terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Tradicionalismo em acção: como alcançar o poder (parte 2/2)

Se depender da rapaziada da Endemol, os próximos reality serão inspirados por Clio...


Excluindo a defesa da propriedade, que no fundo não passa da defesa cega de certos princípios téoricos que na prática beneficiam o acúmulo de propriedade por alguns às custas da proletarização do todo, mas ainda assim fornece um simulacro de ordem que esconde a desordem em que vivemos, o que une o tal conservadorismo burguês a não ser o medo do comunismo? Nada!

A compreensão disso é necessária para não cometermos os erros passados e derrubarmos o regime, que por sua vez está para morrer e dar lugar a uma outra ordem ainda mais brutal. Quem derrubá-lo determinará a ordem futura. No passado, em nome de uma “responsabilidade” que o inimigo, instruído nas artes da negociação graças ao seu passado de merceeiro, soube explorar, estivemos sempre dispostos ao consenso diante da exibição de força. O inimigo mostrava os dentes e exigia tudo. Nós ameaçavamos reagir e no fim chegávamos a um acordo onde o inimigo adquiria metade do que era nosso e nós perdíamos isso comemorando o facto de ficarmos com a outra metade, e em paz por algum tempo, como um êxito. Com o fortalecimento resultante da sua melhora de posição, o inimigo logo tratava de avançar novamente, ainda mais confiante.

Tem sido assim até hoje, especialmente quando resolvemos entrar no jogo dos partidos e facções ao invés de rejeitar “o sistema”. Por essa via, e bastará olhar para os resultados obtidos ao longo dos últimos dois séculos para comprovarmos a minha afirmção, mais não conseguimos do que desacelerar momentaneamente o movimento, mas jamais o fizemos retroceder.

Observando a nossa situção, devemos perguntar o que isto significa para nós. Significa que devemos reformular a nossa estratégia e refinar as nossas tácticas. Tenho visto os simpatizantes da tradição, algo que é muito diverso de ser um fetichista da tradição morta, que mais não quer do que macaquear os reflexos passados da verdadeira tradição ao invés de usar os seus princípios no contexto actual, e nenhum tradicionalista sério pode negar que as mudanças materiais nos obrigam a isso, afinal, quando a tradição guiava a nossa acção, nunca ficamos estagnados, havendo sempre a criação de novos usos e caindo tudo o que era obsoleto em desuso, divididos entre os que se isolam por completo, o que mais não é do que uma espécie de suicídio, ou servindo as facções do regime por medo, vaidade ou até interesse material. Isso só reforça o inimigo, que em troca de promessas, algumas acções e regalias facilmente revogáveis, vai conseguindo nos desunir no jogo dialéctico inerente ao regime. Agindo passivamente não chegaremos a lado nenhum, apenas facilitaremos a vida do inimigo. Temos que tomar a iniciativa!

Ainda que pensemos em termos simplórios, de ganhos dentro do regime, só teríamos a ganhar com a radicalização anti-regime. Quanto mais agressivos formos, e quanto mais espaços ocuparmos, e podemos fazê-lo pois a nós cabe dizer as verdades que todos os outros omitem, e o povo mais atento desconfia, ainda que não saiba o que se passa exactamente, que o que temos a dizer é verdadeiro, melhores serão as contrapartidas oferecidas. E devemos ter em mente que a nossa fidelidade não é para com qualquer facção ou figura pública, mas sim para com Portugal. Que as facções do regime fiquem sempre nervosas em relação ao nosso apoio ao invés de se sentirem seguras, como estão em relação ao apoio dos nossos irmãos monárquico-liberais, que em troca de afagos pré-eleitorais, se prestam às piores figuras, perdendo a face diante do povo, que os associa ao pior do regime, sem ganharem nada em troca, a não ser alguma exposição fugaz. Até hoje temos visto nossos irmãos monárquico-liberais cortejados por altura das eleições, chegando inclusive a obter informações sigilosas a respeito das possíveis simpatias monárquicas deste ou daquele, para depois serem descartados. Esquecem, para começar, que os políticos do regime são especialistas em se confessarem simpatizantes de tudo o que parece conveniente aos ouvidos dos interlocutores do momento. É o truque mais baixo da política, mas funciona pois as pessoas inseguras, que são a maioria, são movidas mais pela esperança do que pela razão.

