domingo, 2 de agosto de 2015

"Monarquistas": a versão tropical dos monárquico-liberalóides

Começou assim. Na mesma época, já tínhamos fortes no meio da Amazónia!


Até há cerca de uns dois anos fui simpático aos Orleans e Bragança, ainda que os factos históricos me levassem a concluir que a secessão do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, encomendada desde fora e executada por traidores arregimentados através da rede providenciada pela maçonaria, entre os quais, infelizmente, se encontrava Dom Pedro, filho de Dom João VI, que para além de traidor era pouco perspicaz (depois de ser usado e descartado no Brasil, foi usado e aposentado definitivamente em Portugal), constituísse um problema insolúvel para a questão da legitimidade das reivindicações dos mesmos. De acordo com os princípios da legitimidade monárquica, quebrados em Portugal e no Brasil com a Revolução Liberal despoletada no Porto, os Orleans e Bragança não têm direito nenhum ao trono do Reino do Brasil, parte constituinte do Reino Unido da Portugal, Brasil e Algarves.

Contudo, levando em conta as dificuldades políticas do Brasil, para o qual não enxergo nenhuma solução legítima a curto, médio ou longo prazo (talvez em trinta ou quarenta anos, se sobreviver aos desafios), e o histórico do Império no Brasil, aceitável quando o comparamos com o que veio depois, mas pobre e mesquinho em relação ao passado incorrectamente designado por colonial, estava disposto a aceitar tal solução provisória, afinal, o já de si insignificante movimento monarquista é inteiramente liberal e o legitimismo no Brasil, practicamente inexistente, depende de uma revisão urgente e minuciosa do passado brasileiro sob o Antigo Regime para nascer e prosperar no meio do deserto intelectual deixado pela historiografia liberal e, mais tarde, tornado ainda mais infértil pela historiografia socialista. Sem este passo, o Brasil estará condenado a continuar à deriva, na melhor das hipóteses. Do que vejo, nutro fortes dúvidas a respeito da sobrevivência do Brasil no espaço de uma ou duas gerações.


Quanto à minha afirmação de que o histórico do tal Império é aceitável apenas quando o comparamos à república, farei adiante umas poucas colocações baseadas em factos facilmente verificáveis que demonstram que o Brasil, sob o regime da monarquia liberal, foi um fracasso e perdeu o ritmo de crescimento que mantinha desde a fundação até ao reinado de Dom João VI, tal e qual já aqui fiz em relação ao regime liberal-monárquico na fracção europeia do antigo Reino Unido. Porém, antes disso, desejo emitir algumas considerações sobre os Orleans e Bragança. Em primeiro lugar, me sinto desconfortável com o facto de serem descendentes de um príncipe da casa de Bragança cujo papel foi fundamental para a fracturação de um império de facto. Façamos uma pequena descrição do tal império.

Na Europa, depois das guerras napoleónicas e dos imensos sacrifícios exigidos à população, que custou cerca de 200 a 300 mil vidas num total em torno de 3,5 milhões, e levou ao abandono de muitos campos, com a destruição de muita propriedade imóvel, inúmeros saques dos bens móveis e até mesmo na destruição deliberada de fábricas modernas tanto por franceses como ingleses, havia uma tarefa de reconstrucção pela frente, mas a posição de Portugal como nação de primeira ordem estava assegurada. Foi em Portugal que Napoleão começou a perder a guerra e foi cá que as suas legiões perderam a aura da invencibilidade, sucesso que inspirou os russos. Portugal saía da guerra com um enorme contingente de soldados experientes e isso não era pouco. A pacificação da Cisplatina e a sua incorporação ao Reino do Brasil devem-se a isso. Sobre a actuação do traidor Palmela no Congresso de Viena, é assunto para outro post (por enquanto basta que saibam que ele, para variar, era avental...).

