segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Eleições no Brasil: Ou o gigante acorda do coma, ou desligarão a máquina...



Nos EUA ou na Rússia, seria protegido como elemento importante à segurança nacional. 
Quem não entende a importância do assunto não está preparado para votar nas eleições.  



O Brasil está a um passo de perder o pouco que resta dos fundamentos materiais da sua soberania. O assunto, para ser abordado de forma precisa, exigiria um livro, portanto apenas me apegarei a pontos mais conhecidos.  A Petrobrás, empresa essencial não apenas pela sua importância para o abastecimento do mercado brasileiro por derivados do petróleo, mas sobretudo pelo papel que pode desempenhar num ressurgimento do sector da construcção naval e de surgimento de uma indústria química de ponta, foi sabotada por décadas de desvios de fundos e má-gestão e agora corre o risco de ser liquidada. A situação chega a ser tão caricata que uma das empresas interessadas na partilha dela é a estatal norueguesa Statoil, agora Equinor. Já a Embraer, uma ilha de produção industrial avançada num país que aos poucos se transforma numa roça continental, foi comprada pela Boeing e será desmantelada discretamente, como é habitual nesse tipo de aquisição externa de um potencial concorrente. Até mesmo com a McDonnell Douglas, e aqui não existia nenhum imperativo geopolítico, foi isso que aconteceu. Na minha opinião, conhecendo um bocado a história das corporações, e os seus métodos, a Embraer será “esvaziada” dos seus quadros mais qualificados, através de programas de demissão voluntária, e em simultâneo haverá ofertas de empregos irrecusáveis na matriz americana (quanto à Golden Share, mesmo que valesse contra tais subterfúgios, seria facilmente contornada com uns subornos no congresso e no senado). 

Já sector bélico foi quase todo comprado por estrangeiros, com destaque para os israelitas (ELBIT), e os vários programas de reequipamento e desenvolvimento de tecnologia, em especial o programa de submarinos e o programa nuclear, chegaram a ser directamente sabotados pela Lava Jato. Esta “operação”, cuja ênfase em perseguir o empresariado nacional (deixando um vácuo para ser preenchido por empresas estrangeiras que fazem o mesmo que fazia a Odebrecht) e polarizar ainda mais a população graças ao seu descarado viés partidário, deveria alertar até o mais ingénuo dos brasileiros para a acção de Sérgio Moro, arrivista cooptado pelo Departamento de Estado Americano que tem usado com sucesso na América Latina uma “versão jurídica” da guerra de quarta geração que tem semeado “primaveras” em todo o mundo (técnica conhecida por “lawfare”), ainda mais depois da prisão de Othon Luiz Pinheiro da Silva, talvez o mais importante cérebro do Brasil. Nações mais cientes da importância da sua soberania tratariam de promover e proteger esse herói. Quanto às forças armadas, que ensaiaram uma ligeira melhora das condições materiais durante a medíocre gestão de Dilma Roussef, agora voltam à penúria, o que é especialmente preocupante quando se têm em mente o estado da marinha brasileira, que possui um número ridículo de submarinos convencionais ultrapassados e cujas poucas escoltas estão prestes a ser descomissionadas, e da defesa anti-áerea e anti-míssil, que pode, sem exagero, ser definida como “não existente”. E à norte do Rio Amazonas continua o processo de desnacionalização do território, processo este que avança sem recuos desde a era Collor de Mello. (Parte 1 - Continua na Parte 2)

domingo, 29 de julho de 2018

O Fim de Portugal?




Muito escrevi aqui, e noutros meios, a respeito da armadilha que nos tinham preparado. Infelizmente, não se evitou a armadilha e, o que poderia ter sido uma oportunidade, e possivelmente tenha sido a última oportunidade para se resgatar a soberania contando apenas com as próprias forças, ainda que num cenário internacional favorável (o fim da hegemonia “Ocidental”),  foi um gigantesco passo para o fim de Portugal.

Depois da falsa austeridade passista, Portugal entrou num novo “socratismo”, repetindo o movimento dialéctico que tem nos conduzido ao abismo: um governo de falsa austeridade à direita mantém a estrutura burocrática que esmaga a iniciativa dos nacionais para além de os sobrecarregar com mais impostos, sob a desculpa do combate ao défice, que diminui mas não ao ponto de inverter a trajectória a longo prazo da dívida, e é seguido por um governo de esquerda que “abre a bolsa”, ou melhor, que aproveita a disponibilidade dos bancos para voltar a acelerar o aumento do nosso endividamento com gastos “políticos” num momento de euforia criado por um crescimento medíocre puxado pelas condições favoráveis do crédito externo. Todos os partidos, diga-se de passagem, são culpados, ainda que tenha de admitir que o menos culpado é o PCP, que ao menos ainda dispara contra a pertença ao euro e contra o desmantelamento de ramos inteiros da economia. 

