sábado, 30 de abril de 2016

O deputado e a piranha: um episódio banal que explica parte do "Grande Jogo"...


Deputado? Nem pensar. Este nasceu para o Senado!

Ontem tomei conhecimento de um episódio aparentemente banal, mas que revela bem a natureza da política brasileira e, em certo grau, ainda que com menor grau de despudor e amadorismo, de todo o mundo ocidental. Um deputado federal brasileiro contractou os serviços de uma profissional e usufruiu dos seus serviços em plena Câmara.  Até aí, nada demais (há poucos meses, lembrem, tivemos o caso de "Lord Coke").  O mesmo se passa em muitos órgãos legislativos do mundo, e isso está longe de ser o pior. Pedofilia, prostituição e cocaína são três palavras insistentemente associadas a parlamentares de todo o mundo, e não injustamente. As coisas são assim e não poderiam ser diversas pois foram concebidas dessa maneira...

Por qual razão? Para que os poderes capazes de influência a nível intra e internacional mantenham um controlo rígido sobre a classe política sob a máscara da representatividade. Para além das várias maneiras, nalguns casos mais eficazes, noutros menos, usadas em cada nação para viciar a representação, impedindo a formação de um vínculo sólido e duradouro entre a população e os seus representantes (ainda que eu veja pessoalmente a existência de um poder legislativo permanente como algo absurdo e um convite ao fracasso), tornando estes exclusivamente dependentes dos que possuem os meios para promover ou despromover os políticos através das máquinas partidárias, ou mantê-los empregados fora do meio da política quando necessário, há outras pelas quais os tais poderes capazes de acção a nível intra e internacional controlam os “entertainers” da política. Estas passam basicamente pela corrupção, em todas as suas formas e não apenas financeira. Esta última, apesar de ser a mais preocupante para o cidadão comum, costuma ser apenas a porta de entrada no inferno da política.

Do ponto de vista dos tais poderes, para termos controlo eficaz e garantido sobre um político qualquer, nada melhor do que escolher um perfil que junte os piores vícios possíveis à incapacidade de êxito pelo mérito. A única qualidade que conta é a capacidade de decorar discursos e cativar pelas palavras, ou seja, ser um bom vendedor. No caso brasileiro, não é por acaso que os mesmos tipos que se dão bem enquanto pastores das mais peculiares seitas se adaptam perfeitamente à política. Conversa escorregadia é suficiente para enganar a maioria esmagadora da população, ao menos enquanto os media corporativos passam uma imagem favorável, e isso basta para dar credibilidade ao circo eleitoral.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Flores se regam.



José de Abreu é ator e cidadão brasileiro. Nasceu em Santa Rita do Passaquatro, interior do Estado de São Paulo, mas reside na cidade do Rio de Janeiro, como boa parte do elenco da Rede Globo. 

O paulista - de fato, diferentemente de Eduardo Bolsonaro - trouxe, em um momento de crise, o dinheiro que recebe da televisão carioca para gastar em um restaurante na cidade de São Paulo.  Porém, como se pode ver no vídeo abaixo, aparentemente quando se retirava, José de Abreu passou a ser verbalmente agredido por um desagradável casal de coxinhas




Por alguma razão, o homem queria que ele voltasse para "sua terra" - Sta. Rita do Passaquatro??? - e o chamou de safado. A esposa, como uma espécie de papagaio monocórdio, só fazia repetir o xingamento: "Safaaado, safaaado...". Ele, que se identificou como advogado, passou então a dizer que o ator seria vagabundo, pois viveria às custas da Lei Rouanet. 

E que lei é essa? É a que permite, entre outras coisas, que empresas abatam de sua declaração de Imposto de Renda a ajuda financeira que oferecem à produção cultural. Essa lei não foi criada pela administração petista, mas pela de Fernando Collor de Mello, talvez o presidente mais liberal que o Brasil já teve (a despeito do confisco). Entre os atores que já se beneficiaram dela está Regina Duarte, que, pelo menos desde o dia 14 deste mês, utiliza a dita lei para conseguir incentivos para uma nova peça. Essa mesma atriz se destaca, há anos, em oposição a seu colega global, por seu anti-petismo. Por ironia do destino e desgraça do coxinha sem educação, que não respeita nem a refeição alheia, o ator petista, no entanto, diz no vídeo nunca tê-la utilizado! 