Nas Américas, o Brasil saía engrandecido, garantindo definitivamente a posse das duas margens do Amazonas e de uma das margens do Prata. No quadro de revoluções e de agitação política predominante na América Espanhola, e da potência luso-brasileira, o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves seria, ou melhor, já era um imã para as elites legitimistas do continente, podendo sonhar em criar um território coerente que permitisse a ligação da Bacia do Prata à do Amazonas, abrindo as terras do meio oeste, por via de vias fluviais seguras, à imigração de europeus que o governo Dom João VI preparava com a experiência de Nova Friburgo (que mais não era do que uma experiência piloto para algo mais vasto) e, levando em conta a situação do Alto-Peru (estudem da questão de Chiquitos), até em atingir o Pacífico. Sobre o último ponto, não podemos esquecer que naquela altura era o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves senhor do único porto na China aberto aos ocidentais, Macau, e que a nossa posição na Índia não era desprezível. Os dias do Raj Britânico ainda estavam a algumas décadas de distância.

Em África, estávamos nos pontos mais importantes, e o interesse em juntar por terra os territórios do que viriam a ser Angola e Moçambique levaram o último vice rei do Brasil a promover uma viagem pioneira no continente negro. Garantir a posse de tais territórios e o domínio das duas margens da foz do Rio Congo eram objectivos que só não foram concretizados devido à separação do Reino Unido, com a consequência do relativo abandono da África por Portugal, primeiro convulsionado pelas guerras civis causadas pelos liberais e depois enfraquecido pelas políticas imediatistas dos mesmos, durante décadas, o que mais tarde despertou a cobiça de Leopoldo II e levou à vergonhosa Conferência de Berlim. Na Ásia, para além de comunidades lusas espalhadas por todo o sudeste asiático e integradas na vida local, que nos garantiam uma relação privilegiada com as potências regionais, o português era a língua franca e manteve tal posição até meados do século XIX. Poderia escrever capítulos sobre o que fomos e sobre o nosso potencial, mas deixo isso para um futuro que espero não estar distante.

Pois bem, os Orleans e Bragança mais não são do que os descendentes materiais e espirituais da transformação do Brasil no que é, uma república das bananas nas mãos da banca internacional, em detrimento do que poderia ser: a parte principal de um IMPÉRIO MULTICONTINENTAL cujo potencial era bem maior que o de qualquer outra formação política então existente. A república mais não foi do que a continuação desse processo de dissolução, e a postura do último imperador diante da quartelada de 1889, que mais não fez do que abandonar os seus súbditos fiéis às feras, como bem provaram mais tarde a Revolta da Armada e a Guerra de Canudos, só pode ser compreendida a partir de tal perspectiva. E nada mudou. Até hoje os Orleans e Bragança se deixam embalar pelos ventos da história, talvez à espera de que um dia, quando a nação já estiver totalmente esgotada, recebam de volta o que advogam pertencer a eles de direito. Não é isso o que fazem ao se colocarem a serviço da seita anglo-sionista TFP, promovendo a mão direita da revolução num jogo onde a esquerda e a direita mais não fazem do que dividir a nação preparando uma possível futura partilha do Brasil? 

Agora vamos abordar algumas das fábulas que os monarquistas brasileiros contam a respeito do cosidetto império brasileiro na sua vergonhosa propaganda. Nem comentarei imbecilidades como a afirmação de que o Brasil possuía a segunda maior frota do mundo, repetida por "figuras respeitáveis" como o jurista Ives Gandra. Para isso, bastará a qualquer um consultar obra descritivas das marinhas do mundo de então. Só eu tenho três volumes antigos sobre o assunto e uma série de arquivos em PDF (nada disso achei nas bibliotecas universitárias). São os seguintes os mitos que ouço os monarquista repetirem vezes sem conta::

1 - A política externa do Império foi um sucesso
2 - A modernização e a prosperidade económica do Brasil foram notáveis
3 - A monarquia foi bem sucedida na abolição