Quanto ao resto da população não alinhada com o regime, ela costuma ceder perante o medo, acabando por legitimar o que é apresentado nas eleições como o menor dos males. Temos que abrir os olhos de todos, dizendo-lhes que o truque é sempre o mesmo: fazer de conta que o regime é mais forte do que é e tem o apoio da maioria, forçando assim a verdadeira maioria aceitar a perda como ganho num jogo dialéctico semelhante ao do polícia mau x polícia bom! Ainda somos fracos como força política, mas o nosso potencial é maior do que o de qualquer partido, afinal, não representamos os interesses de qualquer classe ou facção, mas apenas os interesses dos que não fazem parte do regime, e estes são os que o sustentam e possuem maior virilidade. 

Estamos a um passo de sermos a grande força política. Em nós se encontram as respostas para os problemas que afectam os excluídos, os remediados e os que estão muito bem na vida, mas vivem sob cerco de um regime que faz o que pode para destruir todos os que estão do lado de fora da loja, ou são demasiado viris para fazer parte de qualquer clube de homens acima de qualquer suspeita. Nosso objectivo não é defender uma bandeira de classe contra todas as outras, mas sim defender a bandeira de Portugal contra uma minoria de traidores ao serviço de interesses alienígenas, aos quais interessa destruir as nossas já parcas liberdades e nos escravizar a conta-gotas num processo de proletarização gradual. Temos que expor publicamente os agentes de tais interesses, sem fazer distinções e nos deixar corromper por simpatias, e nos preocuparmos em ganhar o coração do homem comum que não se resigna à cegueira, tão conveniente nos tempos que correm. É ele, como já afirmei, o elemento viril da sociedade, o elemento capaz de agir e que estará disposto à acção assim que o campo de batalha estiver limpo da névoa de propaganda que ainda torva a visão da maioria. Os outros não devem nos preocupar pois hão de sempre ficar à margem, a espera do vencedor. Bastará mudar a maré para fazê-los passar para o nosso lado, e isso é possível.

Nossa acção, ao princípio, deverá ser didáctica. Nada temos a esconder, portanto, será fácil expor o que se passa ao homem comum, que está mais do que preparado para entender que temos a dizer pois não somos nefelibatas divorciados da realidade, como o são comunistas e liberais. Temos que arranjar meios de falar directamente ao povo e de agir em rede, porém, sempre com o cuidado de passar a verdade em doses homeopáticas. Para facilitar o nosso trabalho, devemos destruir a reputação de “todos” os que escrevem e trabalham nos grandes media. Isso é fácil: basta expô-los. Está na hora de criarmos fichas de jornalistas e “formadores de opinião” que possam ser consultadas por todos os interessados, e devemos fazer o mesmo em relação a todas as figuras públicas. Enquanto instruímos o homem comum, ou melhor, damos a ele as armas que a educação de massas e os grandes media lhe roubaram, não podemos deixar de atacar o poder do grandes media sobre a própria classe intelectual. Caros, está mais do que na hora de fazer toda a gente entender que os jornais e revistas (lembro de uma excepção, o Diabo) são feitos para idiotizar e não devem ser lidos. Devemos criar uma cultura de rejeição da foleirice televisiva, incentivando as pessoas a deixar o ecrã de lado, a não ser para verem filmes em DVD. Quem assiste televisão está a ser idiotizado e temos de dizê-lo.