Agora, em vez de criticarem a agressão gratuita sofrida pelo ator, muitos querem condená-lo por ter perdido as estribeiras e cuspido no casal. Alguns até querem parecer comedidos dizendo que ele deveria ter "debatido idéias", como se o casal estivesse debatendo alguma coisa e como se fosse obrigação de um cidadão estar disposto a transformar o restaurante que frequenta em uma ágora. Entre os que se fingem de indignados com esse comportamento, encontram-se muitos dos seguidores do gnóstico satanista da Virgínia, justamente aquele que, há anos, advoga que se dê uma "catarrada no olho do c..." de quem for de esquerda e outras bizarrices que lhe são típicas.

O que eu teria feito nessa situação? No caso do advogado bestalhão, eu o teria deixado prostrado no chão e diria para não se levantar até que o ilustríssimo causídico honrasse seu diploma e demonstrasse entender as bases constitucionais do pacto federativo, do direito à livre circulação de pessoas em locais públicos por todo o território nacional e a gravidade da falsa acusação e difamação pública que praticava.

Quanto á sua acompanhante coxinhette, creio que uma cusparada já está de bom tamanho. É fato que não se bate nem com uma flor em uma outra flor. Mas flores, também isso é verdade, se regam. 


A estratégia das tesouras.




Olavo de Carvalho, em "A mão de Stálin está sobre nós":
A articulação dos dois socialismos era chamada por Stalin de “estratégia das tesouras”
O mesmo Olavo de Carvalho, em "Namoro com o genocídio", entre outros:
...através da inteligente manipulação dos conflitos por meio do que Lênin chamava “estratégia das tesouras"
Stálin, Lênin ou ambos? Nenhum dos dois. O termo "estratégia das tesouras" jamais foi utilizado por qualquer um deles. Essa é somente uma metáfora utilizada pelo desertor soviético Anatoliy Golitsyn em New Lies for Old para se referir a uma suposta falsa desavença entre China e Rússia para enganar o Ocidente, entre outras artimanhas. 

Na realidade, no capítulo 25 desse livro, "The Final Phase", Golitsyn não só deixa contextualmente claro que eles não conceberam essa estratégia, como afirma categoricamente que eles jamais sequer teriam condições de criar formas tão sofisticadas de ação:
Dada a multiplicidade de partidos no poder, as ligações próximas entre eles, e as oportunidades que tiveram para alargar suas bases..., os estrategistas comunistas estão preparados, na busca dessa política, para estabelecer manobras e estratagemas que vão além da imaginação de Marx ou do alcance prático de Lênin e [que seriam] impensáveis para Stálin. Entre esses estratagemas previamente impensáveis estão a introdução de uma falsa liberalização na Europa Oriental e, provavelmente, na União Soviética e a mostra de uma independência espúria por parte dos regimes da Romênia, Tchecoslováquia e Polônia.
Noves fora, não existe um conceito leninista e nem tampouco stalinista de "estratégia das tesouras". O que se lê nas duas citações que abriram este post é fruto de uma total falta de rigor acadêmico.

E essa não foi a primeira vez em que o Olavo afirmou tolices sobre o período soviético, como eu já escrevi em um post em meu blog pessoal no qual demonstro a falta de credibilidade de Claire Sterling nos círculos da "inteligência" americana, a despeito do valor que o "grande filósofo tupiniquim" lhe atribua. Quanto a Golitsyn - outro autor que ele considera essencial para entender a Rússia e a China atuais -, os especialistas também o desqualificam (vide aqui, aqui e, sobretudo, aqui) de forma contínua e bem fundamentada.

Mas acredito que o Olavo tenha identificado corretamente uma outra aplicação da tal "estratégia das tesouras", e talvez até por isso tenha passado a enxergá-la em todo lugar. Refiro-me ao que os irmãos Velasco passaram a chamar de "esquema de duplas", que, como insider de organizações esotéricas, ele revelou em "O segredo da invasão islâmica": Gurdjieff e Idries Shah destruíram a mente dos intelectuais para que, mais tarde, Guénon e Schuon, seus aparentes críticos, reconstruíssem-na sobre outras bases. Esses dois, por sua vez, teriam formado também uma falsa oposição para melhor influenciar seus seguidores. 

O pai fingindo-se de católico enquanto envia os que querem "algo a mais" para o filho explicitamente gnóstico não seria um exemplo da estratégia das tesouras em ação? É também o que sugere esse poema em que uma destacada olavette decidiu dizer, na forma de auto-zombaria, algumas verdades que já conhecíamos:

Se você quer ser a minha namorada
Ai que linda namorada, olavete tem que ser

...você tem que me fazer um juramento

de só ter um pensamento:

fazer o COF até morrer

...E se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada
...Aquela amada superando a frescurada
E subindo de camada
Ser aluna do gonzaga 
...nessa tariqa de nós dois







sábado, 23 de abril de 2016

Costinha da Frô e Marcelinho do Pó: a canina dupla Bilderberg

Limpa o nariz e atenção ao olho arregalado;)


Somente graças à imensidão da tarefa de destruição da Europa, que exige concentração de esforços nalgumas áreas centrais na primeira fase, e ao fracasso económico que é o Portugal feitoria de Bruxelas, temos sido poupados à presente invasão, despoletada pelos mesmos poderes que promovem o caos na Síria. Tais poderes, como sabemos, utilizam vários instrumentos para promover a sua agenda, desde seitas/redes como a maçonaria e o Opus Dei até reuniões anuais como a de Davos ou os famosos encontros Bilderberg.

