Há algumas semanas escrevi um texto a respeito da mega-compra de armas americanas pela Arábia Saudita e partilhei algumas das minhas suspeitas. Já há vários anos, desde o princípio da ingerência na Síria, o mundo vive no limiar do caos, mas a última semana foi pródiga na adição de mais elementos de instabilidade e algumas notícias, que poderão explicar o que acontecerá nas próximas semanas, devem ser lidas com bastante atenção:
terça-feira, 27 de junho de 2017
quinta-feira, 22 de junho de 2017
Portugal: vítima sacrificial de imolação pelo fogo
Não parece, mas a conta da Portucel é mais alta que a da EDP.
O melhor material que li a respeito dos incêndios foi uma antiga entrevista concedida por Gonçalo Ribeiro Telles,
que transcende o mero futebolismo político que predomina por nos media
para as massas. Passados tantos anos após a entrevista, e passadas
tantas décadas de desastres que mostram que, mesmo com um sistema eficaz
de controlo florestal, jamais evitaremos tragédias debaixo do actual
modelo de ordenamento territorial, e que um sistema eficaz é uma ilusão
sob o actual regime, fica a pergunta: quem ganha com isso?
Economicamente,
podemos traduzir a situação em que vivemos da seguinte forma: estímulos
estatais foram dados ao plantio de pinheiros e eucaliptos, plantações
em que Portugal não é competitivo, de forma a se beneficiar algumas
grandes empresas dependentes dessas matérias. Ou seja, a falta de
competitividade acaba por ser compensada com subsídios.
E
que estímulos foram esses, já que os subsídios directos foram poucos?
Gastos imensos com um modelo que provou ser falho (e que um estado falho
ainda consegue piorar), dezenas de milhares de propriedades destruídas,
fauna e flora aniquilada, regiões inteiras desertificadas e vidas
humanas ceifadas. O problema só tende piorar à medida que o tempo passa e
já há muito constitui uma questão de segurança nacional (especialmente à
medida que o quadro geopolítico deteriora).
Sendo
assim, continuaremos a subsidiar empresas como a Portucel com a
destruição não apenas da economia nacional, em favor de uns poucos, mas
também da própria viabilidade do país? E o que poderá isso vir a
acarretar para a própria soberania, ainda mais quando somos parte de um
império burocrático que usa todo o tipo de problemas para aumentar os
poderes de Bruxelas e o nosso estado prova repetidamente a sua
incompetência? Só as emissões de carbono já dariam um óptimo pretexto
para se aumentar ainda mais a sujeição de Portugal, que, sinto vos
dizer, estará completa quando a actual bolha imobiliária rebentar, o que
provavelmente coincidirá com uma nova crise económica internacional.
Alguém acredita que estamos melhor agora do que antes da intervenção da
Troika? Nossa dívida aumentou em relação ao PIB, aumentou a nossa
dependências do capital estrangeiro e já não temos tantas garantias para
dar.
Infelizmente,
o que se passa aqui é uma repetição do que é feito em Portugal em todos
os sectores em que os grandes grupos, que mantém uma influência
determinante nos partidos, conseguiram criar monopólios. A bem da
verdade, a única diferença entre a Portucel e a EDP é que o tributo que
pagamos à Portucel também inclui sangue, ou, para ser mais exacto,
imolações pelo fogo. E assim se garantem boas colheitas de lucro para os accionistas...
quarta-feira, 21 de junho de 2017
Aceitem: Portugal morreu!
Esqueçam o ridículo galinho de Barcelos. O burro nos representa!
Todos os anos é a mesma coisa, e a tendência é piorar. Já sei que antes de velho vou ter o privilégio de saber que ao menos dez mil pessoas morreram num incêndio qualquer. Tudo, como sempre, fructo de um infortúnio. Qualquer idiota que viaje de avião repara logo na feiura do território português. Pinheiros e eucaliptos para todo o lado. Parecemos uma qualquer plantation na América Latina ou em África, sem sequer um mínimo de coerência geométrica que minimize a feiura. A coisa já vem dos tempos do salazareco, mas salazarentos aproveitam o agravamento natural da situação desde que baixamos as cuecas para Bruxelas para atacar abrileiros, e vice-versa, e os próprios abrileiros brigam entre si. Idiotas do PS acusam o PSD, idiotas do PSD falam em geringonças, bloquistas não dizem nada com nada e comunistas, essa espécie tosca, são talvez os que menos agridem a razão, ao menos enquanto não tentam propor soluções!
Talvez esteja a ser modesto. Quem sabe, antes de velho, ainda tenha o privilégio de saber que cem mil, ou mesmo duzentos mil pobres diabos, morreram num incêndio qualquer. Parece exagero? Bom, num Portugal em processo de algarvização o mais provável é que mais jovens portugueses tenham de emigrar, afinal, a vida nos centros urbanos algarvizados fica cada vez mais cara, enquanto os empregos criados pagam cada vez menos. Atrás do turista endinheirado, nem que seja para uma semana vivendo como "rico", vem a "carne marrom", a única disposta a viver em apartamentos minúsculos, comendo lixo todos os dias, de modo a se conseguir economizar uns 150 euros por mês com o que os empreguinhos ridículos criados pelo turismo dão (é só ver quem ocupa os empregos criados pelo turismo no Algarve). E no meio da carne marrom vêm os povos do Kebab, e atrás do Kebab, tão amado dos turistas, vem a rapaziada de alcorão e Nike aproveitar o rendimento mínimo e, consequentemente, chega a dinamite...
Mas, pensando bem, será preciso trazer dinamite quando o nosso território se transformou num depósito de combustível gigantesco? Acho que não. Se é para causar furor e aterrorizar, seria muito mais fácil iniciar centenas de focos de incêndio pelo território, e as fronteiras abertas só reforçam o meu pressentimento de que isso vai acontecer. Nessa terriola colonizada pelo europeu do norte, ocupada por um povo corrompido e emburrecido por uma elite ridícula (olhem para o Marcelo Rebelo e o Salvador Sobral e saberão o que é o "dasein" da elite portuguesa), que vende o território que depois vai enriquecer outros em troca de esmolas que permitem gastos supérfluos com carros e "espelhinhos", tal e qual fizeram alguns povos primitivos em África e nas Américas, os únicos barrados nas fronteiras são os bombeiros espanhóis. Ah, se fossem bombistas, ou melhor, refugiados!
Que se lixe. Só se vive uma vez e não vale a pena tentar salvar quem está condenado. Essa coisa chamada Portugal, se tiver sorte, acabará colonizada por gente um bocadinho melhor do que aquela que actualmente o controla a partir de Bruxelas. Ou você acha realmente que são os idiotas de Cascais que mandam por cá? Nunca passaram de meninos de recados que tiram alguns trocos por fora e se derretem quando podem falar em "estrangeiro", como é típico dos cafres que os suínos endinheirados britânicos tratam por "wogs".
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