domingo, 11 de maio de 2014

Olhando para a Ucrânia de uma perspectiva “quadrada”



Já foi assim...


O contraste entre a gravidade da crise ucraniana e a facilidade com que a maioria toma partido não augura um desfecho suave. Estou convicto de que Putin, apesar dos esforços, não conseguirá evitar a guerra e se prepara para um golpe que o permita anular a ameaça representada pelo Ocidente sob ocupação sionista e pela China. No último caso, a liberdade de acção dos russos vai diminuindo rapidamente pois não há como competir com o desenvolvimento chinês em nenhum sector de importância fundamental para garantir a segurança militar, que a Rússia só terá enquanto os seus sistemas de mísseis forem eficazes contra os adversários. A longo prazo, a Rússia está condenada pela demografia e pela competição de adversários mais dinâmicos, gozando no presente de uma segurança militar que é colocada em causa no front interno, onde Putin parece ser a única garantia de coesão entre sectores com interesses muito divergentes, quando não claramente antagónicos. Caindo Putin, o que poderá acontecer se este perder a face na sua política externa, a sua carta mais valiosa, o mais provável é que a Rússia sofra um processo de desestabilização e seja esmagada pelas forças conjuntas do globalismo sionista-ocidental e da pragmática China.

Relativamente à Ucrânia, ainda mais considerando que a tal independência que muitos propõem nada mais é do que a anexação daquele território pela união europeia e pela NATO, e não me venham com conversas pois é disso que realmente se trata a política advogada pelos tais "independentistas" (mas a Ucrânia já não é independente?), que em nome da luta contra os crimes pretéritos da URSS, dos quais os russos foram a primeira vítima, é bom que não se esqueça, agora se unem aos interesses que estiveram por detrás da imposição do comunismo aos povos leais ao Czar de Todas as Rússias! O absurdo da situação chega ao ponto da entidade sionista apoiar abertamente neo-nazis ucranianos, convenientemente esquecendo a mitologia do holocausto que tão bem utiliza para jogar a opinião pública contra os que a desejam alertar para a realidade. Assim, entre apoiar aventureiros cuja acção, se bem sucedida, só irá reforçar os principais inimigos da minha nação, ou seja, a união europeia e a aliança atlântica, e pode despoletar uma guerra mundial na qual o meu povo, contra a sua vontade, será envolvido, se tudo der errado, ou apoiar as reivindicações russas, bem fundamentadas historicamente, fico com a última opção.

Porém, não tomem isso por apoio incondicional à Rússia. Na minha perspectiva, é uma pena que estamos sujeitos ao colonialismo sionista, exercido por funcionários incompetentes, aos quais chamamos políticos, que mais não fazem do que colocar em práctica o que lhes foi exigido em off e desviar as atenções do público de modo que esse não consiga olhar para a realidade a não ser da perspectiva estreita que favorece os interesses daqueles que preferem se manter nos bastidores (e que não morrem nas guerras). Sabemos que a Ucrânia possui uma comunidade católica importante e bastará ler Gogol para compreender algumas das razões da actual tensão com os ortodoxos pró-russos, especialmente os mais influenciados pelo pan-eslavismo e pelo messianismo russo. Os tradicionalistas, aí, ficam numa posição difícil, mas há como desatar o nó górdio, bastando apenas o bom senso e algum conhecimento da História para transcendermos os limites do pensamento convencional.

No caso dos russos não oferecerem garantias para os católicos ucranianos practicarem a sua fé em liberdade, entre outras garantias fundamentais, podemos fazer oposição aos russos sem cair no erro de apoiar o sionismo, ou seja, a união europeia e a NATO. Da minha parte, se a Rússia se voltar contra os católicos da Ucrânia no meio da escalada de violência e não voltar atrás, o melhor a fazer é repartir a Ucrânia, entregando as partes pró-Rússia à Moscovo, em torno da qual sempre orbitaram, e reunindo o resto à Polónia. Porém, tal arranjo só funcionaria, na minha perspectiva, se houvesse uma reorganização mais vasta das fronteiras políticas naquela região, conjugada com e extinção da NATO e da união europeia.Só assim a reorganização daquela zona poderia ficar completa.

É também chegada a hora de resolver a questão báltica, onde também vejo tensões enormes que podem despoletar crises futuras e poderiam ser desarmadas com a restituição da Estónia e da Letónia para a Rússia, possibilidade que podemos pôr em cima da mesa com uma contrapartida: a restauração da monarquia russa sob um quadro legal e material que garanta as liberdades dos povos afectados; e a junção da Lituânia à engrandecida Polónia. Por outro lado, não podemos esquecer a Alemanha, que está mais do que na hora de ser normalizada e reintegrada na Europa como estado soberano, reparando as injustiças cometidas contra os seus povos com a devolução aos mesmos das partes da Polónia e da República Checa que até recentemente foram alemãs. 

A República Checa e a Eslováquia poderiam ser então integradas nessa nova Polónia, ao mesmo tempo que a Alemanha poderia se juntar à Aústria, criando assim dois estados poderosos na Europa Central, que dariam a essa um equilíbrio desde há muito inexistente e garantias de defesa eficaz contra o poderio russo, ou contra outras influências. Tal alternativa teria também outra vantagem para a restauração da Euroa pois criaria dois estados católicos poderosos, ainda que com minorias protestantes importantes. Mas essas minorias, se tivermos em conta o que é o protestantismo e o que seria o catolicismo reforçado por essa mudança política, seriam convertidas aos longo de algumas décadas, especialmente se os padres tomassem vergonha na cara e restaurassem de uma vez os velhos usos, incluindo a missa em latim: se assim fosse feito, os protestantes jogariam a toalha e aceitariam que o seu experimento falhou, a não ser que o fim seja mesmo o de dar ao mundo pastores transexuais, entre outras coisas.  

Os que mandam por aqui não deixarão uma proposta dessas ser posta em cima da mesa pois sabem que as consequênbcias seriam mesmo essas e, o que é pior, teriam a sua querida terceira guerra mundial abortada e um catolicismo reforçado politicamente. Portanto, sabedor de que nada do que foi aqui escrito terá qualquer repercussão, me limitarei a observar o que se passa e a evitar me chatear com a leitura das opiniões vigentes, afinal, ou são pró-sionismo, ou são pró-russas ou são pró-lavo as mãos. Da minha parte, como todos sabem, sou pró-Portugal e, portanto, pró-católico. À falta de alternativa melhor, apoio a Rússia na questão ucraniana, mas isso é algo bem diverso de colocar os interesses da Rússia acima dos interesses do meu povo ou da Igreja.  

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