Alguns percalços na vida pessoal me impedem de continuar a série de posts que tinha começado há alguns dias, de modo que terei que concluir o assunto, de suma importância para entendermos o próprio contexto político português pois o Brasil fornece um excelente caso de estudo, mais tarde, especialmente porque o futuro do Ocidente se joga aqui, na Europa.
É no embate entre os seus povos e as suas elites que está o futuro do mundo, sem descurar a importância do que sucederá nos EUA. É mais provável que uma ruptura bem sucedida se dê por cá, abrindo as portas para um novo realinhamento de forças no mundo que contraponha eficazmente o desafio chinês e o perigo globalista, impedindo o envolvimento de todo o Ocidente numa guerra contra a Rússia, o que, em teoria, abriria as portas para uma hegemonia chinesa. Quanto aos EUA, tudo me leva a crer que a sua desestabilização levará à guerra civil e a uma intervenção externa, tornando-se irrelevante para o futuro do mundo, a não ser que os seus patriotas consigam derrubar o governo de ocupação globalista. Ainda assim, isso simplesmente levaria os EUA ao isolacionismo, o que não seria mal de todo. A cartada globalista, estou convicto, falhará, mas isso pode acontecer com ou sem a destruição do Ocidente, dependendo isso da capacidade dos povos europeus de reconquistarem o velho continente, hoje sob ocupação globalista.
Durante muitos anos especulei a respeito da aparente inaptidão das elites ocidentais, e não falo da classe política, mas sim dos que estão por cima dela, intrigado com o desleixo a que votaram o arsenal nuclear, garantia última contra um inimigo determinado a destruí-la. Apesar da habilidade política russa, que é inegável, ainda assim estranhava como foi possível deixar que a URSS desenvolvesse o seu arsenal, inclusive ajudando-a com a cedência de algumas tecnologias, de modo a fazer a balança pender para o seu lado no fim dos anos 80, dando-lhe uma superioridade gigantesca nos dias de hoje, tanto a nível de números como a nível de tecnologia. Essa capacidade técnica, entre outras coisas, permite mudar a trajectória dos seus vectores mais novos em volo, enganando os sistemas anti-misseis ocidentais, e se estende à própria tecnologia anti-míssil, mais avançada que a ocidental e ainda por cima desenhada para contrapor uma ameaça bem menos perigosa do que os novos Bulava e RS-24, ou seja, os velhos Trident II, agora armados de apenas uma ogiva, e os ainda mais velhos Minuteman III, também armados com apenas uma ogiva.
Contar apenas com o arsenal embarcado, uns 900 mísseis antiquados e agora equipados com apenas uma ogiva por vector, me parece demasiado arriscado, especialmente quando temos em conta que existe a possibilidade da Rússia atacar preventivamente, inclusive atacando a posição dos submarinos, que pode ser conhecida por via da inteligência. Porém, tudo faz sentido quando temos em conta a cartada chinesa, e as relações que a China tem mantido com alguns estados "alinhados" com o "Ocidente". A China, e há provas disso, está determinada a seguir um plano para alcançar a hegemonia mundial, recorrendo inclusive ao genocídio de todos os outros povos, e as suas elites sabem que a guerra é inevitável. A alternativa, para elas, é cair.
A Rússia está condenada a longo prazo, e as elites globalistas desejam destruí-la. Assim, resta à Rússia tentar lançar a China numa guerra contra o Ocidente, aos globalistas, fazer uma guerra contra a Rússia que envolva a China, enquanto à China interessa uma victória militar contra as elites globalistas e a Rússia com um mínimo de esforço, tirando vantagens da desgraça alheia.
Nesse quadro, o mais provável é que a Rússia, deixada sem nenhuma opção diante da agressividade do Ocidente (Putin não pode amargar nenhuma derrota na política externa sem cair), que joga com o seu receio da China para a pressionar ao máximo, especialmente depois de uma possível guerra que trará consequências extremamente negativas e a enfraquecerá ainda mais, ataque o Ocidente em cooperação com a China, que receia o seu arsenal do vizinho setentrional, ficando a Rússia com a tarefa da invasão terrestre à Europa e à China uma invasão aos EUA, após um ataque nuclear preventivo russo bem sucedido, ou, o que imagino que acontecerá, um ataque surpresa contra a Rússia após a eliminação dos EUA e uma guerra de extermínio sem precedentes. Em tal situação, quem ficaria a ganhar, em teoria?
Olhando para o Médio Oriente, onde sabemos que é provável que o estopim para a tal guerra pode ser dado num ataque contra a Síria e o Irão, e o Ocidente parece estar a ser levado nessa direcção, quem se aproveitaria do vácuo criado pela destruição das potências regionais e por uma guerra mundial, que reduziria a Rússia, o Ocidente e a China a ruínas, ainda mais porque temos que levar em consideração que serão usadas armas nucleares, biológicas e químicas?
Considerando as forças militares da zona, é fácil chegar a uma conclusão. Abordarei o assunto novamente.
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