Ainda assim, apesar de toda a maquilhagem permitida por uma bolha especulativa incitada pelos mesmos gruposque anteriormente fizeram o mesmo, deixando bancos falidos pelo caminho e uma conta enorme para o contribuinte, mas criando mais umas boas centenas de milionários que vivem dessa forma “sofisticada” de parasitismo e mais nada fazem do que investir em renda e consumo perdulário (o senhor Robles é um deles), os sinais da decadência estão por toda a parte. Vivo em Portugal há duas décadas e nunca vi os transportes ferroviários em estado tão precário, as pontes tão descuidadas, a limpeza tão desleixada e os hospitais tão caóticos. Quando cheguei, muito do material era antigo, mas a manutenção, no geral, era melhor. Para se manter um número de funcionários públicos bem acima das necessidades da nação, mas que constitui uma clientela fundamental para o regime, e os pagamentos de juros sobre uma dívida que é, para sermos explícitos, a Raison d'État do actual regime, para além dos empregos para alguns milhares de boys e os negócios obscuros com dinheiro público que alimentam tantas “empresas” que vivem das conexões políticas, há de se cortar em algum lado, e o tal “lado” é nada mais do que os gastos que em primeiro lugar justificaram a existência dos impostos, a começar pela infra-estrutura nacional de transporte!

Enquanto isso, cedemos direitos sobre a exploração dos recursos nacionais, se fecham estaleiros e fábricas e sectores até agora protegidos pelo desinteresse estrangeiro vão sendo dominados pelas grandes corporações internacionais. Basta olhar para as placas de vende-se no Porto e em Lisboa para comprovar essa nova realidade que aos poucos vai transformando o país inteiro numa cópia daquilo que até agora era o Algarve: uma colónia estrangeira onde os nativos não passam de uma curiosidade sociológica, senão um anacronismo a ser substituído pela imigração de genteainda mais miserável e disposta a viver em cubículos e a aceitar empregosprecários e mal pagos, como são os empregos criados pelo turismo.

E, pela primeira vez na nossa história, o número de nascimentos, e neles se incluem nascimentos de imigrantes cá instalados, é menor que o número de saídas. E a vontade do actual governo, com apoio da “oposição”, de inundar Portugal com mão-de-obra barata, afinal , como já escrevi, é essa a mão-de-obra da qual o turismo e o sector imobiliário precisam, torna tudo ainda mais grave.  Bastará que chegue uma nova crise financeira internacional para que a bolha portuguesa rebente e o nosso estado seja obrigado, novamente, a pedir ajuda, para que os passos finais sejam dados. Merkel dificilmente perderá a oportunidade para finalmente impor a Portugal a “solidariedade” em relação à recepção de “refugiados” e já se fala que Portugal deverá aceitar 75 mil “refugiados”por ano...

E agora, é possível fazer alguma coisa? 

Na minha perspectiva, parece que não e estamos à mercê de forças exteriores. Quando ainda era possível, pouco antes da última intervenção financeira que levou ao protectorado sob a Troika, os media locais conseguiram abafar qualquer discussão em torno daquilo que era urgente discutir, a pertença ao euro, pois foi isso o que nos trouxe ao descalabro e nos levará à ruína total e ao fim. Fora do euro jamais chegaríamos ao estado em que estamos pois a nossa capacidade de endividamento seria limitada pelo risco cambial. Dentro do euro, os investidores na nossa dívida estão protegidos da possibilidade de desvalorização e também da moratória, e eles sabem que as dívidas de estados como Portugal serão saudadas pela União Europeia pois este é um dos pretextos que ela usa para aumentar os seus poderes. Não fosse assim, jamais a União Europeia teria permitido que os Critérios de Maastricht fossem quebrados, e eles foram quebrados em primeiro lugar, é bom lembrar, pela França e pela Alemanha. O socratismo só foi possível graças à permissão e ao estímulo de Berlim, de Paris e de Bruxelas!