Quanto ao mito da política externa bem sucedida, nem comentarei em pormenor as desastrosas políticas de neutralização da fronteira com a então recém-criada Guiana Inglesa, cujas consequências nefastas poderão um dia levar o Brasil a perder a soberania sobre toda a Calha Norte do rio Amazonas, conseguida a custo de muitos sacrifícios da parte do então Reino de Portugal e Algarves. Nesse ponto, adianto que vejo com olhos pouco favoráveis a política seguida por Dom João VI na área, e tais críticas vão até a nossa participação na Guerra da Sucessão Espanhola. Mas isso não vem ao caso. O ponto é que o Império falhou e tal falhanço fica mais evidente quando comparamos a forma como os EUA lidaram com a Luisiana, a Flórida, o território do Oregon e o Alasca. Argumentarão muitos que o Império estava numa posição de fraqueza, mas lembro que essa mesma fraqueza, aumentada na zona devido à Cabanagem, foi criada pela desorganização criada pela Secessão do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Mas é no Prata, foco principal da atenção e dos esforços do Império, que desejo concentrar a minha atenção.

Pacificada e incorporada a Cisplatina pelo governo de Dom João VI, concretizando o velho sonho luso-brasileiro, sob o Reino Unido era indisputada a sua posse da região, e a constituição étnica da banda oriental do prata, onde pelo menos um terço da população era de origem lusa, levaria a que a ali se desse um processo semelhante ao que aportuguesou/abrasileirou as zonas dos Sete Povos das Missões. Fracturado o Reino Unido, retiradas as tropas portuguesas experimentadas nas lutas contra as legiões de Napoleão, contras as quais jamais os caudilhos platinos ousariam combater, e dividido o Brasil em facções, prevaleceu o imediatismo caipira dos poderosos do novo mundo, interessados em exportar matérias-primas, comprar sucata britânica a baixo preço e manter os escravos sob controlo, sob qualquer consideração estratégica de longo prazo. 

A fraqueza brasileira foi logo percebida e a isso se deve o ataque ao território cisplatino pelas Províncias Unidas do Prata. Caído numa armadilha que ele próprio ajudou a construir, a Dom Pedro não restou outra coisa a não ser aceitar a solução que mais agradava aos poderes externos: a criação de uma nova entidade política que impedisse a hegemonia de qualquer potência local sobre a navegação do Prata. O Império falhou em grande pois daí os vizinhos retiraram a seguinte conclusão: o Brasil pode ser atacado impunemente e nada há a recear das suas reacções. No máximo, pode lutar para frustrar os objectivos da nação que o atacar, sem jamais colocá-la em perigo de sair do conflicto pior do que quando entrou nele. Em tais circunstâncias, o império deveria investir tudo o que podia na manutenção da Cisplatina e ainda punir as recém-formadas Províncias Unidas do Prata com, ao menos, a invasão e a anexação de Corrientes e Entre Rios.

Graças à tibieza inicial diante de formações políticas instáveis e ainda mais ilegítimas que o Império, que ao menos poderia alegar em seu favor a acção das Cortes de Lisboa, os problemas da zona apenas se agravaram, ao ponto de caudilhos uruguaios rebelados invadirem o território brasileiro para pilhar e matar, roubando cerca de 800 mil cabeças de gado. O contágio revolucionário também facilitou o despoletar da guerra civil ao Rio Grande do Sul, colocando em cheque a unidade territorial brasileira, então único garante contra o caos, e atrasando o progresso de uma província que no século anterior cresceu rapidamente a partir quase do zero, apesar do poder avassalador de Espanha. Pacificado o Sul após a chamada Revolução Farroupilha, o império ainda demorou a intervir no Uruguai, onde luso-brasileiros eram assassinados no meio de uma guerra civil incitada e sustentada pelas Províncias Unidas. E mais não fez do que intervir para manter um Status Quo recente que provou logo ser insustentável, não conseguindo nenhuma vantagem permanente para a sua segurança ou prosperidade com as guerras contra o ditador Rosas. Uma década depois voltaria o Brasil a ter de intervir na Cisplatina rebelde, e logo a seguir a essa intervenção foi atacado pelo tradicional aliado Paraguai, cuja independência foi o Império o primeiro a reconhecer.