Tudo isso para começarmos a dar passos ainda mais ambiciosos. É preciso incentivar e ensinar a todos a atacar o sistema. Acções como a promoção da sabotagem do património tomado pelos bancos são fáceis de se promover. Despejar sacos de cimento nas tubulações, subornar fiscais para trocar as leituras dos contadores das companhias monopolistas, boicotar as grandes cadeias de hipermercados, entre inúmeras outras iniciativas, colocarão os "poderosos", que só o são enquanto enquanto estão coesos têm a colaboração da maioria atomizada, contra a parede. Temos também de pressionar o Duque de Bragança, forçando-o a escolher entre aqueles que o separam do povo, em troca de promessas e “favores” que muito dizem da pobreza de espírito de certos ricassos que posam de bons católicos e monárquicos, mas estão bem encaixados no regime ao qual interessa que o Duque de Bragança continue isolado, ou ficar com o povo, que lhe dará tudo em troca do seu amor incondicional. É preciso lembrar a ele que o povo, se quiser, pode fazer reis, mas não há rei sem um povo! 

Mas é preciso que estejamos dispostos a arriscar tudo. No momento em que vivemos, e é necessário dizê-lo para não cometer uma injustiça contra os nossos antepassados, que erraram de boa-fé, apesar de tudo, e não por temor, sabemos que vamos perder tudo se não agirmos. Os planos das nossas elites podem ser conhecidos por todos os que o desejam e sabemos que passam pelo estabelecimento de uma ditadura global, acabando assim com a mais antiga salvaguarda contra a perseguição: o exílio. Há um século, ou século e meio, não podia o homem comum, e mesmo a maioria esmagadora dos homens instruídos, saber a que ponto chegava a loucura das elites gnósticas que dominaram o Ocidente: pensaram que era possível chegar a um acordo, o que vimos que mais não foi do que uma trégua que o inimigo aproveitou para voltar a atacar com mais força. Mas hoje são muitos os que sabem e as provas estão ao alcance de qualquer criança de 8 anos. Não querer arriscar tudo agora, quando podemos vencer, pois hoje temos os intrumentos para também agir me conjunto, evitando a atomização dos esforços que o inimigo sempre soube explorar tão bem, significa aceitar a derrota e a perda de tudo. Vale a pena? Não! Cabe a nós dizer a verdade com destemor. Cabe a nós expor tudo o que se passa sem medo das reacções. Os fracos resistirão à verdade, mas fracos nada mudam. Os fortes saberão aos poucos do que se passa, e eles serão os capitães da nossa causa. 

Temos de dizer, sem vergonha, que desejamos restaurar Portugal e para isso temos que matar o regime. Temos de fortificar o nosso espírito na perseguição e criar líderes através do exemplo. Temos de nos expor ao máximo, até para testar a fidelidade dos que nos rodeiam. Evitar as pressões até o momento da acção aumenta o potencial destructivo da traição. Os traidores estão em toda a parte e é melhor que saibamos logo, antes que eles possam causar dano, quem são os fracos. Seguindo essa via, estaremos aptos a avançar. Nossa meta é preparar a resistência civil! Caros, bastará uma greve fiscal para fazer o regime cair. Podemos e devemos chegar lá, e para lá chegarmos, temos de estar dispostos a muito mais do que estão dispostos os mercenários do regime, incluindo morrer em nome da causa. Eles, não esqueçam, fazem o que fazem em troca de ganhos materiais e por medo. No momento em que sentirem que o povo acordou, mudarão de lado e se voltarão contra os seus antigos senhores. Cabe a nós recebê-los quando estivermos numa posição de superioridade, prometendo aos que não estão envolvidos com crimes de sangue e alta-traição a amnistia, o exílio e garantias de que não ficarão na miséria. 

