e de um mínimo de estabilidade necessário para que o Brasil voltasse ao eixo.
Agora, depois de quase termos entrado em conflicto com a Venezuela e termos movido a embaixada em Israel para Jerusalém (!), esses juristas de programa, finalmente, admitem
o que sempre afirmei no Prometheo (vejam aqui e aqui), mas fingindo que não têm nenhuma culpa na
situação em que vivemos:
Porém, o mal está feito. Inúmeras empresas
brasileiras de grande porte e estratégicas foram destruídas, como o promissor Grupo EBX de Eike Batista, levando centenas de milhares de
trabalhadores para o desemprego, dezenas de empresas estratégicas foram
compradas a preço de banana por corporações estrangeiras interessadas em acabar
com a concorrência brasileira, como no caso da compra da ascendente Embraer pela decadente e combalida Boeing, que vive agora na pior crise da sua existência (num país normal, técnicos do BNDES estariam agora sentados à mesa com os executivos da Embraer discutindo a entrada dela nos segmentos superiores da aviação civil, ou seja, aviões com capacidade para 200 a 400 passageiros pois este é o momento ideal para isso!), e programas estratégicos, como o Gripen NG e o
submarino nuclear brasileiro, correm o risco de serem adiados ad eternum pelo
Sr. Guedes, representante da banca internacionalista que tem interesse material na redução do Brasil à condição de feitoria. Mas os danos não são apenas materiais.
Graças à chegada de Bolsonaro à presidência o olavismo, que estava em decadência, recebeu
um influxo de sangue novo e ganhou musculatura, chamando a atenção de Steve Bannon, ao qual se
aliou, e do Departamento de Estado americano, ao qual agora está ligado por
vínculos directos (já não se trata mais de vínculos indirectos por via dos
amigos do Interamerican Institute e da conexão romena). E o impeachment não será o fim do olavismo. A verdade é que será
muito bem vindo pois garantirá duas coisas: em primeiro lugar,
que a catástrofe bolsonarista não chegará ao fim, o que desmoralizaria e isolaria
de vez o olavo-bolsonarismo, e em segundo lugar que a narrativa
olavo-bolsonarista de complot envolvendo globalistas, comunistas, militares a
serviço do KGB e de Pequim, estamento burocrático, reptilianos, illuminati, flat earth deniers, fabianos, Foro
de São Paulo e Pepsi Cola, isso aos olhos dos idiotas que giram em torno do bruxo e dos membros da seita (uso a palavra seita no sentido literal), fica provada pelo impeachment, assim como a tese de
que o PT jamais sairia do poder depois da chegada de Lula à presidência, e jamais saiu.
Nesse quadro, podemos prever que a polarização do
Brasil continuará pois o PT sairá reforçado pela oposição ao bolsonarismo e pelo "martírio" de Lula, garantindo um lugar
de destaque na próxima eleição presidencial, e isso, por
outro lado reforçará o olavo-bolsonarismo à direita pois este saberá explorar o
medo do refluxo comunista e reforçará a sua imagem, entre direitistas, de única oposição que realmente é capaz de instigar medo na esquerda e obter vitórias contra o PT. Seja qual for o resultado, uma coisa vos garanto: a
turma do Guedes sairá ganhando, afinal, os activos brasileiros ficarão ainda
mais baratos e, sob pressão da crise, mais reformas favoráveis aos monopólios
bancários e às corporações monopolistas estrangeiras serão aprovadas, assim
como os interesses estratégicos de Washington, afinal, a polarização do Brasil
enfraquece o país e torna os seus governos, à direita e à esquerda, mais
submissos aos ditames da Casa Branca. Mais do que nunca é preciso desmascarar
os farsantes, tanto à direita quanto à esquerda, e preparar uma alternativa que
una os brasileiros, sejam quais forem as suas tendências ideológicas, em torno
de um programa nacional que prima pelo pragmatismo. O verdadeiro embate é entre nacionalistas, de esquerda
e de direita, contra os paus mandados, à esquerda e à direita, do
internacionalismo. É nessa última categoria que se encontram os juristas de
programa, que depois de terem jogado gasolina na pira que consome o Brasil
agora vêm com um copo de água.
Quiseram um impeachment, agora terão dois e é provável
que isso se torne a regra, minando o que ainda resta das instituições. Enquanto isso o país se polarizará cada vez mais,
até que um dia um evento isolado faça uma guerra civil rebentar e/ou uma
ditadura sanguinária se implantar. Se dissesse o que essa gente toda merece, podem ter a certeza de que muita gente me acharia cruel, extremamente cruel!