Pouco se fala nisso quando se discute a Guerra do Paraguai, mas a assistência financeira e militar brasileira foi fundamental para criar a relativamente formidável máquina de guerra à disposição de Solano Lopez, tendo inclusive chegado o Brasil a construir a fortaleza de Humaitá. A política externa brasileira na zona, rompendo com a orientação seguida até ao fim do Reino Unido, visava manter um equilíbrio no meio do caos deixado pelo vácuo de poder criado pela ausência espanhola, ao invés de ocupar o tal espaço e findar o caos, como seria lógico. Lopez pode ser acusado de tudo, menos de imbecil. Por qual razão atacou o Brasil? Graças à fraqueza da política externa do Império e à indefinição na Bacia do Prata, pela qual lutou o Império! Esperava Lopes que, depois de um golpe inicial certeiro, conseguiria uma grande victória militar em campo, conduzindo o Império a uma paz favorável aos seus intentos. Estava correcto, mas não contava com o facto de que o Império, obrigado pela enésima vez a intervir numa região onde seus esforços a nada conduziam para além de tréguas que acabavam em conflictos cada vez mais intensos, lutava pela sobrevivência e ainda tinha razoável apoio das elites, assustadas com as décadas de desordem interna e o espectro da haitização. Agora se fazia necessário conduzir a guerra até ao fim simbólico, fazendo de Lopez um exemplo a qualquer custo, sem possibilidade de se negociar uma paz após a guerra ter alcançado os objectivos principais pois isso seria uma derrota política para o Império. Foi a fraqueza imperial que incitou a agressividade de Lopez, que inclusive recorreu ao terror na sua invasão de Mato Grosso. 

E o que ganhou o Brasil com isso, a não ser uma victória militar que deu sobrevida a um império assente em pés de barro? Nada para além de dívidas e da vergonha internacional! Depois da guerra, com o Paraguai destruído, tivemos por vizinho uma nação falida e nem cogitamos incorporar o seu território à união nacional. Conduzimos uma guerra com um objectivo simbólico, dizimando a população de uma formação política precária, mas por questões de boa imagem desistimos de incorporar aquele território e aumentar a segurança do nosso povo, irmanando os paraguaios na nossa pátria ao invés de deixá-los ao deusdará e estabelecendo uma paz brasileira sobre nações vivas e não uma paz precária assente apenas na exaustão das nações da região. No Prata, o Uruguai estava exaurido, e a Argentina começava o seu salto de curta duração, suficiente para décadas mais tarde alertar os nacionalistas brasileiros, especialmente quando esta deu início à questão de Palmas, já sob a república. Se o Brasil não sofreu mais na região, foi graças à fraqueza dos vizinhos e não ao mérito do Império

Quanto ao segundo mito, o da modernização e prosperidade económica do Brasil sob o império, citarei números que podem ser consultados por qualquer um:


Notem que em 1800, quando nem sequer tinha sido elevado a Reino, o Brasil sofria dos efeitos da crise da mineração nas Minas Gerais e também com a queda dos preços dos seus productos na Europa em guerra, e que os EUA, productores especialmente de mercadorias
favorecidas pela guerra, como o algodão e o  trigo, colhiam fructos dessa conjuntura. Outro factor pesa nesses números. A economia brasileira possuía menos meios circulantes do que a americana, onde a existência de um banco central emissor facilitou a monetarização de todas as transacções. No caso brasileiro, ainda mais levando em conta o carácter quase autónomo de grande parte da sua economia, muito da producção não foi contabilizada e as estimativas falham pois imagino que seja difícil para um economista estrangeiro precificar a producção nacional de mandioca em 1800. Para que os números sobre o rendimento per capita, dados em dólares de 1990, se tornem mais úteis para a avaliação da evolução material sob o império, vejamos agora a evolução das populações:


Com estes números, se pode ter uma ideia clara do quanto o Brasil ficou para trás na comparação com as desordeiras repúblicas americanas. Diante dos factos, só restam anedotas do tipo "o interesse do imperador pela tecnologia" para manter o falso discurso do imenso progresso material experimentado pelo Brasil sob a monarquia liberal, que, onde existiu, foi mais fructo da pressão exercida pelo progresso geral registado no século XIX do que por políticas internas. Para os que desejam escapar ao mundo das anedotas e das escolhas políticas meramente comésticas, sugiro que deixem de se maravilhar com as estorinhas a respeito de inaugurações oficiais de ferrovias e se fixem nos números. Nesse ponto, fico por aqui e avanço para o mito seguinte, o do sucesso na abolição.

Em relação à abolição, os factos me levam a concluir que a secessão do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves atrasou sobremaneira o fim da escravatura, velho desejo dos seus estadistas que levou à abolição da mesma na metrópole no século XVIII. Com a independência, e o jogo de forças que passou a existir, o imperador ficou cada vez mais dependente dos grandes proprietários de terra, que formaram quase que exclusivamente a elite política do Império e a tornaram marcadamente provinciana, em comparação com a velha elite luso-brasileira, da qual saíram homens dotados de visão de conjunto como o santista Alexandre de Gusmão. Com o passar do tempo, durante o segundo império, a elite agrária ficou ainda mais poderosa, apesar do surgimento de uma forte opinião pública urbana pró-abolicionismo. Dado o golpe final na escravatura sob as falsas aparências suscitadas pelo surgimento de uma opinião pública, logo de seguida caiu o império. A monarquia, se mantida intacta, teria mais força para acabar com a escravatura pois menos dependente seria dos escravocratas brasileiros, e o sucesso nos seus planos para a América teria aberto o Brasil à imigração de massa e oferecido mais oportunidades económicas à elite que agora já não poderia gozar mais da facilidade do modo de producção esclavagista.

Lembremos que data dos anos finais de Dom João VI no Brasil a construcção do canal Erie e a imigração em massa de irlandeses e alemães para os EUA, e que era intenção do seu governo promover o mesmo progresso que ali se verificava, ao qual estava atento, no Brasil. Os recursos dispendidos com o desenvolvimento de uma técnica de producção siderúrgica adaptada ao minério de ferro e ao carvão encontrados no Brasil, o incentivo à navegação fluvial à vapor, a abertura de fábricas modernas de armamento e pólvora, da parte do governo, e de fábricas de têxteis com máquinas a vapor, por particulares incentivados pelo governo, a atenção dada à navegação e aos estaleiros, o investimento em pesquisa botânica com o foco no desenvolvimento agrícola do Brasil, onde procurou diversificar a producção, chegando ao ponto de trazer famílias chinesas para adaptar o cultivo de chá às condições brasileiras, e a abertura de um banco emissor, para ficarmos por alguns poucos factos, eram parte de um grande plano abortado no 7 de Setembro de 1822, ou melhor, no dia 24 de Agosto de 1820.

Infelizmente, com o chamado Império os brasileiros passaram a se contentar com os pequenos planos e se tornaram nos grandes alvos dos planos dos outros, e ainda há quem comemore isso. No caso dos Orleans e Bragança, até entendo que assim seja, mas tenho dificuldades em aceitar que seja assim para outros que não têm ambições imperiais entre aspas...

9 comentários:

  1. Rapaz,sinceramente, eu confesso insistir com algumas ilusões na medida em que ainda alimento certa fé republicana,muito embora possa admitir o alto teor de romantismo "liberal" embutido em tal crença. Mas a cada dia para mim fica claro que no futuro do Brasil estará essa aproximação com as raízes da velha monarquia. Ou será isso, assim penso, ou nós aqui dos trópicos padeceremos com dolorosas aniquilações em todos os setores da nossa sociedade. Por isso, essa tua frase serve como uma ótima descrição para um panorama não tão improvável:

    "Até hoje os Orleans e Bragança se deixam embalar pelos ventos da história, talvez à espera de que um dia, quando a nação já estiver totalmente esgotada, recebam de volta o que advogam pertencer a eles de direito."

