terça-feira, 17 de outubro de 2017

Desabafo em relação aos incêndios que sofremos para que a Portucel tenha matéria-prima barata (e os pirómanos lucrem com o "combate aos incêndios)


Vítimas sacrificiais da penúltima imolação pelo fogo para a deusa Portucel!

Entre as nações que conheço bem, Portugal é a mais desmoralizada. Uma elitezinha ridícula e xenolatra (nisso meto a própria elite que acredita ser anti-regime) vendeu a soberania em troca de crédito e mão livre para estabelecer monopólios e usar o erário - e os subsídios vindos de fora - a seu favor, condenando a juventude a emigrar em taxas inéditas num quadro de diminuição brutal da natalidade. Os monopólios nacionais, apesar de tudo isso, já nem são nacionais, o que prova a incompetência dessa escumalha que manda por cá. Já houve casos de elites que fizeram o mesmo e criaram corporações prósperas e agressivas no cenário internacional, como a Coreia do Sul (não tomem isso por defesa do modelo sul-coreano, mas é um facto que foi bem sucedido na formação de corporações que hoje dominam sectores de ponta), mas o nosso caso é de uma nação que escolheu subsidiar a vida de luxo de famílias de degenerados incapazes de qualquer coisa que não seja parasitar e vender património. 

Vivas à Portucel e aos pirómanos das empresas de "combate aos incêndios"!

Quanto aos políticos, conseguiram criar por cá um sistema que promove gente comprada, responsável exclusivamente em relação aos que sustentam os partidos e as carreiras dos seus participantes. Não é por acaso que o imbecil provinciano metido a esperto é o arquétipo do político português nos dias de hoje. Quem quer fazer algo longe do mundo das cunhas esbarra num estado a serviço de poucos e acaba desistindo ou indo embora. Os fiscais são tão durões nesses casos... Apesar de tudo, ainda nos vendem panaceias como o "turismo" como a solução, como se o Algarve não provasse que o turismo não enriquece ninguém, mas apenas mantém as zonas que nele apostam na mediocridade económica, beneficiando uns poucos e criando empregos sobretudo para estrangeiros dispostos a trabalhar por uma miséria. E nem falo da infernização das nossas vidas! Ainda lembro quando Lisboa era Lisboa. Que cidade! Eu a considerava a mais imponente das cidades europeias, e ainda assim conseguia ser uma cidade agradável. Hoje é uma merda igual a Amsterdão, Londres e outros centros comerciais que atraem massas que viajam em busca do "safari de selfies".

Mais um para a conta da Portucel.


E, loucura suprema, vivemos num barril de pólvora, cercados por combustível para que a Portucel tenha acesso à matéria-prima subsidiada. Somos nós que fazemos o combate aos incêndios com os nossos impostos (que não são pagos pelos que estão à frente da Portucel pois estes são beneficiados por isenções a fundações ou têm residência fiscal no exterior), e perdemos as propriedades e pagamos com a vida para que as famílias que mandam na Portucel possam viver à Bill Gates quando nem para administrar uma mercearia de vila, sem concorrência, têm competência. E, do jeito que as coisas vão, essas famílias de energúmenos acabarão um dia por vender a Portucel para estrangeiros, arranjando depois um qualquer expediente para sugar o erário (destino comum dos chupa-cabras que bebem o nosso sangue há alguns séculos), e a União Europeia, que já tem pretextos de sobra para tal, vai garantir que o país seja "bem administrado" pelos burocratas de Bruxelas...

Podem ter a certeza de que é a mais agonizante das mortes.

Não podendo divulgar aqui as fotos dos portugueses queimados nos incêndios para que a Portucel continue a dar lucro para uma meia dúzia de degenerados, deixo aqui algumas fotografias de outras vítimas para que toda a gente não tenha dúvidas a respeito do que se passa.

domingo, 8 de outubro de 2017

O Brasil à venda

Ao menos poderiam respeitar o Gal. Villas-Bôas pois ele é um patriota.