Da minha parte, folgo em saber que tentei fazer algo. Cheguei a contactar gente que se afirmou entusiasmada, mas logo desistiu da ideia quando se apercebeu que tal iniciativa seria alvo de uma violenta campanha da parte de todos os partidos, com excepção do PCP, e dos media. Um desses tipos, economista conhecido, foi há pouco tempo processado pelo putedo do Bloco de Esquerda. Mereceu. É assim que acabam os pusilâmines. 

Não é num país esvaziado do seu sangue mais activo, envelhecido e desorientado, ainda por cima sem elites inteligentes e não alinhadas, que se vai fazer alguma coisa, e a oposição que vejo por aí está completamente às cegas, invertendo prioridades, sendo pautada pelos media corporativos e, pior ainda, defendendo anacronismos que só afastarão as pessoas saudáveis de qualquer via alternativa. 

Falta-nos gente com dinheiro e talento, capaz de compreender o que está em jogo e corajosa o suficiente para aguentar a pressão psicológica pois entre os que não têm recursos há talento, coragem e disposição. Darei uma ideia do quanto seria necessário reunir para lançar um campanha bem sucedida pela saída do euro, que apresentasse um plano viável de forma compreensível e fizesse o tema entrar na pauta de debates e despoletasse um movimento político apartidário com um objectivo único, mas do qual depende qualquer outro passo na direcção da nossa restauração, a saída do euro: 75 mil euros!

Sim, por muito menos do que certos imbecis pagam num Porsche, replicando o comportamento dos iletrados do mundo da bola, é possível lutar com eficácia para salvar o que resta de Portugal. Isso dá uma dimensão da insignificância da nossa "elite", ou melhor, da nossa classe endinheirada. Nosso povo pode ser bruto, e todos gozamos com o aveque e o seu complexo de inferioridade mal disfarçado, mas ele mais não faz do que imitar o exemplo de subserviência ao estrangeiro que vem de cima. Nada é mais aveque do que a “elite” de Lisboa, Cascais e da Boavista. Acham que exagero? Então pensem no Macelinho, que nem é dos piores...

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Bruno Garshagen, a borboleta do liberalismo



Apropriado para cães e palhaços..

Bruno Garschagen alcançou a fama como divulgador de ideias olavianas e agora, para meu desgosto, se revela leitor assíduo, mesmo que relapso, dos meus escritos.  Sem citar a fonte da sua “descoberta”, uma peça ignorada de coluna social que achei, escreveu um texto a respeito dos vínculos entre Soros e sectores da esquerda brasileira:


Ao contrário do que fazemos, que é expor a verdade na sua totalidade, neste caso, os vínculos de Soros com a esquerda e a direita brasileira, provando a intenção de polarizar a sociedade com o intuito de criar uma fractura, Bruno esqueceu de procurar pelos vínculos de Soros com a direita, a começar pelo seu guru Olavo de Carvalho. A relação entre ele e Olavo poderia ser descrita, sem exagero, como carnal, afinal, Bruno chegou a viver 4 meses com Olavo em Richmond. Sendo assim, deveria começar pela exposição de alguém tão próximo, como já fizemos aqui:


Como sabem os leitores do Prometheo, o mesmo Soros que financiou o site esquerdista Mídia Ninja, e está por detrás das desordens causadas em 2013 no Brasil por sectores da esquerda radicalizada, financiou o golpe nacional-socialista que teve lugar na Ucrânia, o golpe que Olavo de Carvalho, por altura das manifestações direitistas que surgiram no seguimento da desordem causada anteriormente pela esquerda radical e levaram ao impeachment, citava como exemplo a ser seguido no Brasil. Chega a ser caricato que o Bruninho quase que esteve em casa, com Soros, em Richmond, Virgínia.

Mas Bruno, para além de quase ter estado em casa, com Soros, em Richmond, Virgínia, também quase está com Soros nos institutos aos quais está vinculado no próprio Brasil, entre os quais o Instituto Millennium, instituto de propaganda liberal onde é "especialista". No mesmo Instituto Millennium encontramos entre os membros do conselho de governança o cavalheiro Jorge Gerdau, pai da Beatriz Gerdau que esteve em casa, com Soros. O mesmo Sr. Gerdau, que se encontra entre os mantenedores, tal e qual João Roberto Marinho, vice-presidente da esquerdista Rede Globo (direitista, quando convém...), e Daniel Feffer, da mesma família Feffer que não apenas está ligada a Olavo de Carvalho, como já provamos, mas também teve um dos seus membros, David Feffer, presente na tal reunião em casa, com Soros.