    As marcas iniciais desse "esgotamento" estão já aí, às vistas de quem tem acompanhando o Brasil dos últimos 25 ou 30 anos.

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  2. Alguma bibliografia recomendada sobre o tema?

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  3. Só um erro no artigo: dizer que a TFP - formada por grupos variados - é seita anglosionista. Embora ela possua uma facção próEUA existem outras avessas a isso. A realidade da TFP é bem mais complexa que imaginas.

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  4. não concordo com essas análises. O liberalismo parte de uma vontade de participação na vida política, que eh direito do povo. Não sou tolo em rotular o antigo regime de absolutista, mas tb não sou tolo em negar o progresso.

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  5. 1 - A política externa do Império foi um sucesso
    2 - A modernização e a prosperidade económica do Brasil foram notáveis
    3 - A monarquia foi bem sucedida na abolição

    Sou Monarquista, e gostei muito do seu artigo. Apesar de faltar as fontes, vou considerar como certos os seus números. Nosso Brasil é resultado de uma sucessão de erros, alguns deles sim cometidos no Império. Mas acredito que sem ele, teria sido muito pior, e o Brasil não existiria mais.

    Quando você fala do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, ele infelizmente esteva mesmo para se acabar. O Império foi legitimado pelos próprios Brasileiros, não por Portugal. E como Dom Pedro I era decendente direto da Cada dos Bragança de Portugal, ele tinha sim a legitimidade para Imperar no Brasil. Mas a ligação entre Portugal e Brasil ainda era muito forte.

    Nossa história sempre foi muito atribulada e temos pouco para nos orgulhar. Mas acredito que devemos valorizar mesmo o pouco que temos, pois sem isso, tudo estará perdido para sempre.

    O relativo sucesso do Império se deu principalmente pela presença do Imperador. Mas ele foi muito maltratado pela situação do Brasil, e no final, tal como você, acredito que ele não tinha mais esperanças. Seus herdeiros homens mortos, instabilidade politica e os detentores do dinheiro apoiando outra situação. Não seria mesmo fácil conter tudo isso. Para mim, esse foi o grande erro do Imperador: não ter lutado mais um pouco. Ele simplesmente desistiu de tudo, e foi viver o restinho da sua vida solitária lendo seus livros.

    Mas mesmo assim, eu sou Monarquista não apenas por um capricho histórico ou saudade de um passado que não vivi. Sou porque acredito que uma Monarquia seria mais benéfica para a população, que necessita tanto de algo de bom pra se espelhar. Sou porque vejo o potencial do Brasil, o potencial de seu povo. Se realmente trabalhássemos em prol da nossa terra, tenho ABSOLUTA certeza que seríamos o país mais rico do mundo. Temos a faca e o queijo, mas não temos quem segure a faca e corte o queijo.

    Acredito que uma boa educação (educação de verdade, na alta cultura) para criarmos homens dignos e sábios seja o que falta ao Brasil. Mas infelizmente, há muitas forças que conspiram contra esse ideal. E espero que numa Monarquia isso tudo seja atingido.

    Marco Feitosa

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  6. 1) DISCORDO DO AUTOR NÃO ACREDITAR QUE O BRASIL ERA EM MATÉRIA NAVAL UMA SUPERPOTENCIA.COMO NÃO? Se no livro "O sul mais distante" (Cia. Das Letras), escrito pelo pesquisador de escravidão nas Américas Gerald Horne, professor da Universidade de Houston, no Texas mostra que Mattew Maury Chefe do Observatório Naval queria expandir 'plantations' em área brasileira e tomar a Amazônia do Brasil, porém vei a desistir pois não era louco de brigar com o Brasil que tinha uma das mais poderosas forças navais do planeta na época, não seria um boa". ( Ou seja os americanos amarelaram).

