Qual documento foi forjado, Olavo de Carvalho?

Será isto mais um documento forjado? A Veja que o diga...

Hoje, em claro desespero de causa, o astrólogo Olavo de Carvalho mudou a táctica até aqui seguida e quebrou o silêncio absoluto em relação à existência do blogue prometheo (apesar de citar a mim e ao meu irmão, distorcendo o nosso nome, continua com um temor cafre em citar o nome "Caio Rossi"), passando a nos acusar de forjar documentos e inventar acusações absurdas. Depois de afirmar que trabalhamos para os serviços de inteligência da Rússia, para o PT, para o Lyndon la Rouche e até mesmo de sermos simples criminosos (resta saber o que ganhamos com isso), agora somos falsificadores.

Quanto às supostas "acusações", se trata apenas de uma. Para que fique bem clara a todos, a repetirei: Olavo de Carvalho é um perenialista que se faz passar por católico e lidera uma seita que coordena uma rede cujo objectivo está longe de ser insignificante. Nada mais. Quem conhece os autores romenos (e as respectivas biografias) nos quais Olavo de Carvalho buscou inspiração, alguns bem próximos, como Andrei Plesu, compreende a ambição de Olavo de Carvalho.

Relativamente à acusação de forjarmos documentos, o que seria um crime grave e um trunfo legal decisivo nas mãos do astrólogo que, apesar das repetidas promessas de nos processar quando tudo começou, até hoje nada fez, logo ele que durante anos fustigou os militares brasileiros por não processarem figuras ligadas ao PT, voltando a nos citar hoje apenas porque a verdade saiu dos limites em que ele se sentia confortável (até o Rodrigo Constantino, que evita ao máximo se comprometer, já fala abertamente em seita), perguntamos: que documentos foram forjados por nós?

Para facilitar a vida do astrólogo, citamos alguns dos documentos já trazidos a público na lista de perguntas que seguem abaixo:

1 - Foi o processo em que constavam as cartas de Martin Lings onde confirmamos o seu nome muçulmano (Muhammad Ibrahim) e o do Luiz Gonzaga de Carvalho (Ahmad), para além do facto de teres sido iniciado por Martin Lings num estranho ritual em que fazias o papel de Luís Mott?

2 - Foi o processo em que te apanhamos dando falso testemunho à polícia quanto às tuas habilitações académicas?

3 - Foram os artigos de jornais e revistas onde o teu passado como astrólogo e membro de seitas ficou provado?

4 - Foi a acta do "curso de filosofia" em São Paulo que mostrava que tinhas fundado a tua própria seita depois de andares na seita do Idries Shah e do Frithjof Schuon, entre outras?

5 - Foi o Dossier Schuon, onde ficamos a saber que Frithjof Schuon se interessou por ti por causa da tua magnífica técnica (le voodoo brésilienne) de sacrificar galinhas e gatos, entre outras coisas curiosas?

6 - Foi a tese onde descobrimos que o Tales de Carvalho, tal e qual o pai, ainda pertence ao mundo das Tariqas, com direito a fotografia e nome islâmico?
 

Sendo assim, peço ao distinto senhor astrólogo que cite um único documento que tenha sido forjado por nós, ou que tenha sido forjado por outros e utilizado por nós. Não é preciso sequer provar que o documento é forjado. Basta citar um documento qualquer. Sabemos muito bem que não o farás, tão bem quanto sabemos que és um líder de seita no sentido literal, e não apenas no sentido figurado.  

Aliás, por isso mesmo não me causa tanta estranheza que um suposto católico ferrenho mantenha amizade com ou outro líder de seita, o espiritualista anti-católico inveterado Waldo Vieira, que o tratava por meu amigo Olavo de Carvalho. Mas é a relação com outro líder de seita, muito mais influente, que precisaria ser melhor explicada. Refiro-me à curiosa proximidade entre os círculos de Sidi Muhammad e o Reverendo Moon, líder da infame Igreja da Unificação (a dos “Meninos de Deus”). Olavo de Carvalho já defendeu publicamente, em uma comunidade do extinto Orkut, a neutralidade política do coreano, apesar dele financiar o conservador Washington Times, e o fez com base na suposta autoridade de ser amigo do editor do jornal (como se isso não fosse, por si só, motivo de desconfiança).

Poucos parecem saber, no entanto, que o trabalho anti-comunista de Olavo de Carvalho no Brasil foi precedido pelo do próprio Reverendo, que mantinha – ou talvez ainda mantenha, mesmo que sob outro nome ou de forma mais informal e um tanto obscura – uma organização com essa finalidade denominada CAUSA.

Um dos que cooperaram com ela, dando palestras para senadores e congressistas americanos, foi, segundo site mantido pela própria Igreja da Unificação, o Sr. Constantine Menges. Menges foi aquele americano que denunciou, em língua inglesa, a operação do Foro de São Paulo na América Latina. Olavo tentou minimizar a importância do artigo ter sido reproduzido do mesmo Washington Times mantido pelo Ver. Moon, e os dois até trocaram e-mails.

E temos mais uma “coincidência” nas relações do guru da Virgínia com o líder da poderosa seita coreana: seu amigo e gnóstico Meira Penna rasgou elogios à ação política do Reverendo na unificação das duas Coréias, tipo de acção essa que Olavo garantiu, no Orkut, não existir.

O anti-comunismo “cultural” do Reverendo assemelha-se à acção de Olavo de Carvalho no Brasil, com o que chama frequentemente de “resgate da alta cultura” no país. Mesmo que os dois jamais tenham tido qualquer relação, a CAUSA mantida por Moon destrói o mito simplista de que a mera oposição ao comunista baste para dar legitimidade aos que o combatem. As olavettes precisam saber que nem todas as lutas são entre o Bem e o Mal. Há também aquelas em que diferentes males disputam pela primazia.

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