Isso já seria suficiente, caso Bruno fosse um investigador perspicaz, o que não é, ou sério, o que também não é, para lhe abrir os olhos, mas as coisas não ficam por aqui. Para cúmulo do absurdo, no mesmo Instituto Millennium temos, entre os mantenedores, ninguém mais, ninguém menos que Armínio Fraga, sim, o Armínio Fraga que todos sabem que é o braço direito de George Soros para a América Latina e que, inclusive, foi sugerido por Timothy Geithner para presidir o FED durante a presidência de Barack Obama, o anticristo dos liberalóides!

Parece piada, e talvez seja, afinal, só um palhaço usa uma gravata borboleta. Ou não. Talvez queira parecer ainda mais tolo do que realmente é para nos enganar.

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Desabafo em relação aos incêndios que sofremos para que a Portucel tenha matéria-prima barata (e os pirómanos lucrem com o "combate aos incêndios)


Vítimas sacrificiais da penúltima imolação pelo fogo para a deusa Portucel!

Entre as nações que conheço bem, Portugal é a mais desmoralizada. Uma elitezinha ridícula e xenolatra (nisso meto a própria elite que acredita ser anti-regime) vendeu a soberania em troca de crédito e mão livre para estabelecer monopólios e usar o erário - e os subsídios vindos de fora - a seu favor, condenando a juventude a emigrar em taxas inéditas num quadro de diminuição brutal da natalidade. Os monopólios nacionais, apesar de tudo isso, já nem são nacionais, o que prova a incompetência dessa escumalha que manda por cá. Já houve casos de elites que fizeram o mesmo e criaram corporações prósperas e agressivas no cenário internacional, como a Coreia do Sul (não tomem isso por defesa do modelo sul-coreano, mas é um facto que foi bem sucedido na formação de corporações que hoje dominam sectores de ponta), mas o nosso caso é de uma nação que escolheu subsidiar a vida de luxo de famílias de degenerados incapazes de qualquer coisa que não seja parasitar e vender património. 

Vivas à Portucel e aos pirómanos das empresas de "combate aos incêndios"!

Quanto aos políticos, conseguiram criar por cá um sistema que promove gente comprada, responsável exclusivamente em relação aos que sustentam os partidos e as carreiras dos seus participantes. Não é por acaso que o imbecil provinciano metido a esperto é o arquétipo do político português nos dias de hoje. Quem quer fazer algo longe do mundo das cunhas esbarra num estado a serviço de poucos e acaba desistindo ou indo embora. Os fiscais são tão durões nesses casos... Apesar de tudo, ainda nos vendem panaceias como o "turismo" como a solução, como se o Algarve não provasse que o turismo não enriquece ninguém, mas apenas mantém as zonas que nele apostam na mediocridade económica, beneficiando uns poucos e criando empregos sobretudo para estrangeiros dispostos a trabalhar por uma miséria. E nem falo da infernização das nossas vidas! Ainda lembro quando Lisboa era Lisboa. Que cidade! Eu a considerava a mais imponente das cidades europeias, e ainda assim conseguia ser uma cidade agradável. Hoje é uma merda igual a Amsterdão, Londres e outros centros comerciais que atraem massas que viajam em busca do "safari de selfies".

Mais um para a conta da Portucel.


E, loucura suprema, vivemos num barril de pólvora, cercados por combustível para que a Portucel tenha acesso à matéria-prima subsidiada. Somos nós que fazemos o combate aos incêndios com os nossos impostos (que não são pagos pelos que estão à frente da Portucel pois estes são beneficiados por isenções a fundações ou têm residência fiscal no exterior), e perdemos as propriedades e pagamos com a vida para que as famílias que mandam na Portucel possam viver à Bill Gates quando nem para administrar uma mercearia de vila, sem concorrência, têm competência. E, do jeito que as coisas vão, essas famílias de energúmenos acabarão um dia por vender a Portucel para estrangeiros, arranjando depois um qualquer expediente para sugar o erário (destino comum dos chupa-cabras que bebem o nosso sangue há alguns séculos), e a União Europeia, que já tem pretextos de sobra para tal, vai garantir que o país seja "bem administrado" pelos burocratas de Bruxelas...

Podem ter a certeza de que é a mais agonizante das mortes.

