Acordo EUA-Arábia Saudita: A notícia que realmente interessa

Bizarro e revelador.

Mais um atentado. O que dizer disso? Mais do mesmo. De um lado, ainda que haja variações resultantes de circunstâncias eleitorais locais(Merkel), a esquerda defende a introducção de milhões de alienígenas oriundos do mundo islâmico na Europa e a direita, que consente a entrada dessas massas, avança com a militarização das sociedades ocidentais como forma de combate ao terrorismo que foi criado por essa política suicida de imigração. O resultado está aí: hoje as capitais da Europa Setentrional parecem cidades em países turbulentos da América Latina, ou melhor, vão além e se assemelham ao que vimos em várias distopias do cinema nos anos 80 e 90.

Barricadas, câmaras e policiais de balaclava e armados com sub-metralhadoras e carabinas semi-automáticas por todo o lado. Enfim, o sonho multi-cultural está transformando a Europa numa prisão a céu aberto. Prisão, diga-se de passagem, para os locais. Os alienos são bem-vindos, especialmente se estiverem na categoria "com certeza vai fazer m...". Difícil acreditar em acidente, ainda mais quando o resultado é o aumento dos poderes de regimes controlados por interesses corporativos, os mesmos que forçam a imigração, sobre o cidadão comum. E quando adicionamos a isso a política externa dos países da NATO... Ou seja, é perda de tempo reagir emotivamente aos tais atentados pois já sabemos tudo o que devemos saber a respeito deles. Só se acaba com eles pondo um fim à imigração e resolvendo a questão islâmica, o que não é possível dentro dos nossos regimes. Mais vale manter a frieza e não perder o foco.

Caros, muitos de vocês devem ter ouvido falar no acordo assinado por Trump em Riad contemplando o fornecimento de armas ao feudo dos Saud. Em princípio, fala-se em 105 mil milhões de dólares, com a possibilidade de se chegar a um total de 350 mil milhões. Penso que o último valor inclui gastos de manutenção e operação ao longo da vida útil do equipamento, com possíveis opções de compra futura. Ainda não tive acesso a uma lista confiável das compras sauditas, mas os números são de tal ordem que já se pode tirar algumas conclusões, especialmente porque a Arábia Saudita já possui um arsenal considerável (exemplos aqui e aqui).

O valor em questão faz desse acordo o maior contracto de exportação de armamento já feito em toda a história humana. Estou bem por dentro desse meio e programas envolvendo mais de 10 mil milhões de dólares em aquisições, quase sempre de aviões de caça sofisticados, se contam nos dedos e costumam durar muitos anos, e muitas vezes não são sequer concluídos. Valores mais altos eu só consigo lembrar no caso de programas militares americanos, mas estes não são contractos de exportação e costumam incluir os gastos de desenvolvimento. A Arábia Saudita não tem capacidade para gastar tanto. Já tem gastos militares gigantescos (estima-se que hoje são um pouco maiores que 10% do PIB) e ainda por cima, levando em conta a quantidade de equipamento, e a sofisticação do mesmo, podemos contar com um aumento do pessoal empregado nas forças armadas, especialmente de pessoal qualificado. 

Se excluirmos a capacidade nuclear do Reino Unido e da França, é seguro dizer que, ao menos em termos materiais, a Arábia Saudita terá uma força mais imponente que a de qualquer nação europeia, excluindo a Rússia. Logicamente isso não se traduz imediatamente em poderio militar, como prova a incompetência do exército saudita na guerra do Iémem, mas algo sinistro está em curso. Com uma economia estagnada, reservas monetárias em queda e uma população dependente do "assistencialismo petrolífero",  que de certa forma replica a velha organização tribal, mas trocando a viril pilhagem da guerra pelo emasculante e estupidificante consumismo, agravado pela indolência e pela intoxicação da cultura de massas, a Arábia Saudita é um barril de pólvora. Isto nos leva a perguntar: será que as elites sauditas contemplam uma guerra, de preferência contra o regime de Teerão, como um meio para salvar o regime, e até engrandecê-lo? O facto da elite saudita ter se transformado numa elite transnacional ao longo das últimas quatro décadas reforça essa hipótese.

Um facto a não se perder de vista é que as compras de armas pela Arábia Saudita têm sido utilizadas como pretexto para que o lobby sionista reforce os arsenais de Israel sem que isso cause estranheza noutras nações, especialmente nos EUA, e a retórica anti-iraniana de Trump, assim como suas ligações à judiaria mais sionista, em contraposição ao antecessor, mais chegado na judiaria mais propriamente globalista, nos dão pistas sobre a verdadeira intenção por detrás deste movimento.

Mas além de uma guerra contra Teerão, pode estar também na mesa uma possibilidade ainda mais tenebrosa, que é a preparação para um cenário pós-guerra mundial, o que não é uma impossibilidade. Se o Ocidente, a Rússia e a China se destruírem mutuamente num conflicto generalizado, o poder do trio constituído por Israel, Turquia e Arábia Saudita pode vir a se tornar irresistível. O futuro é incerto, e na incerteza vale a pena considerar todas as hipóteses com cuidado. Seja como for, é absurdo que estejamos tão concentrados num evento mais do que previsível do que um atentado na Europa balcanizada e ninguém se preocupe com algo bem pior, até porque com tanto armamento será muito fácil à Arábia Saudita fazer pelos "rebeldes" da Europa o mesmo que fez pelos "rebeldes" da Síria.