domingo, 16 de agosto de 2015

Mais uma "surpresa" chinesa

Esqueçam as revoluções industriais anteriores...

O que era discutido em fóruns há alguns anos agora se tornou oficial, mantendo a regra das últimas duas décadas. A China vai mesmo construir plataformas VLFS, oficialmente para fins civis. Não faz sentido tal empreendimento, a não ser do ponto de vista militar. Porém, para que tanto investimento em plataformas militares de tal dimensão, ainda por cima que constituem alvos fáceis, quando o mar da China pode a qualquer momento ser fechado pela nova frota de submarinos chineses de ataque, superiores neste quesito aos submarinos balísticos que já comprovaram sua capacidade ao aparecerem sem serem detectados na costa oeste americana, e também pelos novos mísseis anti-navios chineses DF-26? A única resposta que encontro é que tais engenhos estão a ser construídos com um propósito claro de conquista territorial permanente, para serem usados apenas depois da destruição das frotas navais e aéreas adversárias, assim como da capacidade balística e industrial dos rivais.



Há alguns meses, escrevi a respeito dos planos aeronavais chineses e mencionei o forte rumor que corre a respeito da construcção de porta-aviões com dois cascos, em forma de catamarã, estruturas que também só fazem sentido num cenário como o descrito como ideal para as tais fortalezas flutuantes. Olhando para o salto industrial chinês das últimas décadas, baseado numa bolha que, apesar do total controlo estatal dos bancos pelo governo chinês, não pode se sustentar para sempre pois o mundo, já endividado e sem capacidade de alavancagem, não tem condições para absorver o crescimento da capacidade industrial chinesa, e muito menos o seu mercado interno, ainda mais depois de duas décadas de investimento e endividamento massivo, talvez valha a pena relançar um olhar para a capacidade dos estaleiros chineses, que não se justifica quando nela pensamos de uma perspectiva meramente económica.



Em 2010, a China ultrapassou a Coreia do Sul como maior constructor naval do mundo, mantendo a posição desde então e ainda assim continuando os seus investimentos no aumento da capacidade de construcção, apesar dos sinais de exaustão do mercado mundial. Hoje em dia, somente o Japão e a Coreia do Sul combinados têm uma capacidade total maior, o que significa que, com um golpe certeiro, a China pode passar a ser a única potência naval do mundo. É de se notar que a China deu prioridade à construcção dos cargueiros designados por Bulk Carrier, mas está rapidamente se aproximando da Coreia do Sul na construcção de cargueiros especializados no transporte de contentores.


Tal ênfase na construcção de graneleiros gigantes, muitos dos quais com tonelagens de 400.000, parece suspeita quando pensamos nas perspectivas económicas do mundo e na tonelagem dos novos porta-aviões e VLFS que os chineses desejam construir. Uma coisa é certa. A China é desde há milénios atingida por ciclos dinásticos e a elite do PCC estudou história, para além de economia. Tal elite sabe que é impossível manter a industrialização forçada, necessária para absorver a população deslocada pela modernização do campo, para sempre, e que não terá como sobreviver a uma grande revolta que é mais do que certa tão logo a bolha chinesa estoure, ainda mais numa nação que já sofre com algumas centenas revoltas camponesas por ano.


Sendo assim, quando a bolha estourar, a elite chinesa sabe que tem apenas uma opção para se manter no poder: a guerra de conquista. Para fechar o círculo, devemos lembrar que enquanto a China for dependente das matérias-primas e dos combustíveis importados, será um gigante com pés-de-barro que pode ser a qualquer momento isolado, o que levaria à implosão do seu regime. Durante o século XX, duas nações viveram situações semelhantes, e estavam em situações menos desvantajosas do que a China no que toca à dependência do exterior para suprir as suas necessidades energéticas, alimentares e de matérias-primas industriais: o Japão e a Alemanha. Posso garantir que a liderança chinesa estudou muito bem as lições deixadas por tais nações e está determinada a quebrar o ciclo dinástico e a afirmar a posição histórica da China a nível mundial pois sabe que, se optar pelo isolamento, voltará a ser aberta à força por uns caixeiros viajantes metidos a constructores de impérios e pode mesmo deixar de existir como nação unificada, ou coisa pior. Do outro lado, não esqueçamos, está a elite que deseja reduzir a população do planeta de forma radical.

 

4 comentários:

  1. Assustador... Deus nos proteja.

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  2. A actual republica popular da china, näo passa de ser,um tigre de folhas de papel, ...,de momento!!

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  3. A midia ocidental adora falar da Rússia, mas se esquecem da China. Agora eu pergunto, por qual motivo ?

    Vejo a China sempre em sincronia com a Rússia. Então, qual a logica ocidental sionista em ficar em silencio ? Para não fortalecer ainda mais os laços já solidos da Rússia-China.

    Outra coisa, tambem seria interessante se vocês discutissem qual seria o futuro, ou relações, dentro dos BRICS ou com Rússia e China, de um Brasil pos-PT, ou quem sabe, em regime militar. Nesse caso, vocês acham que o Brasil seria um novo Egito de Sisi, que me parece pender para os EUA ???

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  4. Entretanto, parece que a... China se poderá tornar no "país mais cristão do mundo" dentro de 15 anos: http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/asia/China/10776023/China-on-course-to-become-worlds-most-Christian-nation-within-15-years.html

    E nós, por cá, reduzidos a escravos dos sionistas, cegos, ignorantes e embrutecidos.

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