Neste último, envolto em mitos que servem para descredibilizar qualquer análise séria, figuras públicas e políticos proeminentes do Hemisfério Norte, pertencentes ou ligados às redes citadas e outras, são apresentados à elite político/financeira e submetidos a uma rodada de discussões onde as posições comuns são afinadas e é feita a avaliação in loco. Em muitos casos, as figuras convidadas ficam em "incubação", mas o mais habitual é que os políticos presentes sejam escolhidos pelos partidos como candidatos a cargos executivos logo a seguir ao convite.

Cá em Portugal, temos alguns exemplos. Nulidades como Paulo Portas e Passos Coelho passaram pelo ritual. No caso de Passos Coelho, a sua passagem por lá se deu no mesmo ano que a do Costinha, actual administrador do bazar em que vivemos. Porém, com a eleição à presidência do Marcelinho, antigo comentador de futebol e outras trivialidades no Freak Show televisivo, passamos a um novo grau de submissão pois é a primeira vez que tanto o presidente quanto o primeiro-ministro saíram da lista de convidados da famosa reunião que até há uns 10 anos não existia (na imprensa corporativa, que agora trata de diminuir a sua importância)...

E Marcelinho tem provado que foi uma escolha acertada. Se dependesse da disposição andina desta celebridade capaz de ler dezenas de livros por semana (nem o Maradona...), Portugal já teria sido inundado por traficantes magrebinos, bandidos iraquianos e jihadistas de todas as partes. Para ser justo, aposto que fotografias de Lisboa já teriam estampado as capas de todos os pasquins do mundo. As palavras do nosso dinâmico presidente não deixam dúvidas:

Foi esse o alerta que Marcelo quis deixar com esta visita: os refugiados não estão a chegar aos países de acolhimento. “Isto está a passar-se em toda a Europa: há qualquer coisa que não funciona”. O recado vai direito para Bruxelas.

“O Governo e toda a sociedade portuguesa têm estado muito atentos a esta realidade – a plataforma de apoio aos refugiados e as instituições mais diversas têm estado muito disponíveis para receber. O problema está a nível europeu: há muita disponibilidade mas depois é difícil encontrar refugiados que queiram vir para Portugal”, afirmou.

“É uma situação incompreensível, mas infelizmente é a situação da Europa”, sublinhou. “Países como Portugal – que em proporção à sua população, é dos países que mais tem mostrado disponibilidade para receber refugiados – estão disponíveis para  receber uns milhares e depois chegam umas dezenas… Isto está a passar-se em toda a Europa e não tem a ver nem com a sociedade portuguesa nem com o governo português”, insistiu, deixando mais uma vez um elogio às opções políticas do executivo socialista.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Michel Temer, um maçom macumbeiro.

Em 2013, a Folha de São Paulo trouxe uma reportagem sobre a eleição do novo grão-mestre do Grande Oriente Brasil, que possui, segundo o jornal, cerca de 3 mil lojas no país. 

Vejam o que diz um de seus membros, identificado como "maçom oficial de gabinete do Grande Oriente paulista":



Um vídeo da TV Folha, incorporado na reportagem acima e também reproduzido no Youtube, confirma a informação através de outra fonte: Marcos José da Silva, que então era o Grão-Mestre Geral da Grande Oriente do Brasil tentando a reeleição (clique para ir direto ao ponto, na altura dos 56 segundos). Ele diz:


Não falemos em Michel Temer, né, senão o Vice-Presidente pode ficar até aborrecido...



São, portanto, duas pessoas qualificadas dando testemunhos convergentes através de um veículo de credibilidade jornalística (mainstream media). 

Já no vídeo abaixo, Michel Temer saúda seus "irmãos" e reverencia a maçônica Revolução Francesa e sua "fraternidade":




Outra fonte, um perfil seu traçado pela RBS, identifica-o como católico e maçom.



Para arrematar, um artigo publicado no site Gospel Prime diz que a informação de que ele seria maçom foi retirada de seu perfil na Wikipedia por alguém utilizando um computador cujo endereço de IP vinha da Presidência, o que parece confirmar que ele ficaria "aborrecido" com a propagação da informação.



