Da Revista Veja:
Aviões militares russos realizaram uma série de "voos agressivos" sobre um destróier dos Estados Unidos em águas internacionais no Mar Báltico nos últimos dias. Rússia afirma que voos não desobedeceram normas internacionais de segurança...
Dois caças russos Su-24 desarmados voaram pelo menos vinte vezes perto do "USS Donald Cook", incluindo um voo a menos de dez metros do navio americano. Na terça, um helicóptero antissubmarino russo Ka-27 Helix voou sete vezes ao redor do destróier, tirando fotos à medida que passava.O Ministério da Defesa russo veio a público apresentar sua versão dos fatos:
"...após detectar o navio, os pilotos russos viraram para a direção oposta, em plena conformidade com as medidas de segurança".
"Todos os voos dos aviões militares russos seguem as normas internacionais de utilização do espaço aéreo sobre águas neutras".No site da Reuters temos informações mais aprofundadas (sempre minhas traduções e negritos):
O incidente ocorreu enquanto a OTAN planeja sua maior expansão na Europa Oriental desde a Guerra Fria para se opor àquilo que a aliança, e em particular os três estados bálticos e a Polônia, consideram ser uma Rússia mais agressiva.
Os estados bálticos (Estônia, Látvia e Lituânia), que se juntaram à OTAN e à União Européia em 2014, solicitaram à OTAN uma presença permanente de tropas aliadas... em seus respectivos territórios...
O congressista americano J. Randy Forbes, que lidera a Subcomissão dos Serviços Armados sobre poderio marítimo, declarou que "a atividade naval americana na Europa deve se expandir de forma consoante à ameaça imposta pelo comportamento da Rússia na esfera internacional".Chegamos agora às recentes declarações do Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov:
"Estamos observando um crescimento sem precedentes da atividade militar desde o final da 'Guerra Fria' e a presença da OTAN no assim-chamado Flanco Oriental da aliança com a finalidade de pressionar a Rússia com entraves militares e políticos. Isso tudo acompanhado por uma agressiva campanha política de demonização da Rússia".Em resumo: a OTAN está se expandindo para a Europa Oriental alegando que os russos ameaçam os países membros da região, enquanto os russos acusam a aliança ocidental de estar cercando seu país de bases militares.
Somente se sairmos da proposital superficialidade da cobertura jornalística dos fatos crus, que podem ser lidos de uma ou outra forma, poderemos identificar quem está com a razão. E, nesse caso, beyond any reasonable doubt, ela está com os russos. E justifico meu veredito:
1. Esses dois mapas ilustram a expansão da OTAN na Europa Oriental desde a Queda do Muro de Berlim até 2009:
2. Esse outro mostra, com um comentário irônico, a presença militar ocidental em torno da Rússia:
3. Mas por que a OTAN não poderia se expandir para a região? Porque, nas negociações para por um fim à Guerra Fria entre americanos e russos e extinguir a antiga União Soviética, o Ocidente se comprometeu a não expandir a aliança em direção aos antigos estados-satélites russos, declarando com isso - ou assim pensavam os russos - a disposição em evitar um futuro retorno da rivalidade. Porém, apesar da insistência dos soviéticos, o Ocidente não se dispôs, pelo menos de imediato, a assinar qualquer documento garantindo essa postura.
Os Estados Unidos passaram, então, a alegar que os russos "não entenderam direito"!! Um excelente resumo dessa história pode ser lido em um artigo de 2009 publicado na Spiegel Online International intitulado "A expansão oriental da OTAN: o Ocidente realmente descumpriu a promessa a Moscou?"
Não traduzirei todo o conteúdo aqui, mas vale a pena ler esse resumo que vem logo abaixo do título (prestem especial atenção ao trecho negritado):
O Presidente russo Dmitry Medvedev acusou o Ocidente de descumprir a promessa feita após a queda do Cortina de Ferro, dizendo que a expansão da OTAN na Europa Oriental violou compromissos acertados durante as negociações para a reunificação alemã. Documentos recentemente descobertos em arquivos ocidentais sustentam a posição russa.4. Anos depois, no entanto, a OTAN e a Rússia assinaram um documento em que a aliança se comprometia a não se expandir para a Europa Oriental. É o chamado Founding Act. Mas, para tornar a posição ocidental ainda mais cínica, como se pode ler em um artigo de 1997 no New York Times:
... Autoridades americanas enfatizaram que o novo acordo meramente codifica os planos militares da OTAN, que a aliança é livre para modificar. Dizem que o documento dá uma voz a Moscou, mas que não permite que a Rússia ate as mãos do Ocidente.
Mas as autoridades russas falaram sobre o "caráter vinculativo" do acordo. Eles enfatizam sua expectativa de que questões importantes serão trazidas ao novo Conselho OTAN-Rússia, que operará por consenso.A má-fé americana foi ainda reafirmada em 2014 por "John C. Kornblum, ex-Subsecretário de Estado dos EUA para questões européia, que ajudou a redigir e negociar o ato", como se lê em uma entrevista reproduzida no blog do Wall Street Journal:
Sr. Kornblum: A primeira coisa importante é que isso não é um tratado. Não é algo legal. Um ato é um acordo de compromissos políticos que as pessoas fazem. Não tem validade legal. Os alemães estão distorcendo isso e dizendo "Não podemos violar o ato". Mas não há nada que se violar.Isso lhe parece fazer sentido? Nem para o entrevistador, que retrucou com a seguinte pergunta:
Se não tem validade legal, qual a finalidade do ato?Ao que ele respondeu:
O Founding Act entre OTAN e Rússia foi uma declaração, por parte da OTAN e da Rússia, quanto à forma em que regulamentariam suas relações. Foi todo feito na forma de compromissos políticos. Não está redigido na forma de um compromisso legal. Está redigido como uma intenção política.Ele então diz que foram os russos é que teriam violado esses "compromissos" - mas não apresenta nenhuma evidência disso - e que, mudadas as condições, abrem-se outras possibilidades. Mas então o entrevistador faz uma nova pergunta:
Se é tão claro assim, por que a Alemanha e outros membros da OTAN o lêem de forma diferente?Ao que ele respondeu, de forma extremamente reveladora:
Os alemães estão determinados a continuar seguindo um caminho político. Eles não querem que as relações com a Rússia se tornem belicosas e não querem que ela decaia para algo que se assemelhe a uma guerra fria. A visão deles é a de que, se se mantiverem os termos do compromisso, pode-se ainda manter um diálogo...Ele inadvertidamente deixou a posição americana muito clara, confirmando a recente declaração do Ministro da Defesa russo reproduzida mais acima: os Estados Unidos querem o confronto.
Mas seria bom que eles reavaliassem essa posição enquanto há tempo, pois os russos não deverão entrar nessa briga sozinhos.
A Globo e BBC estão desesperadas por causa de Trump, por que será ?
ResponderEliminarEnquanto o Brasil não aquilar com os órgãos de ingerência e intromissão externa a serviço da banca internacional, como Globo, BBC, Editora Abril, Walter Mercado, PSDB, PT, PSOL, PCdoB, PSTU e outros, não haverá soberania neste pais.
O vazamento dos tais "Panamá Papers" fazem parte da propaganda da mudança de método econômico mundial, as mega corporações que controlam a mídia são os próprios que divulgaram isto, pois eles querem na verdade é se fundirem em empresas maiores ainda, e esse gigantesco escândalo pode ajudar a quebrar o atual sistema econômico, com a mudança nos impostos e tal.
ResponderEliminara nato cercou o brasil tbm
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