Amor, trouxeste o repelente? Isto está infestado de moscas. Vou processar a agência de viagens!
Se há coisa que me tira do sério, é ver gente promovendo a ideia de que o turismo pode nos salvar. Para mim, tais propostas não passam de uma admissão de fracasso da parte de gente que nunca se pôs a pensar no mundo a partir de outra perspectiva que não a do dinheirinho fácil. Por incrível que pareça, há até economistas que promovem tal ideia, como se o turismo pudesse alavancar a economia de uma nação como Portugal para patamares superiores de prosperidade material.
Ao meu ver, e penso que não estou isolado na defesa de tal posição, as actividades económicas devem ter como fim o aumento da nossa segurança e do nosso bem estar. O turismo, obviamente, não atende a tais requisitos. Admito que numa ilha pobre, onde a vida é precária e a emigração é desde sempre o cano de escape para a falta de potencial, tal actividade possa ser encarada como um paliativo para os problemas estruturais, porém, numa nação continental com um enorme potencial, o turismo constitui um problema.
Mete as infra-estruturas de transporte sob pressão, prejudicando a actividade productiva, aumenta o custo de vida, diminuindo o valor real dos salários, infla as cidades com forasteiros que causam incómodos e descaracterizam a vida local, causando um aumento exagerado das expectativas e trazendo dinheiro fácil que, à primeira crise, desaparece e deixa inúmeras pessoas numa situação de dificuldade. Para terminar, impulsiona uma indústria de contrucção que destrói a paisagem, diminui a nossa qualidade de vida e o valor dos nossos bens a longo prazo, em troca da criação de bolhas imobiliárias que causam a ilusão de prosperidade a curto prazo e a ruína logo a seguir. E nem vou falar dos problemas causados à segurança do território, já que o mesmo passa a ser conhecido por milhões de estrangeiros, muitos deles com objectivos que nada têm a ver com o lazer.
Da minha parte, quero os turistas longe do canto onde vivo. Desejo ir a um café e não ter de esperar o garçom que perde tempo explicando o óbvio para gente que está de férias e se sente no direito de monopolizar as atenções, quero entrar na Lello para dar uma vista de olhos, como sempre fiz, ao invés de passar por lá sem poder entrar pois a fila de turistas é imensa e, mais do que tudo, não quero ser obrigado a andar esbarrando em gente vestida como se estivesse numa savana em África, carregando paus de selfie e outras estrangeirices que me fazem sentir como o último dos Homo Sapiens.
Ou seja, quero a normalidade, quero a minha vida de volta, sem ter de conviver com forasteiros que nada tem a ver connosco e que nada acrescentam a nós. E que não pensem que sou um exclusivista. Naquilo que penso ser possível e desejável para Portugal, antevejo o incentivo à imigração de europeus qualificados e com capitais, desejosos de fugir às ditaduras fiscais que a União Europeia está impondo a todo o continente, como parte de uma política de erguimento de Portugal ao nível de potência. É gente de fácil absorção que, tal e qual em várias etapas do nosso passado, pode contribuir em larga medida para o nosso progresso material e humano.
Porém, isso nada tem a ver com as massas trazidas pelo turismo, essa praga legada pelo iluminismo e alimentada pelo liberalismo. Me refiro a gente que vem para estimar, ficar, construir e se integrar. Quanto aos turistas, mais não fazem do que atirar pipocas aos macacos...
ACHO QUE SE TRATA DE UM ARTIGO ESCRITO POR UMA PESSOA DESPEITADA ,COM ALGO QUE NÃO ENTENDO, PARA QUEM O MUNDO É PORTUGAL E O ESTRANGEIRO É BADAJOZ
ResponderEliminarTá ai o resultado de querer prejudicar a Rússia com o petroleo, tiro no pé :
ResponderEliminarhttp://www.presstv.com/Detail/2015/08/13/424612/saudi-arabia-spending-foreign-reservers
hahahhaha. Você conhece bem o Brasil. Eu sou do Nordeste brasileiro e moro no Rio de Janeiro, então imagine como é esse pesadelo de literalmente viver esbarrando em turistas!!Eu também detesto a cultura de turismo vigente por aqui, a qual suponho ser ainda maior do que em Portugal!!!!As cidades simplesmente não pertencem mais aos seus cidadãos nativos, ou que nelas fincaram residência efetivamente!Chega a ser constrangedor...
ResponderEliminarUm dos poucos textos que aqui concordo.
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