Que ele é maçom parece estar bem estabelecido. Mas macumbeiro também?!

Logo no início de uma entrevista que concedeu à Folha Evangélica, ele diz ser católico, que até frequenta cultos evangélicos e que jamais foi a centros espíritas ou sessões de umbanda.




Mas não foi isso que apurou o jornalista Leo Dias, de O Dia, em seu blog hospedado no Portal IG, há dois dias:



Como apontei recentemente, no post sobre Hermes Rodrigues Nery e seu envolvimento no movimento pelo impeachment, a oposição à Presidente Dilma Rousseff está repleta de gnósticos e maçons. Os conservadores, porém, apesar de se intitularem "defensores da tradição judaico-cristã", preferem fazer vistas grossas ao envolvimento das lideranças anti-petistas com a mais importante instituição anti-cristã do planeta e com crenças satanistas.

Nenhuma verdade que seja dita, com justiça, sobre os males que o PT representa à nação anula os males representados pelo outro lado. Ou os conservadores encaram a realidade como ela é e fazem uma análise mais abrangente do quadro atual, ou estarão cooperando, seja por ignorância ou soberba, com um projeto para o país que desconhecem totalmente e pode ser pior do que qualquer coisa que os "bolivarianos" poderiam sequer conceber. 




terça-feira, 19 de abril de 2016

Olavo, Feliciano e a família Bolsonaro.



As olavettes ficaram enfurecidas com Reinaldo Azevedo, pois ele ousou alfinetar o Grão Mestre da Virgínia atribuindo o mérito pelo processo de impeachment de Dilma aos "conservadores da democracia, como MBL e VPR". E ele foi ainda mais incisivo, referindo-se à reação de Olavo e seus seguidores diante da aproximação desses movimentos com partidos políticos da oposição:
E, ora vejam, foi preciso trombar com a direita cretina, mistificadora, estúpida e, sim, golpista, que acusava o MBL e o VPR de estarem se vendendo aos políticos.
Segundo esses trogloditas de Facebook, que pretendem comandar o mundo com um teclado nas mãos e algumas ideias tortas na cabeça, meia dúzia de militares entusiasmados resolveriam a questão. Não odeiam a democracia menos do que o PT. Aliás, nada mais são do que o petismo com sinal trocado.
O ataque de Azevedo veio logo depois da empolgação dessa horda diante de uma ou outra referência a seu babalorixá durante a votação do impeachment, com destaque à feita pelo deputado Marco Feliciano:
... dizendo que Olavo tem razão, dizendo tchau para essa querida, e dizendo tchau ao PT, partido das trevas, eu voto sim!
Mas o Olavo teria razão por ter dito exatamente o quê? Ele, por acaso, "previu" que os governos petistas desembocariam em um processo de impeachment? Muito pelo contrário, como lembrou um amigo, ex-olavette, por e-mail:
Agora que está claro que o impeachment deve sair, ao menos do ponto de vista formal, não consigo deixar de me lembrar das aulas do Olavo de 2003, quando este dizia que o PT ficaria "pelo menos uns 60 anos" no poder.
Aqueles que acompanham há mais tempo seu trabalho talvez saibam exatamente de onde partiu essa "previsão" mal-sucedida, mas vale a pena explicitar:

O Olavo atribui ao romeno Constantin Noica, filósofo fascista e gnóstico, uma importância central em seu pensamento.

Noica, após a perseguição dos fascistas pelo regime comunista na Romênia, optou por se isolar nas montanhas, onde surgiu a "Escola de Paltinis". Totalmente desiludido com a política, pois não via perspectiva para o fim do domínio soviético, ele encontrou alento na crença de que os intelectuais "sérios" deveriam se isolar solitariamente ou em pequenos grupos de estudos privados.

Surpreendidos, porém, com a súbita queda do império soviético, os intelectuais formados por Noica acabaram se tornando lideranças intelectuais e políticas na Romênia, pois se negaram, durante a fase comunista, a se integrar ao mainstream e, por isso, não tiveram o prestígio destruído junto com o muro de Berlim (apesar de um dos mais destacados discípulos de Noica, e amigo do Olavo, o gnóstico maçom André Plesu, ter se envolvido em escândalos sexuais relacionados à Meditação Transcedental ainda sob o regime comunista). 

