quinta-feira, 26 de maio de 2016

Na Suécia, nacionalistas e esquerdistas se unem contra a NATO. Já por cá...

...fazemos jantaradas, e não é de hoje: é uma tradição de décadas.

Há poucos dias foi preso um agente do SIS em Itália. Segundo as autoridades, tentava passar informações relativas a segredos militares da NATO para os russos, o que me parece ridiculamente absurdo. Não consigo, por mais que me esforce, imaginar um segredo militar em posse de um agente do SIS que já não fosse conhecido de antemão pela inteligência militar russa, ainda mais sabendo que os EUA, o verdadeiro poder militar na NATO, não partilham muito com os seus aliados. Ao saber do preço do arranjo, 10 mil euros, fiquei com a sensação de que os tais segredos que o agente desejava passar teriam outra natureza, do tipo "políticos envolvidos no caso Casa Pia" ou "agentes do SIS infiltrados nos movimentos de oposição ao regime". Isso já faria sentido e explicaria a importância dada ao caso pelo director dos serviços de informação.

Quanto aos movimentos de oposição ao regime, vale a pena comparar o que temos por cá com o que se passa na Suécia, um dos países mais alienados do planeta:

Opposites Attract: Swedish Left and Right Unite to Sink NATO Deal
Apesar de toda a alienação, as relações da Suécia com a NATO tem sido um debate central naquela nação e juntou os nacionalistas e à esquerda não alinhada ao globalismo na oposição a essa associação criminosa, deixando de lado as suas diferenças pois é da sobrevivência da Suécia que se trata. É difícil não ficar perplexo ao notar que em Portugal, nação cuja identidade é talvez a mais bem definida no velho continente, nada disso se passa. 

Por aqui, o PCP nada faz para além de se opor ao regime em coisas pontuais, sem grande importância, mantendo um silêncio constrangedor - para não dizer revelador - a respeito da nossa pertença à NATO quando a mesma desestabiliza todo o mundo árabe e nos leva para uma guerra contra a Rússia e a China, ou melhor, para uma derrota custosa contra a Rússia e a China. Muito estranho que um partido que agora faz parte da coligação governamental, possuindo um poder de barganha considerável, nada faça quando o mesmo, na altura do conflicto do Kossovo e dos ataques da NATO contra a Sérvia, promoveu protestos por toda a parte (eu, inclusivamente, participei de um protesto em Coimbra). Do Bloco de Esquerda, partido financiado directamente pelo grande capital, nem vale a pena falar. 

E na esfera nacionalista, apesar da retórica e do apelo aos velhos símbolos, o mesmo silêncio em relação à NATO se manifesta, não apenas naquelas franjas nacionalistas claramente controladas pelo regime, que se expuseram de maneira clara graças à questão ucraniana, mas também nas outras esferas menos simpáticas aos nazis pró-NATO e pró-sionismo de Kiev e, ao menos em retórica, mais simpáticas à posição russa. E assim caminhamos. No momento em que a responsabilidade histórica dos patriotas vivos exige um combate incessante contra o nosso arrastamento para uma guerra em que seremos aniquilados, o que a gente vê é a organização de jantaradas de 28 de Maio com farta distribuição de livrecos de autores estrangeiros que nada dizem a portugueses de facto e leitura em alto de poemas de poetas obscuros claramente insanos e obcecados com mambo jambo. É a versão braço em riste dos famosos jantares dos conjurados promovidos pelos duartistas, que, como bem sabemos, são parte do regime, ainda que digam aos bobos que enganam que são oposição...

3 comentários:

  1. Carlos, boa tarde!

    Já viu essa notícia? Saiu no Russia today e no The Guardian...

    "China enviará submarinos armados con misiles nucleares al Pacífico en medio de tensiones con EE.UU."

    Para Pekín este movimiento "es inevitable" debido a que el sistema de defensa antimisiles THAAD estadounidense en Corea del Sur cubre una buena parte del territorio chino.

    China "está a punto" de enviar al océano Pacífico submarinos armados con misiles nucleares como respuesta a la decisión de EE.UU. de desplegar sus sistemas de defensa antimisiles THAAD en Corea del Sur, informa el diario británico 'The Guardian'.

    Según la información disponible, Pekín no ha revelado cuándo enviará la patrulla de submarinos, pero asegura que este movimiento "es inevitable" ya que las medidas de Washington no le "dejan otra alternativa", porque los misiles de este sistema cubren una parte significativa del territorio chino socavando sus fuerzas de disuasión nucleares.

    En abril pasado, EE.UU. anunció que desplegará el sofisticado sistema THAAD en Corea del Sur ante la creciente amenaza de las capacidades armamentísticas de Corea del Norte. Pero estos planes también fueron rechazados por Rusia, porque "este paso solo puede reforzar el impacto destructivo para la seguridad internacional y la estabilidad estratégica".

    Además, el periódico británico señala que a China también le preocupa el programa de misiles hipersónicos que la nación norteamericana está desarrollando, que podrían impactar en cualquier parte del mundo menos de una hora después de ser lanzados.

    El envío de los submarinos chinos al Pacífico podría desestabilizar aún más la ya tensa disputa que mantienen Pekín y Washington en el mar de la China Meridional, advierte 'The Guardian'.

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  2. eu adoro o cheiro de catolicismo oxigenado pela manhã...

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