quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Fernando Collor de Mello: um talento desperdiçado

Gravitas


Como todos sabem, apoiei Ciro Gomes na última eleição. Era de longe o mais bem preparado dos candidatos, e o único com uma agenda capaz de recolocar o Brasil no caminho que pode levar a maior das nações da esfera lusófona a um estatuto condizente com as suas potencialidades materiais e humanas (a bem da verdade, é a única nação latina com massa crítica para ser uma potência mundial de primeira ordem). Minha convergência com as propostas de Ciro Gomes é enorme, apesar de me afastar dele em questões culturais, porém, nesse ponto deixou de haver conflicto desde que assumiu o compromisso de não ser um déspota iluminado em matérias de costumes. Espero que o Brasil se aguente nos próximos quatro anos, algo sobre o qual não posso ter certezas pois dependerá não apenas da evolução interna, mas sobretudo das pressões exteriores num mundo em clara decomposição, e que o eleitorado não volte a se iludir com aventureiros.

Porém, um outro nome me tem chamado a atenção nos últimos tempos. Para surpresa de muitos, e também minha, tenho sido positivamente surpreendido com a maturidade demonstrada pelo senador  Fernando Collor de Mello em questões de política externa, e mais ainda por saber que ele é, em questões económicas, um liberal. Fui alertado para a actuação do senador Fernando Collor por amigos que o acompanham há algum tempo e posso dizer que a princípio estava reticente, afinal, considero a sua acção enquanto presidente foi extremamente negativa para o país em termos de soberania. Mas sou obrigado a reconhecer que Fernando Collor amadureceu e hoje possui uma visão que faz dele um estadista, e um talento desperdiçado. Conheço bem os parlamentos europeus, assim como os deputados e senadores americanos, e posso assegurar que o senador Fernando Collor está num nível muito superior ao da média no mundo ocidental, para não dizer da média da câmara dos deputados e do próprio senado brasileiro.

Peço a todos que pesquisem a respeito das viagens que o senador Fernando Collor tem feito pelo mundo e que ouçam o seu último discurso, que pode ser acessado no link abaixo, com a atenção que merece. Quem me dera que a última eleição tivesse sido disputada entre Ciro Gomes e Fernando Collor. Posso vos garantir que a qualidade do debate faria inveja a todo o cosidetto primeiro-mundo. De resto, como paulista, estou cada vez mais convencido de que do nordeste virá a solução política para os problemas enfrentados pelo Brasil. Naquelas elites corre o sangue dos heróis de Guararapes e de grandes estadistas que serviram ao multicontinental Império Português. Apesar da decadência dos últimos dois séculos, o orgulho e a adversidade forjaram uma nova elite verdadeiramente capaz de olhar para o mundo com uma perspectiva realista, altiva e nacional!



3 comentários:

  1. O Ciro está falando fino com o Bozo depois da eleições, uma decepção. Parece que a testosterona do Ciro acabou no primeiro turno. O Ciro era uma ilusão e não uma alternativa real.

    O Collor quando foi presidente nunca agiu como estadista. O Collor é apenas um desses políticos que fica fazendo pose de estadista, falando bonito. Dentro da mediocridade do senado brasileiro, que ficou pior depois das eleições, é fácil brilhar.

    Os golpistas da lava-jato destruíram a capacidade de resistência interna (os nossos anti-corpos). Toda vez que o Collor ameaçava ser candidato a presidência a PF ia bater na porta dele, mas isso deve ser apenas coincidência. E o Collor nem é grande coisa.

    Da esquerda não dá pra esperar nada, afinal o PT foi domesticado pelos gringos e os partidos menores não são capazes de agir de maneira independente.

    Brotam problemas e não estou vendo solução e nem consigo imaginar de onde ela vai sair.

    A direita vive correndo atrás de ilusões, primeiro era o Aécio (2014), depois o Temer (2016) a agora o Bozo (2018). Até uma paixonite dura mais tempo que as ilusões dos coxinhas.

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  2. soube que o senhor Collor moderou seu discurso nos últimos anos para diferenciar sua candidatura dos olavistas histrônicos.
    Em oposição aos "coroneis" nordestinos, os paranaense não possuem salvação, estão encantados pelo voodoo da banca internacional e sua caça alucinógena aos gnomos bolivarianos enquanto esquecem de governar.

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  3. Dizer que qualquer salvação virá do Nordeste é coisa de quem não faz a menor ideia de como é a política por aqui. E de quem só conhece Collor, a família Gomes e outros políticos imbecis que daqui saem. Lula foi um grande expoente disso. O atraso em que estamos preso não é a toa. Daqui sai quase sempre o pior tipo de espécie de gente.

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