Foi com base no que ocorreu na Romênia que ele sempre justificou sua desesperança na via política, como fez em 2006 em um artigo para o Diário do Comércio:


Se o desespero dos estudantes que me escrevem viesse só da situação política, haveria esperança de saná-lo por meio da ação política. Mas a ação política é um subproduto da cultura e, no estado em que as coisas estão, nenhuma ação política inteligente, ao menos em escala federal, é previsível nas próximas duas ou três gerações...A USP levou meio século para chegar ao poder, e ainda não parou de gerar pseudo-intelectuais ambiciosos, ávidos de mandar, sedentos de ministérios. Sua obra de destruição está longe de haver-se completado...
Da política nada de bom se pode esperar num prazo humanamente suportável. Uma ação cultural de grande escala – a fundação de uma autêntica instituição de ensino superior, para contrabalançar a desgraça uspiana – também não é nada provável...
E seus alunos devem também lembrar que, em mais de um dos episódios de seu talk show na Internet, o True Outspeak - que, é sempre bom recordar, está em péssimo inglês, pois "outspeak" é um verbo, não um substantivo, portanto não pode ser adjetivado por "true" -, ele criticou a "elite paulista" e a Fiesp por nada fazerem contra a expansão da esquerda no Brasil. 

Essa seguia sendo sua convicção até que ele foi pego de surpresa pelos protestos de 2013 e a subsequente formação dos grupos pró-impeachment, em um processo muito bem resumido por Reinaldo Azevedo no artigo citado.  E qual o epicentro desses movimentos? A mesma elite paulista e a Fiesp execrados até então por Olavo.

Atropelado pela realidade, ele preferiu então negar o que havia repetido diversas vezes e passou cinicamente a recomendar e até a cobrar de seus alunos e admiradores que se envolvessem na política. Isso não passou despercebido no Hangout entre Olavo, Lobão, Danilo Gentilli e outros, em que ele foi diretamente confrontado com essa contradição. No vídeo abaixo os leitores verão uma rara olavette apontando repetidamente a incoerência do Mestre (ou cliquem aqui para abrir o vídeo direto no ponto: a partir de 1h, 11 min e 9 seg).  





Ou seja, todo o processo que culminou no cenário político em que estamos vivendo agora no Brasil é mais uma prova irrefutável de que o Olavo poucas vezes tem razão. A propósito, de igual forma, ao ser surpreendido pelos fatos, ele tratou logo de envolver o movimento que surgia em seus tentáculos, promovendo Hangouts com as principais lideranças, e se empenhou em fazê-las engolir e encampar o político brasileiro mais destacado sob sua influência: o deputado Jair Bolsonaro. Resultado: ele errou novamente, pois os principais movimentos pró-impeachment renegaram tanto o "filósofo" quanto seu político truculento. 

Ainda no clã Bolsonaro, Eduardo, que é deputado federal e filho de Jair, protagonizou o episódio com que encerro este post e que ilustra muito bem a falsidade oportunista que emana da Virgínia e tem chegado ao púlpito da Câmara dos Deputados.  

Após ter dito no Congresso que precisamos "de mais Olavo de Carvalho e menos Paulo Freire", a cria de Jair Bolsonaro, envolta na bandeira paulista, justificou seu voto em favor do processo de impeachment "pelo povo de São Paulo nas ruas com o espírito dos revolucionários de 32", mas o fez com o mais carregado sotaque carioca! Coerentemente, Eduardo teria de abdicar de seu cargo, pois, se fosse pelo espírito dos revolucionários de 32, jamais teria sido eleito por esse estado!

O engodo é tudo o que se pode esperar de Olavo de Carvalho e seus mais próximos e destacados seguidores. 

domingo, 17 de abril de 2016

Olavo de Carvalho: promovendo a sedição nas forças armadas, a guerra civil no Brasil e a perseguição contra vozes dissidentes com o apoio de deputados




Isto é a solução ucraniana que Olavo de Carvalho defende.
É isso o que também querem os Bolsonaros e o deputado Feliciano, aluno do agente provocador?



Às vésperas de uma votação que pode ser o passo sem retorno para a guerra civil (leiam este artigo), afinal, o que há no Brasil não é uma reacção da sociedade contra o conjunto da classe política corrompida, mas sim uma instrumentalização da insatisfação popular por facções tão envolvidas nos esquemas do regime quanto o PT para chegarem ao poder,  tudo apoiado por interesses internacionais que visam aumentar o seu controle sobre o Brasil com o seu enfraquecimento, seja qual for o epílogo, ficamos a saber que o pai espiritual da actual onde direitista, Olavo de Carvalho, mentiu a respeito de um suposto ataque comunista ao seu site e teve respaldo de um deputado federal, chegando ao ponto de afirmar que Olavo teve de fugir para os EUA por ser perseguido politicamente! Nem Catilina ousaria tanto.

