terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Quando uma nação opta pela estupidez servil. Adeus, Embraer!

 Mais uma oportunidade perdida, e nos dias que correm, isso é fatal.

A decisão de VENDA da Embraer é um passo nefasto que fere o interesse nacional a vários níveis, começando pelo económico, passando pelo tecnológico e terminando no estratégico. O modelo de Joint Venture torna a Embraer, que é hoje uma empresa independente com um enorme potencial de crescimento, numa mera participação minoritária de uma insignificante subdivisão da Boeing, que aproveitará a sua experiência e o seu poder de fogo, sendo ela uma das empresas do complexo industrial militar americano, para esvaziar a tal "Joint Venture" através de programas salariais e outros subterfúgios que aos poucos, a conta-gotas, irão desactivar toda a infra-estrutura industrial e as unidades de desenvolvimento de tecnologia da Embraer. Tudo em nome das sinergias... Quem acompanha a história económica das últimas décadas sabe como isso é feito, e no próprio caso da Boeing se deu um processo semelhante quando a mesma absorveu a antiga McDonnell Douglas. 

Não sou contra a busca de novos parceiros pela Embraer, mas estes deveriam ser procurados no Japão, na Suécia, na Índia ou na Coreia do Sul, de preferência em empresas que complementam o seu portfolio, e tem o mesmo poder de fogo, ao invés de concorrerem com o mesmo e terem acesso ilimitado aos fundos do maior orçamento militar do mundo. O que acontecerá, se não houver uma ruptura que impeça tal facto, será o fim da Embraer, disfarçada num primeiro momento para tornar o processo digerível pela opinião pública, e nada mais. E quem fala em golden share não sabe do que fala. A golden share vale apenas enquanto há disposição política para utilizá-la, e mesmo nesse caso não passa de uma garantia no papel e não de uma garantia material. Mesmo que não fosse assim, pergunto: que disposição política existe numa nação que abdicou, sem grande oposição para além de algumas vozes isoladas, das riquezas do Pré-Sal? Comparem isso com a maneira como os noruegueses, tão ciosos das riquezas do seu mar territorial, resistem ao canto da sereia da União Europeia justamente por saberem que tal mudança seria o primeiro passo para perderem os benefícios auferidos pelo exercício da posse das suas riquezas!

O efeito nefasto de tal passo não se limitará à indústria aeronáutica brasileira, um dos poucos ramos em que o Brasil ainda despontava, abrindo caminhos numa indústria de vanguarda que contrariam a tendência das últimas décadas de transformação do gigante entorpecido numa feitoria ao melhor estilo Argentina/Congo. Devido ao envolvimento da Embraer no programa Gripen NG com a sueca SAAB, e à rasteira que agora o Programa Gripen NG, concorrente do F35 da Boeing, levará, o Brasil pode dar adeus a qualquer hipótese de desenvolvimento de tecnologia militar de ponta, que uma nação como o Brasil será obrigada, por mais que não queira, a fazer em associação, e ficará para sempre dependente do fornecimento de material militar usado do seu "sócio americano" e confinado a sectores industriais obsoletos. 

Que nação será estúpida o suficiente para, depois dessa demonstração de absoluta irresponsabilidade e incapacidade para manter uma política de estado independente das preferências dos governos (o que já foi sinalizado pela desastrosa escolha do membro da seita olaviana Ernesto Araújo para o MNE),  colocar os seus segredos militares à disposição de uma república bananeira que, em troca de uns poucos bilhões e promessas verbais da parte de um poder que só respeita o poder, está disposta a competir com a Colômbia, a Argentina e o Panamá pelo título de nação mais incapaz e servil do planeta, abdicando de dar um passo que qualquer nação deve seguir se deseja chegar ao estatuto de potência?

Nada tenho contra uma aproximação estratégica aos EUA, e ela até é desejável, mas isso se faz com "arte", dando sinais contrários para se obter de Washington, ainda mais no contexto actual, de decadência do poderio americano, o máximo de contra-partidas. É o contrário do que está sendo feito pelos amadores que tomaram conta de Brasília. Não é por acaso que aquele que mais tem a ganhar com a futura presidência brasileira nem se dará ao luxo de ir à posse da sua nova empregadinha, apesar dos inúmeros convites e da ridícula adulação pública que o clã Bolsonaro e toda a trupe olaviana, a começar pelo imbecil do Sr. Araújo e a terminar pelo filho mais velho do “Seu Jair”, manifestou em relação a Trump.

7 comentários:

  1. Rubão: DOAÇÃO DA EMBRAER E PLP 459, A PÁTRIA ASSALTADA.

    https://www.youtube.com/watch?v=swugmiXh0RI

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  2. Nunca a vassalagem/lambeção de botas foi tão descarada e, ao mesmo tempo, tão dissimulada.
    Pouco a pouco, nada vai restando no Brasil.
    Seremos um grande celeiro, um mar de soja a exportar commodities.

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  3. Seria o Conde Loppeux anti-semita?
    https://imgur.com/a/mAH0os7

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    1. Ele simplesmente não faz parte da "direita khoser", chefiada pelo astrólogo.

      Os sionistas acham que são semi-deuses e querem ser idolatrados. Os evanjegues, como o Bozo idolatram eles. Os evanjegues são um bando de hereges e imbecis.

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  4. Os militares brasileiros são uns inúteis, pra dizer o mínimo. Acho que nem pra procriar eles servem. [Como o Bozo falou sobre os quilombolas].

    Pra procriar servem, afinal tem um monte de "filhas solteiras" recebendo gordas pensões dos cofres públicos.

    A burrice da direita brasileira não tem limites, afinal ainda importam burrice dos gringos. No Brasil tem geólogo dizendo que a terra tem 6(seis) mil anos, astrólogo que acredita em terra plana e etc...

    A subserviência aos gringos é defendida pela maçonaria, pelas igrejas evanjegues e etc...

    Como é que os Velascos, que são de direita, podem ser contra essa subserviência? Não existe nacionalismo na "nova/velha direita". A direita khoser defende tudo que não presta.

    O nacionalismo de direita acabou depois da segunda guerra mundial. Os militares tiraram o Vargas do poder apenas pra agradar os gringos. Dali em diante os militares brasileiros viraram simples capangas dos gringos.

    Quando a Bolívia estatizou uma refinaria da Petrobras eles falaram grosso e queriam até invadir, mas agora que os gringos roubam o pré-sal e tantas outras riquezas eles aplaudem, junto com o restante da elite brasileira.

    "Não posso me conformar com uma elite que fala grosso com a Bolívia e como um gatinho com os Estados Unidos". [Lula]

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  5. Os golpistas de 2016 e a turma do Bozo tem um certo "fetiche", eles querem realmente destruir todos os legados que os militares de 1964 e a Era Vargas deixaram.

    Esses canalhas querem levar o país de volta pra republica velha (naquele tempo o Brasil era uma simples fazenda) e os latifundiários faziam de tudo pra evitar a industrialização e manter o "status quo". Foi a versão inversa da famosa guerra civil estadunidense, aqui os latifundiários ganharam.

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  6. Discordo totalmente da venda de parte da EMBRAER. Mas e o Canadá também fez besteira ao vender parte da Bombardier a Airbus?

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