Enquanto a crise política brasileira se aprofunda, e os piores ocupam as primeiras posições nas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial em 2018 (Lula, Bolsonaro e Marina Silva!), sinais preocupantes são emitidos por alguns oficiais das forças armadas. A palestra dada pelo General Moron numa "loja de aventais" foi um marco na história da instituição militar. Não me recordo de nenhuma ocasião em que um general brasileiro na activa não apenas imputou o fracasso brasileiro à própria brasilidade, propondo como antídoto a americanização, mas chegou a defender abertamente a abdicação do exercício de instrumentos económicos essenciais à soberania, ainda por cima numa nação indefesa como o Brasil, e das salvaguardas necessárias para a manutenção da Amazónia enquanto território brasileiro, e isso num contexto em que o governo americano, ao mesmo tempo que faz uma inflexão para o proteccionismo, volta as suas garras para a parcela meridional do Novo Mundo! 

Confesso que me senti decepcionado com o grau de bananização entre oficiais brasileiros. Interessa desde já saber quem é quem entre os generais para compreendermos a força deste sector bananeiro que, não receio afirmar, é uma quinta coluna a serviço de Washington. Espero, para bem da soberania da nação brasileira, que tem potencial para ser mais do que um gigantesco Porto Rico, ou um conjunto de Haitis, que este sector seja minoritário e que as opiniões emitidas pelo General Villas-Boas, em conformidade com o pensamento estratégico que sempre orientou as nossas forças armadas, sejam preponderantes. Mas tenho as minhas dúvidas. Há poucos dias o deputado Jair Bolsonaro, um sujeito cuja carreira militar prova ser um inimigo das forças armadas, que ajudou a desmoralizar numa altura em que estas se encontravam sob ataque de quase todos os sectores políticos nacionais, com direito à entrevista na Veja, uma típica acção de guerra de propaganda que favoreceu aqueles que desejavam diminuir a importância política das forças armadas brasileiras, e as condenar à penúria material, foi convidado para discursar numa instituição de ensino militar em Brasília. 

Bolsonaro, agora ligado ao PSC, formação caricata que congrega pastores evangélicos descaradamente comprometidos com a defesa de interesses americanos, o que é apenas um "upgrade" urbano para uma técnica usada há mais de um século na África sub-saariana (e há décadas na Amazónia), conta não apenas com estes apoios à direita, mas sobretudo com as ondas levantadas por agentes provocadores à esquerda. Quem em são juízo, ao menos se tiver alguma cultura política e histórica, poderá achar que acções como a promoção de eventos artísticos baseados em tabus como a pedofilia, ainda mais quando são promovidos por instituições como o Banco Santander, no actual momento que o Brasil vive, são fortuitas? Por coincidência, a luta contra a sexualização das crianças é um dos pilares retóricos da popularidade de Bolsonaro. Ao meu ver, está mais do que claro que foram acções de provocação cujo intuito é aumentar a polarização da população, privilegiando, à esquerda e à direita, os candidatos que melhor representam os exaltados, grupo no qual se insere Bolsonaro. O ataque da revista Veja, todo ele feito a partir de pressupostos esquerdistas, também vai nessa direcção pois gera o mesmo efeito de polarização.

E agora Bolsonaro vai aos EUA tentar arranjar uma audiência com Trump para tentar se vender como a melhor opção para o interesse americano e, pasmem, visitará o charlatão Olavo de Carvalho e partipará de um debate com o mesmo no Inter-American Institute, velho conhecido dos leitores do blogue. Mais abaixo deixo três links de artigos para que os novos leitores conheçam bem a acção do Inter-American Institute e dos sujeitos que participam da iniciativa. Para terminar, lembro aos ingénuos bolsonaristas que não querem aceitar que o "mito Bolsonaro" é uma criação olavista que, antes de Olavo e seus asseclas, gente distribuída em vários meios de comunicação e que inclui políticos como Marco Feliciano, o terem promovido, Bolsonaro não passava de um político de ghetto que era visto como um personagem folclórico. Foi a partir da sua adopção pelo olavismo que Bolsonaro saiu do ghetto e o "mito" foi criado. Graças a isso, em cerca de três anos um político incapaz de conseguir se eleger para algo mais importante do que Deputado Federal se tornou num presidenciável, e por essa razão Bolsonaro já deixou claro, mais do que uma vez, que deseja Olavo de Carvalho num ministério ligado à educação ou à cultura se for eleito presidente. Abram os olhos enquanto é tempo...