Ao tal pastor deputado se juntou mais tarde a família Bolsonaro, clã especializado em sugar o erário desde que o velho Jair Bolsonaro teve de sair do exército para não ser expulso. Eduardo Bolsonaro, que foi avisado por nós a respeito do engodo e recebeu as provas (temos prova disso), também interveio na câmara e chegou a dizer que o Brasil precisa de mais Olavo de Carvalho, trocando a estupidez freyrista pelo fanatismo olaviano. Na minha sincera opinião, diante de tais opções, seria melhor acabar de vez com a educação e recomeçar do zero pois de nenhuma pode nascer uma civilização. Na verdade, podem matá-la. 

sexta-feira, 15 de abril de 2016

O falso ataque ao site de Olavo de Carvalho(Sidi Muhammad): A mentira mais idiota de todos os tempos


Hoje, ao abrir o Facebook, reparei que a mais recente mentira de Sidi Muhammad ganhou contornos "parlamentares". Para quem já conhece o bruxo, a manobra para gerar publicidade e atrair idiotas para o “curso” era mais do que evidente, porém, algumas pessoas que seguem o "católico perene" Sidi Muhammad continuam enganadas. 




Notem que o guru voltou a fazer  o que já havia feito quando começamos a revelar as suas mentiras e o seu passado, tudo com provas e documentos: acusou "MAVs", organizações comunistas e interesses poderosos de atacarem a sua página, gerando assim confusão suficiente para que ele se esquivasse de responder algumas perguntas incómodas que lançamos. Para aumentar a gravidade disso, o assunto chegou à Câmara dos Deputados no Brasil por via do sujeito que se identifica como Pastor Marcos Feliciano. Por coincidência ou não, o mesmo “pastor Marcos Feliciano” voltou ao Parlamento para, dizendo basicamente a mesma coisa que já havia dito na intervenção passada, divulgar a mentira dos ataques e, ao mesmo tempo, promover o novo curso de Olavo de Carvalho.Hoje me deparei com um vídeo do mesmo, dizendo basicamente a mesma coisa que disse na intervenção passada (e usando o mesmo mau “português”).
Conhecendo de antemão a qualidade dos jornalistas, resolvi fazer o que ninguém até ao momento fez, ou seja, investigar o suposto ataque em primeira-mão. Por sorte, o próprio Sidi Muhammad divulgou mais detalhes minutos a seguir:



Como o guru afirmou :"A coisa foi tão grave que o próprio provedor teve que tirar a página do ar para que sua máquina não fosse prejudicada". Bem, visitei então o site  http://seminariodefilosofia.org.ipaddress.com/ e verifiquei que o provedor é a empresa "SoftLayer Technologies". Podem ver aqui: 


Um ataque tão grande e devastador num provedor da SoftLayer (sub-empresa da IBM) seria um evento conhecido, pois a IBM se gaba da sua segurança, elaborando relatórios periódicos sobre a condição dos seus provedores, mundialmente conhecidos pela estabilidade. Claro que, apesar de toda a estranheza da situação, eu não poderia afirmar sem provas que Olavo de Carvalho estava a mentir para criar mais fama em torno de si. Foi então que entrei directamente em contacto com a SoftLayer Technologies. Após uma longa conversa com um funcionário,  que me autorizou a divulgar o conteúdo, fiquei devidamente esclarecido.

                           

O funcionário não foi notificado a respeito de nenhuma ocorrência durante o dia 12, dia do suposto ataque, e nem sequer nos dias 13 e 14, sobre os quais inquiri para que não houvesse dúvidas. O Sr. Jordan ainda frisou que um ataque de tal magnitude não passaria sem uma nota oficial da IBM, além de que o transtorno afectaria centenas de clientes, pois cada servidor aloja mais de um site, e reiterou não ter recebido nenhum aviso de anomalia nos últimos dias. Podem consultar o site da empresa, na secção de notas públicas, para comprovarem que não houve nenhum ataque. Recomendo inclusive que se dirijam directamente à mesma para confirmar as informações. Se Olavo de Carvalho não mentiu, então só podemos concluir uma coisa: o ataque foi de tal gravidade e eficácia que nem a própria "SoftLayer" e a IBM se deram conta!
E você amiguinho, também deu 400 reais para fazer o curso do picareta? Se deu, meus pêsames...