    2)DISCORDO TAMBÉM NA PARTE SOBRE A POLÍTICA EXTERNA E A ECONOMIA NA ÉPOCA IMPERIAL, COMO SENDO NEGATIVAS: VEJA:https://pt.wikipedia.org/wiki/Economia_do_Imp%C3%A9rio_do_Brasil

    [1850] Neste período de apenas vinte anos, as "exportações brasileiras dobraram em volume e triplicaram em valor nominal", enquanto seu valor em libras esterlinas aumentou em 40%.[9] Entre os anos 1821 e 1825, exportou-se 41.174 toneladas de açúcar, que atingiu o incrível valor de 238.074 toneladas entre 1881 e 1885.[10] Até 1850 a produção de borracha fora insignificante, mas em entre 1881 e 1890, alcançou o terceiro lugar nas exportações brasileiras.[11] Foram ao todo cerca de 81 toneladas entre 1827 e 1830, atingindo 1.632 toneladas em 1852, e em 1900 foram 24.301.452 toneladas.[12] Exportou-se também, cerca de 3.377.000 toneladas de café entre 1821 e 1860, enquanto entre 1861 e 1889 alcançou 6.804.000 toneladas.[13] A inovação tecnológica também contribuiu para o crescimento das exportações,[6] como citado anteriormente. A principal razão foi à adoção da navegação a vapor e de ferrovias, que permitiu ao transporte de carga tornar-se bem menos oneroso e muito mais rápido.[14] O valor absoluto das exportações do Império em 1850 era o mais elevado da América Latina (o triplo da Argentina, que estava em quarto lugar) e manteria esta posição (inclusive em termos econômicos gerais) até o final da monarquia.[15]

    O comércio exterior, ou seja, importação e exportação somadas, acumulavam um valor total de 79.000:000$000 entre 1834 e 1839 para atingir 472.000:000$000 em 1886 (taxa de crescimento anual de 3,88% desde 1839). A partir de 1859, a balança comercial entre importação e exportação se equilibra até esta última tornar-se maior que a primeira em 1865. Após 1874, a balança comercial fica claramente favorável, tendo as exportações números bem mais altos que a importação. A maior parte das exportações brasileiras eram produtos agrícolas.[16] No entanto, as exportações norte-americanas de produtos agrícolas respondiam por um percentual que variava em torno de 73% a 83% entre os anos 1850 e 1900 de todas as vendas externas, para efeitos de comparação.[17] O crescimento econômico foi percebido no Produto Interno Bruto brasileiro (PIB) que de 50.000:000$000 em 1840, veio a atingir a cifra de 500.000:000$000 em 1889 (uma incrível taxa de crescimento anual de 4,81% desde 1840).[18] O crescimento econômico brasileiro, principalmente a partir de 1850, se comparado aos Estados Unidos e aos países europeus, foi "muito bom".[19] O Brasil do último ano da monarquia era "próspero e respeitado".[20] O historiador Heitor Lyra resume a questão:

    "O Império, sob o ponto de vista do progresso e do desenvolvimento material do país, não foi o atraso e a estagnação, de que ainda hoje é acusado por quantos não se querem dar ao trabalho de estudar e conhecer melhor esse período da nossa História. E a verdade é o que o Brasil era, de fato, e de direito, sob este e outros aspectos, a primeira Nação da América Latina.

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  7. O Brasil voltará a ser uma Monarquia, uma Monarquia Parlamentarista com Poder Moderador, um país de dimensões continentais com grandes riquezas para serem exploradas com inteligência e eficácia. O povo brasileiro acordou e já há muito está cansado da República.

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    1. O povo brasileiro já há muito está cansado da República desde sua proclamação.

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  8. viva a monarquia.ave gloria ave império.!!!#adeusrepública.

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