Não podendo divulgar aqui as fotos dos portugueses queimados nos incêndios para que a Portucel continue a dar lucro para uma meia dúzia de degenerados, deixo aqui algumas fotografias de outras vítimas para que toda a gente não tenha dúvidas a respeito do que se passa.

domingo, 8 de outubro de 2017

O Brasil à venda

Ao menos poderiam respeitar o Gal. Villas-Bôas pois ele é um patriota.


Enquanto a crise política brasileira se aprofunda, e os piores ocupam as primeiras posições nas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial em 2018 (Lula, Bolsonaro e Marina Silva!), sinais preocupantes são emitidos por alguns oficiais das forças armadas. A palestra dada pelo General Moron numa "loja de aventais" foi um marco na história da instituição militar. Não me recordo de nenhuma ocasião em que um general brasileiro na activa não apenas imputou o fracasso brasileiro à própria brasilidade, propondo como antídoto a americanização, mas chegou a defender abertamente a abdicação do exercício de instrumentos económicos essenciais à soberania, ainda por cima numa nação indefesa como o Brasil, e das salvaguardas necessárias para a manutenção da Amazónia enquanto território brasileiro, e isso num contexto em que o governo americano, ao mesmo tempo que faz uma inflexão para o proteccionismo, volta as suas garras para a parcela meridional do Novo Mundo! 

Confesso que me senti decepcionado com o grau de bananização entre oficiais brasileiros. Interessa desde já saber quem é quem entre os generais para compreendermos a força deste sector bananeiro que, não receio afirmar, é uma quinta coluna a serviço de Washington. Espero, para bem da soberania da nação brasileira, que tem potencial para ser mais do que um gigantesco Porto Rico, ou um conjunto de Haitis, que este sector seja minoritário e que as opiniões emitidas pelo General Villas-Boas, em conformidade com o pensamento estratégico que sempre orientou as nossas forças armadas, sejam preponderantes. Mas tenho as minhas dúvidas. Há poucos dias o deputado Jair Bolsonaro, um sujeito cuja carreira militar prova ser um inimigo das forças armadas, que ajudou a desmoralizar numa altura em que estas se encontravam sob ataque de quase todos os sectores políticos nacionais, com direito à entrevista na Veja, uma típica acção de guerra de propaganda que favoreceu aqueles que desejavam diminuir a importância política das forças armadas brasileiras, e as condenar à penúria material, foi convidado para discursar numa instituição de ensino militar em Brasília. 

Bolsonaro, agora ligado ao PSC, formação caricata que congrega pastores evangélicos descaradamente comprometidos com a defesa de interesses americanos, o que é apenas um "upgrade" urbano para uma técnica usada há mais de um século na África sub-saariana (e há décadas na Amazónia), conta não apenas com estes apoios à direita, mas sobretudo com as ondas levantadas por agentes provocadores à esquerda. Quem em são juízo, ao menos se tiver alguma cultura política e histórica, poderá achar que acções como a promoção de eventos artísticos baseados em tabus como a pedofilia, ainda mais quando são promovidos por instituições como o Banco Santander, no actual momento que o Brasil vive, são fortuitas? Por coincidência, a luta contra a sexualização das crianças é um dos pilares retóricos da popularidade de Bolsonaro. Ao meu ver, está mais do que claro que foram acções de provocação cujo intuito é aumentar a polarização da população, privilegiando, à esquerda e à direita, os candidatos que melhor representam os exaltados, grupo no qual se insere Bolsonaro. O ataque da revista Veja, todo ele feito a partir de pressupostos esquerdistas, também vai nessa direcção pois gera o mesmo efeito de polarização.

E agora Bolsonaro vai aos EUA tentar arranjar uma audiência com Trump para tentar se vender como a melhor opção para o interesse americano e, pasmem, visitará o charlatão Olavo de Carvalho e partipará de um debate com o mesmo no Inter-American Institute, velho conhecido dos leitores do blogue. Mais abaixo deixo três links de artigos para que os novos leitores conheçam bem a acção do Inter-American Institute e dos sujeitos que participam da iniciativa. Para terminar, lembro aos ingénuos bolsonaristas que não querem aceitar que o "mito Bolsonaro" é uma criação olavista que, antes de Olavo e seus asseclas, gente distribuída em vários meios de comunicação e que inclui políticos como Marco Feliciano, o terem promovido, Bolsonaro não passava de um político de ghetto que era visto como um personagem folclórico. Foi a partir da sua adopção pelo olavismo que Bolsonaro saiu do ghetto e o "mito" foi criado. Graças a isso, em cerca de três anos um político incapaz de conseguir se eleger para algo mais importante do que Deputado Federal se tornou num presidenciável, e por essa razão Bolsonaro já deixou claro, mais do que uma vez, que deseja Olavo de Carvalho num ministério ligado à educação ou à cultura se for eleito presidente. Abram os olhos enquanto é tempo...

