sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Timor: uma oportunidade perdida para uma civilização à beira da dissolução irreversível

Bandeira do tempo de Dona Maria I guardada como relíquia pelos locais.

Há alguns dias me deparei com um artigo cujo título logo me despertou a atenção :


Apesar de louvar a audácia do autor em propor o que me parece óbvio diante das circunstâncias e de toda a história, mas hoje pertence ao "reino do que não pode ser mencionado" às massas, fiquei decepcionado com as razões que o levaram a defender a ideia de "retorno" de Timor a Portugal, ideias dignas de uma era de contabilistas. Nada que a decepção de fazer parte de um povo domesticado pelas instituições que transformaram as nações lusófonas em feitorias, e hoje minam o pouco que restou de uma soberania formal, quase abstracta, não supere em largo,  mas a decepção causada por um texto naïve de um alienígena nada vale na comparação com a frustração resultante da absoluta esterilidade nesse campo dos autores lusófonos, a começar pelos politólogos e especialistas em relações internacionais.

Timor sofre de uma grave deficiência, mas ao mesmo tempo oferece possibilidades consideráveis, ou melhor, imensas. A grande deficiência é a reduzida dimensão geográfica e demográfica numa zona ocupada por estados poderosos, o que, levando em conta a actual pobreza material de Timor, se torna num entrave ao próprio crescimento material indispensável como garantia da independência. O investimento em forças armadas minimamente eficazes para servir como instrumento de defesa da soberania timorense, especialmente quando temos em mente que Timor é uma ilha assente num mar de Petróleo, está aquém da capacidade financeira do estado timorense.


Diante de tal facto, e não esquecendo que em relação a Timor temos realmente um dívida histórica a pagar e a vergonha nos há de cobrir enquanto não remediarmos as consequências do abandono do seu fiel povo, seria natural propormos uma solução para a defesa de Timor que passasse pela instalação de uma base naval, com meios consideráveis, para além de uma base aérea, um sistema de defesa anti-míssil e, se possível, uma brigada de infantaria e uma brigada de artilharia. O modelo ideal a ser adoptado para as forças armadas deveria se inspirar no suíço, formando todos os cidadãos em milícias preparadas para operar sob a direcção de um pequeno e bem preparado exército nacional, reforçado pelas brigadas portuguesas e, o que seria o ideal, por brigadas das várias nações lusófonas.

Livre de encargos proibitivos com a defesa e seguro do futuro graças à presença de tropas lusófonas, o que quebraria o sentimento de isolamento de Timor e aumentaria a confiança de possíveis investidores de fora, todos os recursos timorenses poderiam ser dirigidos para o desenvolvimento educacional e material e, com a ajuda técnica de especialistas das várias nações lusófonas, e inspirados em modelos bem sucedidos de exploração dos recursos minerais, como o adoptado pela Noruega, e, no caso da agricultura, na experiência de nações como a Dinamarca (falo da distribuição da propriedade da terra), se poderia inaugurar uma era de prosperidade sustentável e socialmente positiva. Como estímulo inicial ao crescimento, a Timor poderiam ser concedidas vantagens comerciais e fiscais com as nações lusófonas, com o objectivo de desenvolver a indústria local, e muito ainda poderia ser feito para se atrair os empreendedores de todo o sudeste asiático para lá. De um lado, ganharíamos um hub para o nosso comércio asiático e um mercado onde a nossa posição de compra e venda seria privilegiada, e do outro um aliado fiel numa zona de importância vital para o mundo. E no sector financeiro, numa zona do globo onde a riqueza material e a instabilidade política andam lado a lado, o potencial transcende o de todos os outros sectores em conjunto.

Não me parece pouco. Na duvida, bastará olhar para o cuidado com que os EUA e a França, entre outros, tratam a sua presença, dependente da possessão de territórios que não têm o valor e a importância de Timor (e muito menos a fidelidade das populações locais), nas áreas vizinhas do Índico e do Pacífico, e lembrar que o que propomos não é um imperialismo mercantilista ao estilo Companhia das Índias Orientais, mas algo muito mais ambicioso e bem fundamentado

3 comentários:

  1. Portugal é melhor acelerar o passo que a coisa está apertando. Tal qual o "terremoto Liberal".
    http://www.mymodernmet.com/profiles/blogs/cloud-formation-portugal

    ResponderEliminar
  2. Começo a desconfiar que a "Alta Cultura" que Olavo tanto fala, é um eufemismo para "Alta Magia" dentro dos círculos esotéricos gnósticos.

    ResponderEliminar