Não tenho ilusões. Os que estão no poder matam, e o mesmo vale para os seus agentes. Mas nada disso nos vai derrotar se soubermos lidar com a situação de forma viril. Devemos lutar pelo marírio, devemos forçar o regime a eliminar os nossos e encarar a própria morte como um prémio. Os futuros portugueses serão gratos a todos os que tiverem o privilégio de provar o seu valor dessa forma. Tal e qual os mártires cristãos da antiguidade, o nosso sangue vai incendiar os corações dos outros e acelerar a morte do regime. Diante do combate, quando a ilusão do acordo se desfaz, um português nunca recua: clama pela acção! Não será diverso no nosso tempo. Vivemos a reclamar dos jovens, e de facto a maior parte deles está desencaminhada, mas está pois trataram de lhes esconder o caminho. Os jovens, ou melhor, a parte mais valiosa deles, a futura aristocracia de Portugal, nos ouvirão e infundirão o movimento de restauração com vida. E tanto melhor que o “sistema” tenha promovido neles a rebeldia! Tudo o que temos a fazer é lhes mostrar que somos nós os verdadeiros rebeldes! Querem os jovens lamber as botas de gajos que foram jotinhas na juventude e hoje não passam de paus mandados efeminados?

Junto a essas acções, devemos também actuar a nível político, mas com o cuidado de não nos misturar com o regime. Temos que assediar os jovens militares e os jovens universitários, de um lado, e prepararmo-nos para agir no quadro da partidocracia, mas não a nível nacional. Temos que arranjar recursos e ganhar uma câmara num município, usando-o como modelo a ser exportado aos outros municípios da nação. Para lutar contra um sistema unificado a partir de cima, que domina os estractos abaixo do topo dividindo-os em facções controladas por uma rede encoberta, afinal, ele foi configurado por quem actua contra a maioria, temos que atacar de baixo, unindo os povos locais no seu ódio comum contra o poder centralizante e fazendo-os agir em rede, abertamente e a nível nacional, de modo a evitar que o sistema consiga de um golpe derrotar-nos, enquanto expomos as ramificações locais da tal “rede discreta”, condenando-as ao ostracismo. Bastará um golpe cirúrgico contra Lisboa para fazer o regime cair. Se utilizarmos os municípios para, num momento em que seja lançada a campanha de resistência civil, liderarmos os povos locais de maneira a lançar uma greve fiscal e colocar as forças militares e de segurança diante de uma escolha que o regime deseja evitar, o regime se verá de mãos atadas.

Numa tal situação temos de recordar que os inquilinos de Portugal, e falo das famílias de banqueiros, apelarão, através dos seus paus mandados, os políticos, às forças militares da união europeia, convidando-as a entrar cá em nome da pacificação. Aí entra a terceira vertente da nossa acção: a externa. Estreitar os nossos contactos com os defensores da tradição ocidental por todo o continente europeu, e também nas Américas, de modo a pôr pressão sobre os patrões dos inquilinos de Portugal, é essencial. Nesse ponto, temos que dar prioridade ao fortalecimento dos nossos laços com a Rússia. A ela, mais do que a qualquer outra nação, interessa que os actuais regimes que dominm o Ocidente e, a partir dele, quase todo o resto do mundo, caiam. A alternativa, sabem as elites russas, é a destruição. 

Caros, acreditem que nada disso é impossível e será uma vergonha se fracassarmos. Passaremos por tempos difíceis, ainda que consigamos derrubar o regime a tempo, mas a victória contra o regime está ao nosso alcance, e é nessessária para que tenhamos possibilidades de sobreviver na crise militar futura que já se faz anunciar. No actual momento, o estado central esmaga os municípios, que são a fonte da grandeza nacional, em favor dos interesses externos (e de alguns interesses menores instalados em Lisboa e no Porto), que desejam acabar com o que restou da liberdade de todos os povos. Nós podemos, e devemos, restaurar os municípios e federá-los, destruindo o estado-feitoria e substituindo-o por uma monarquia tradicional que una os portugueses. Sem a união que só a monarquia tradicional pode nos garantir, estamos condenados. É tão simples quanto isso. 

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