(Actualização do post dia 18-04-2016)


Continuando a investigação sobre o ataque "profissional" sofrido pelo "ex-astrólogo" Olavo de Carvalho, fui alertado para um detalhe: o host do site em causa é a empresa "WebFaction". Para ser mais específico, o site "semináriodefilosofia.org" estava alojado em web345.webfaction. Com isto em mente, contactei directamente a empresa WebFaction e perguntei houve algum ataque em massa contra o servidor em causa. Eis a resposta da WebFaction : 


 

O funcionário garantiu que no dia 12 não houve nenhuma ocorrência anormal no servidor onde o site "seminariodefilosofia.org" estava alojado, e ainda insistiu que "se por algum motivo o cliente do site pensou que estava fora do ar", que os contacte.
Sr. Olavo de Carvalho, fica aqui a recomendação da WebFaction. Se desejar, podemos fornecer o email da mesma. Obrigado. 

(Actualização Dia 19-04-2016)

Finalmente o guru tentou explicar o "ataque comunista que quase deitou abaixo o servidor"...

Vamos analisar atentamente o que o guru nos exibiu : 



Como podem verificar, a empresa contactada foi  a "WEBFACTION", que contactamos no email acima e nega a existência do ataque ao site "www.seminariodefilosofia.org". Reparem no que a empresa afirmou acerca do problema:

A resposta começa assim: "Você perguntou anteriormente como melhorar a performance do site" (algo bem diverso de ataque comunista)

Mais a frente: "Parte do problema é que a sua aplicação não está fechando a base de dados...". Ou seja, se houve algum problema, foi de configuração, o que é bem diverso de um ataque profissional, coisa de governos... 

Na mesma resposta a WEBFACTION, que nos garante não ter havido ataque ao site, ainda é mais específica: "o problema está vindo de plug-in ou theme recentemente adicionados"... 


Resumindo, é a terceira vez que a própria WEBFACTION nega o ataque.

Vamos aguardar por mais "desmentidos" da parte do guru que confirmem a não existência do ataque. Obrigado Sidi Muhammad por mais esta pérola !

(Actualização Dia 19-04-2016)

Cerca de 30 minutos após apresentar a desculpa esfarrapada acima, o guru apagou o post...
Lembrem-se amigos: quando mentirem sobre um suposto ataque hacker comunista, não usem como prova uma mensagem onde a empresa que vos fornece internet afirma que houve simplesmente um problema de Plug-Ins ou Themes pois nem olavetes "engolem" essa.

(Actualização Dia 21-04-2016)

Fazem 48 horas desde que o guru apagou o post. Olavinho continua apagando todos os comentários que citam este post numa tentativa desesperada de conter a verdade.


quinta-feira, 14 de abril de 2016

Rússia vs. OTAN: quem está com a razão?




Da Revista Veja:
Aviões militares russos realizaram uma série de "voos agressivos" sobre um destróier dos Estados Unidos em águas internacionais no Mar Báltico nos últimos dias. Rússia afirma que voos não desobedeceram normas internacionais de segurança...
Dois caças russos Su-24 desarmados voaram pelo menos vinte vezes perto do "USS Donald Cook", incluindo um voo a menos de dez metros do navio americano. Na terça, um helicóptero antissubmarino russo Ka-27 Helix voou sete vezes ao redor do destróier, tirando fotos à medida que passava.
O Ministério da Defesa russo veio a público apresentar sua versão dos fatos:
"...após detectar o navio, os pilotos russos viraram para a direção oposta, em plena conformidade com as medidas de segurança".
"Todos os voos dos aviões militares russos seguem as normas internacionais de utilização do espaço aéreo sobre águas neutras".
No site da Reuters temos informações mais aprofundadas (sempre minhas traduções e negritos):
O incidente ocorreu enquanto a OTAN planeja sua maior expansão na Europa Oriental desde a Guerra Fria para se opor àquilo que a aliança, e em particular os três estados bálticos e a Polônia, consideram ser uma Rússia mais agressiva.
Os estados bálticos (Estônia, Látvia e Lituânia), que se juntaram à OTAN e à União Européia em 2014, solicitaram à OTAN uma presença permanente de tropas aliadas... em seus respectivos territórios...
O congressista americano J. Randy Forbes, que lidera a Subcomissão dos Serviços Armados sobre poderio marítimo, declarou que "a atividade naval americana na Europa deve se expandir de forma consoante à ameaça imposta pelo comportamento da Rússia na esfera internacional".
Chegamos agora às recentes declarações do Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov:
"Estamos observando um crescimento sem precedentes da atividade militar desde o final da 'Guerra Fria' e a presença da OTAN no assim-chamado Flanco Oriental da aliança com a finalidade de pressionar a Rússia com entraves militares e políticos. Isso tudo acompanhado por uma agressiva campanha política de demonização da Rússia".
Em resumo: a OTAN está se expandindo para a Europa Oriental alegando que os russos ameaçam os países membros da região, enquanto os russos acusam a aliança ocidental de estar cercando seu país de bases militares.

