Milícia suíça: garanto que o nosso "exército profissional", um bando de azeiteiros burocratizados,
nada vale em comparação com estes civis em armas.
Se enganam os que pensam que a neutralidade é o refúgio das nações fracas, sem objectivos e sem vontade. Neutralidade não significa mais do que independência, e para que a mesma o seja de facto, e não apenas de direito, é preciso força.
Os poderosos, quando optam pelo caminho do imperialismo, processo em que as elites locais (ou já estrangeiradas) passam a ter interesses que divergem daquilo que poderia se definir como interesse nacional, forçam os fracos à alianças, limitando a sua capacidade de escolha sem dar mais do que garantias verbais, mas mantém para si, exclusivamente, a opção da neutralidade.
Portugal, nas décadas de pertença à tal aliança atlântica (e mesmo ao longo da sua história a partir da Restauração), experimentou os danos resultantes disso na pele, e o mais incrível é que poucos "intelectuais" conseguiram enxergar a realidade, se agarrando a abstracções infantis a respeito da política externa que valem apenas como arma de propaganda "americana" (para ser mais preciso, globalista). Em troca da inimizade do bloco leste, durante a guerra fria, conseguimos a seguinte lista de benesses:
1 - Perda das praças indianas, tomadas com o incentivo e total apoio retórico e material do Reino Unido e dos EUA.
2 - Desestabilização de Angola e de toda a África lusa, começada pela acção do agente americano Holden Roberto nos massacres que inauguraram a Guerra do Ultramar.
3 - Inimizade do bloco comunista, factor que veio, diante da constatação de que Portugal seria desfeito a partir de dentro por acção da elite globalista, aumentar ainda mais o desgaste das guerras em África, abrindo novas frentes, e facilitar o golpe que as próprias elites preparavam para Portugal (para o qual o PCP foi instrumentalizado, cumprindo o papel de carne para canhão).