sábado, 24 de maio de 2014

Reizismo: doença infantil dos monárquicos (liberais)



Hoje dei de cara com uma manifestação de reizismo que muito me surpreendeu, ainda que não tenha ficado abalado. Os monárquicos brasileiros constituem um dos grupos mais activos na denúncia da demolição do Brasil, incluindo a questão indígena, problema criado por interesses globalistas com o intuito de justificar uma futura gestão privada da Amazónia em nome da comunidade internacional, porém, não conseguem dizer o nome dos cabeças desse movimento, à excepção dos Rockefellers da vida, pois a maior parte deles é constituída por monarcas.

Para um tradicionalista, isso não constitui problema, mas esses ainda são uma minoria entre os monárquicos brasileiros, resignados à opção liberal devido às circunstâncias locais, em que uma suposta independência sepultou um mítico Brasil "colónia de exploração" e inaugurou uma monarquia genuinamente brasileira fundada numa constituição liberal. Admito que os resultados alcançados nalguns pontos, como a estabilidade administrativa e política, especialmente nas últimas quatro décadas (mas não esqueçam as três décadas de guerra civil intermitente), foi extraordinário se os comparamos aos feitos republicanos, porém, a verdade é que a monarquia brasileira liberal foi também uma farsa e fracassou, caindo sem que um tiro fosse disparado e deixando todo um povo desamparado diante da sanha daqueles que sob a monarquia já eram fortes, mas ainda encontravam alguns limites, transformando-se depois na oligarquia parasitária cuja obra está à vista de todos: uma nação sem coluna vertebral, apesar do seu gigantismo e do seu potencial, vulnerável a qualquer tentativa de partilha do seu território, o que acontecerá tão logo as condições internacionais favoreçam tal passo, e ainda mais dependente dos bancos internacionais.

Porém, até agora os monárquicos brasileiros se calavam, por pudor, diante das constantes visitas - e do financiamento - de figuras como o eterno Príncipe de Gales aos territórios e populações fronteiriças sob influência do globalismo, fazendo de conta que nada de mal se passava. Mas parece que o pudor se foi. Há pouco, li uma homenagem da Causa Imperial à visita do globalista Harald V da Noruega a uma aldeia "ianomâmi", destinada a legitimar e propagandear uma farsa "generosamente" financiada pela erário da sua nação:




Harald, monarca de um estado engessado e de súbditos dos quais podemos dizer com toda a propriedade o mesmo que disseram romanos dos gauleses, gallus quoque in bellis floruisse audivimus, cuja sorte é ter uma população exígua e recursos naturais abundantes, como o petróleo, sobrevalorizado pela manipulação do mercado cuja base é a máquina de guerra do atlantismo, o que permite um rendimento que faz da Noruega uma espécie de emirado em território europeu, ostenta um belo currículo, fazendo parte do Conselho dos 300 e da WWF, entre outros clubs para cavalheiros discretos, e estando por detrás várias ONGs ligadas ao governo da sua nação em operações de financiamento e treinamento de grupos separatistas na Amazónia, como o CIMI, a Comissão Pró-Ianomâmi, o Conselho Indígena da Amazônia Brasileira, a Organização Pró-Amazônica Nativa, o Instituto Socioambiental e a Rain Forest Foundation. 

Diante de tal facto, mandei um comentário de repúdio a essa homenagem anti-patriótica, para não dizer criminosa. Mas lá, tal como cá nessas associações reizistas tomadas por aventais e outros seres obscuros, a verdade é censurada. Dos dirigentes dessas associações nada espero, a não ser o mal, e por isso é preciso combater a base do poder que essa gente possui sobre grande parte do povo com tendências monárquicas, o reizismo, doença infantil dos monárquicos. Por mais paradoxal que pareça, a verdade é que o apego dos liberais pelas monarquias modernas da Europa Setentrional não passa de um fetiche revivalista de pessoas levadas a aderir a tal macaqueação de monarquia por capricho, como fica claro, por exemplo, nas figurinhas que circulam no âmbito do PPM. Apesar de falarem todos em constituição, como se não tivesse havido sempre uma constituição, a verdade é que a única coisa que têm para dar e os distingue dos defensores da actual república liberal é o culto ao rei, seja ele quem for, afinal, se é rei, é bom. 

Da minha parte, quero distância disso. Nunca gostei dos contos da Disney e é justamente isso o que vejo nas tais monarquias moderninhas. Não é por acaso que Sir Elton John foi o compositor de um famoso "requiem" para a actual casa ocupante do trono britânico. Diziam os antigos que gosto não se discute, mas eles não conheceram a monarquia britânica:



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