 

sábado, 7 de outubro de 2017

Independência da Catalunha: Uma grande palhaçada

Felipe, dou o braço a torcer: és matreiro como uma raposa!


Não tirem conclusões precipitadas do título do post. Minha posição sobre o tema é complexa e transcende o facciocismo que mais uma vez divide a massa em "direita" e "esquerda". Não por acaso, agora até o futebol entra na disputa. 

Do lado "independentista", que de independentista nada tem pois a fragmentação dos actuais estados nacionais em regiões directamente submetidas a Bruxelas, aumentando o poder desta sobre os vários povos europeus (pesquisem a respeito do EURES), é desejada por uma enorme parcela dos europeístas, sabemos quem são os seus promotores e financiadores. Entre estes, vale a pena citar George Soros, que ao mesmo tempo promove a extrema-esquerda independentista na Catalunha e a extrema-direita totalitária e unionista na Ucrânia! Portanto, fica aqui bem clara a minha posição em relação aos "independentistas": não passam de desordeiros a serviço de interesses completamente contrários aos catalães.

Do outro lado, temos o Estado Espanhol, o mesmo que sob diversos governos apoiou coisas como as Guerras de Fragmentação da Jugoslávia, para não falar das Guerras do Iraque, da Ingerência na Síria, da Destruição da Líbia, da Divisão do Sudão, da promoção da hostilização à Rússia e por aí vai. Sorte de Madrid que Moscovo age de forma responsável e não deseja aproveitar a crise catalã para ferir a unidade de Espanha. Mas nada disso realmente interessa. O que desejo fazer é entender o que está por detrás deste movimento estúpido, e da reacção ainda mais estúpida à iniciativa "catalã".

É mais do que certo que a independência catalã não acontecerá. Se as elites locais que dominam a Generalitat resolveram agir, não foi por iniciativa de poderes internacionais capazes de manter o Estado Espanhol paralizado diante de um facto consumado, mas foi de certeza por terem sido instigadas a partir de dentro. Nos dias que correm, para abortar a independência catalã não é preciso mais do que uma operação policial! Isso não é nada de novo na História. Da crise, e da escalada descarada potenciada pela intervenção das autoridades espanholas, justificadas por sua vez pela acção de centenas de vagabundos contratados para espalhar a desordem e criar "eventos polarizadores", o único resultado possível é um aumento sem precedentes dos poderes do estado espanhol sobre os cidadãos, ou melhor, súbditos. Estamos diante de um movimento cujo objectivo é semelhante ao que está por detrás do incentivo ao influxo de milhões de "jovens", predominantemente do sexo masculino, na Europa: criar divisões e crises que justifiquem um aumento de poderes do estado sobre os cidadãos, abrindo brechas para que Bruxelas dê mais passos em frente. Não por acaso, a Europa deixou de ser um continente cujas polícias quase que andavam desarmadas para se tornar numa distopia onde unidades paramilitares desfilam nas ruas das metrópoles descaracterizadas e nos aeroportos transformados em bazares com máscaras, armas automáticas e cães. E vai ficar pior!

Diante do resultado pouco satisfatório dos desenvolvimentos da Catalunha (especialmente se houver violência), para que o perigo secessionista não crie situações análogas no resto da Europa (estou sendo irônico), os iluminados de Bruxelas proporão a "regionalização" das várias nações europeias, com destaque para as regiões transfronteiriças, oferecendo ao público uma suposta alternativa que resolva as contradicções dos estados nacionais num modelo, diante da "alternativa espanhola", aparentemente mais democrático. E isto até seria uma boa oportunidade para que o exército europeu finalmente se formasse. Creio que a maioria dos catalães cairia na armadilha, achando que no momento em que unidades maioritariamente francesas e alemãs substituíssem o exército espanhol estariam bem melhor.

Caros, no meio disso tudo o melhor que podemos fazer é não jogar mais lenha na fogueira, afinal, é isso mesmo o que os poderosos desejam. Porém, acho que isso é pedir demasiado das massas estupidificadas. Elas adoram ir para a rua com bandeiras e causar confusão. Basta acompanhar as notícias do mundo do futebol...