A importância de Olavo de Carvalho no ressurgimento da direita brasileira foi destacada pela BBC. O artigo, a partir de uma perspectiva esquerdista, critica frivolidades e lança farpas ligeiras, mas omite os pontos cruciais, entre eles a sua ligação a interesses globalistas interessados na desestabilização do Brasil que apostam no surgimento de uma direita anti-comunista nos moldes romenos, repetindo de certa forma o que foi aplicado na Ucrânia. Nada diverso se poderia esperar da BBC.
Observando atentamente os padrões
de ingerência a que nos acostumamos desde a fragmentação da Jugoslávia, com
ênfase para os anos passados desde o início das primaveras, é impossível não reconhecer o papel precursor de Olavo
de Carvalho na formação da onda direitista brasileira, elemento essencial para
que o actual processo de desestabilização do Brasil avançasse. No fundo, Olavo
foi e é o quebra-gelo dessa nova direita. Durante anos, a sós, denunciou o Foro
de São Paulo e até foi marginalizado pela direita com espaço nos media
corporativos, mas esta, aos poucos, diante da mudança das circunstâncias, por
acção dos grandes poderes internacionais (por intermédio da elite compradora
local), e da quebra de certos tabus no debate político (aqui entra a acção de
Olavo de Carvalho nas redes sociais), começou a adoptar as partes do discurso
olaviano que o grande público estava pronto para digerir. De figura relativamente marginal, chegou ao
ponto de conseguir um emprego para um dos seus catamitas e hagiográfos na
revista Veja às vésperas do momento mais intenso da campanha que levou ao
impeachment de Dilma Roussef.