Somente se sairmos da proposital superficialidade da cobertura jornalística dos fatos crus, que podem ser lidos de uma ou outra forma, poderemos identificar quem está com a razão. E, nesse caso, beyond any reasonable doubt, ela está com os russos. E justifico meu veredito:

1. Esses dois mapas ilustram a expansão da OTAN na Europa Oriental desde a Queda do Muro de Berlim até 2009:



2. Esse outro mostra, com um comentário irônico, a presença militar ocidental em torno da Rússia:



3. Mas por que a OTAN não poderia se expandir para a região? Porque, nas negociações para por um fim à Guerra Fria entre americanos e russos e extinguir a antiga União Soviética, o Ocidente se comprometeu a não expandir a aliança em direção aos antigos estados-satélites russos, declarando com isso - ou assim pensavam os russos - a disposição em evitar um futuro retorno da rivalidade. Porém, apesar da insistência dos soviéticos, o Ocidente não se dispôs, pelo menos de imediato, a assinar qualquer documento garantindo essa postura.

Os Estados Unidos passaram, então, a alegar que os russos "não entenderam direito"!! Um excelente resumo dessa história pode ser lido em um artigo de 2009 publicado na Spiegel Online International intitulado "A expansão oriental da OTAN: o Ocidente realmente descumpriu a promessa a Moscou?"

Não traduzirei todo o conteúdo aqui, mas vale a pena ler esse resumo que vem logo abaixo do título (prestem especial atenção ao trecho negritado):
O Presidente russo Dmitry Medvedev acusou o Ocidente de descumprir a promessa feita após a queda do Cortina de Ferro, dizendo que a expansão da OTAN na Europa Oriental violou compromissos acertados durante as negociações para a reunificação alemã. Documentos recentemente descobertos em arquivos ocidentais sustentam a posição russa.
4. Anos depois, no entanto, a OTAN e a Rússia assinaram um documento em que a aliança se comprometia a não se expandir para a Europa Oriental. É o chamado Founding Act. Mas, para tornar a posição ocidental ainda mais cínica, como se pode ler em um artigo de 1997 no New York Times:
... Autoridades americanas enfatizaram que o novo acordo meramente codifica os planos militares da OTAN, que a aliança é livre para modificar. Dizem que o documento dá uma voz a Moscou, mas que não permite que a Rússia ate as mãos do Ocidente.
Mas as autoridades russas falaram sobre o "caráter vinculativo" do acordo. Eles enfatizam sua expectativa de que questões importantes serão trazidas ao novo Conselho OTAN-Rússia, que operará por consenso.
A má-fé americana foi ainda reafirmada em 2014 por "John C. Kornblum, ex-Subsecretário de Estado dos EUA para questões européia, que ajudou a redigir e negociar o ato", como se lê em uma entrevista reproduzida no blog do Wall Street Journal:
Sr. Kornblum: A primeira coisa importante é que isso não é um tratado. Não é algo legal. Um ato é um acordo de compromissos políticos que as pessoas fazem. Não tem validade legal. Os alemães estão distorcendo isso e dizendo "Não podemos violar o ato". Mas não há nada que se violar.
Isso lhe parece fazer sentido? Nem para o entrevistador, que retrucou com a seguinte pergunta:
Se não tem validade legal, qual a finalidade do ato?
Ao que ele respondeu:
O Founding Act entre OTAN e Rússia foi uma declaração, por parte da OTAN e da Rússia, quanto à forma em que regulamentariam suas relações. Foi todo feito na forma de compromissos políticos. Não está redigido na forma de um compromisso legal. Está redigido como uma intenção política.
Ele então diz que foram os russos é que teriam violado esses "compromissos" - mas não apresenta nenhuma evidência disso - e que, mudadas as condições, abrem-se outras possibilidades. Mas então o entrevistador faz uma nova pergunta:
Se é tão claro assim, por que a Alemanha e outros membros da OTAN o lêem de forma diferente?
Ao que ele respondeu, de forma extremamente reveladora:
Os alemães estão determinados a continuar seguindo um caminho político. Eles não querem que as relações com a Rússia se tornem belicosas e não querem que ela decaia para algo que se assemelhe a uma guerra fria. A visão deles é a de que, se se mantiverem os termos do compromisso, pode-se ainda manter um diálogo...
Ele inadvertidamente deixou a posição americana muito clara, confirmando a recente declaração do Ministro da Defesa russo reproduzida mais acima: os Estados Unidos querem o confronto. 

Mas seria bom que eles reavaliassem essa posição enquanto há tempo, pois os russos não deverão entrar nessa briga sozinhos.