 

sábado, 7 de outubro de 2017

Independência da Catalunha: Uma grande palhaçada

Felipe, dou o braço a torcer: és matreiro como uma raposa!


Não tirem conclusões precipitadas do título do post. Minha posição sobre o tema é complexa e transcende o facciocismo que mais uma vez divide a massa em "direita" e "esquerda". Não por acaso, agora até o futebol entra na disputa. 

Do lado "independentista", que de independentista nada tem pois a fragmentação dos actuais estados nacionais em regiões directamente submetidas a Bruxelas, aumentando o poder desta sobre os vários povos europeus (pesquisem a respeito do EURES), é desejada por uma enorme parcela dos europeístas, sabemos quem são os seus promotores e financiadores. Entre estes, vale a pena citar George Soros, que ao mesmo tempo promove a extrema-esquerda independentista na Catalunha e a extrema-direita totalitária e unionista na Ucrânia! Portanto, fica aqui bem clara a minha posição em relação aos "independentistas": não passam de desordeiros a serviço de interesses completamente contrários aos catalães.

Do outro lado, temos o Estado Espanhol, o mesmo que sob diversos governos apoiou coisas como as Guerras de Fragmentação da Jugoslávia, para não falar das Guerras do Iraque, da Ingerência na Síria, da Destruição da Líbia, da Divisão do Sudão, da promoção da hostilização à Rússia e por aí vai. Sorte de Madrid que Moscovo age de forma responsável e não deseja aproveitar a crise catalã para ferir a unidade de Espanha. Mas nada disso realmente interessa. O que desejo fazer é entender o que está por detrás deste movimento estúpido, e da reacção ainda mais estúpida à iniciativa "catalã".

É mais do que certo que a independência catalã não acontecerá. Se as elites locais que dominam a Generalitat resolveram agir, não foi por iniciativa de poderes internacionais capazes de manter o Estado Espanhol paralizado diante de um facto consumado, mas foi de certeza por terem sido instigadas a partir de dentro. Nos dias que correm, para abortar a independência catalã não é preciso mais do que uma operação policial! Isso não é nada de novo na História. Da crise, e da escalada descarada potenciada pela intervenção das autoridades espanholas, justificadas por sua vez pela acção de centenas de vagabundos contratados para espalhar a desordem e criar "eventos polarizadores", o único resultado possível é um aumento sem precedentes dos poderes do estado espanhol sobre os cidadãos, ou melhor, súbditos. Estamos diante de um movimento cujo objectivo é semelhante ao que está por detrás do incentivo ao influxo de milhões de "jovens", predominantemente do sexo masculino, na Europa: criar divisões e crises que justifiquem um aumento de poderes do estado sobre os cidadãos, abrindo brechas para que Bruxelas dê mais passos em frente. Não por acaso, a Europa deixou de ser um continente cujas polícias quase que andavam desarmadas para se tornar numa distopia onde unidades paramilitares desfilam nas ruas das metrópoles descaracterizadas e nos aeroportos transformados em bazares com máscaras, armas automáticas e cães. E vai ficar pior!

Diante do resultado pouco satisfatório dos desenvolvimentos da Catalunha (especialmente se houver violência), para que o perigo secessionista não crie situações análogas no resto da Europa (estou sendo irônico), os iluminados de Bruxelas proporão a "regionalização" das várias nações europeias, com destaque para as regiões transfronteiriças, oferecendo ao público uma suposta alternativa que resolva as contradicções dos estados nacionais num modelo, diante da "alternativa espanhola", aparentemente mais democrático. E isto até seria uma boa oportunidade para que o exército europeu finalmente se formasse. Creio que a maioria dos catalães cairia na armadilha, achando que no momento em que unidades maioritariamente francesas e alemãs substituíssem o exército espanhol estariam bem melhor.

Caros, no meio disso tudo o melhor que podemos fazer é não jogar mais lenha na fogueira, afinal, é isso mesmo o que os poderosos desejam. Porém, acho que isso é pedir demasiado das massas estupidificadas. Elas adoram ir para a rua com bandeiras e causar confusão. Basta acompanhar as notícias do mundo do futebol...