domingo, 29 de setembro de 2013

Público: o Avante dos bilionários

Na verdade, são cinco... 

Quem "acha" que um sujeito que possui uma macieira e troca algumas maçãs por uns pêssegos do vizinho sem declarar nada comete um crime, estará de acordo com o texto abaixo:


De acordo com o que defende, implicitamente, o autor do artigo, o correcto seria que o dono da macieira declarasse a sua produção e fizesse uma venda ao vizinho, pagando o IVA, para depois comprar os pêssegos do vizinho, pagando novamente o IVA. 
Tudo isso faz parte de uma campanha mundial que visa abolir o dinheiro físico e estabelecer o controlo total dos recursos e da mão-de-obra, acabando de vez com as liberdades que ainda restam aos comuns mortais em favor da expansão dos direitos de uns poucos. As recentes proibições de sementes naturais, o mapeamento dos poços, os novos impostos sobre as terras vizinhas aos rios, a criação da ASAE, o obrigatoriedade de emissão de facturas nos cafés e a unificação dos dados pessoais em cartões com dados biométricos são reflexos locais de um mesmo plano de alcance global, obviamente promovido pelos que têm condições de agir globalmente, ou seja, toda aquela gente que costuma dar a cara em Davos e anualmente encontra os seus empregadinhos da política nas famosas reuniões Bilderberg. 
O artigo, propositalmente, nada revela a respeito de uma outra informação que deveria ser cruzada com a evolução da estimativa da dimensão da "economia paralela", que nada mais é do que o que restou da economia livre, praticada pelos populares desde tempos que precederam a constituição do Estado e da própria nacionalidade: a evolução histórica da carga fiscal. Pela sua leitura, ficamos a saber que a tal "economia paralela" cresceu de 9,3% do PIB em 1970 para 26,74% em 2012, mas nada é dito do facto de que a carga fiscal ter sido aumentada de 17% do PIB, até 1974, com um significativo saldo nas contas públicas e uma dívida insignificante e em queda, para cerca de 42% do PIB em 2012, com um défice nas contas públicas de cerca de 10% e uma dívida pública acima dos 150% do PIB e totalmente fora de controlo. A razão dessa omissão é a necessidade de reforçar uma velha máxima do regime que ouvimos na boca de muitos tolos: se todos pagassem impostos, todos pagariam menos. Na ignorância da evolução histórica, isso pode parecer real, mas na posse deste conhecimento, sabemos que a máxima está incorrecta e que a realidade é a seguinte: se todos os escravos do fisco pagassem mais impostos, mais ainda gastaria o estado perdulário, maior seria a capacidade de endividamento e mais rápida e drástica a queda de Portugal.
Porém, há algo ainda mais perverso nisso tudo. A respeito do facto de que aqueles que mais gritam contra a evasão fiscal e contra a "economia paralela" não pagam impostos, ou recebam mais recursos do estado do que devolvem em impostos, não há uma única referência, afinal, todos sabemos que o grupo SONAE, pertencente ao empresário Miro, o malandrão, que por acaso é proprietário do pasquim Público, famoso pela sua defesa descarada do saque fiscal, tem sede fiscal na Holanda.

Portanto, quando ouvirem os super-ricos falando em aumentar o controlo fiscal sobre os "ricos", saibam que eles estão a se referir aos remediados. Os super-ricos não apenas se alimentam dos impostos e do Estado, por via de subsídios, monopólios, acesso privilegiado à justiça e leniência em relação às dívidas fiscais, e não só, como também fogem da opressão fiscal por eles criada, recorrendo à transferência da sede fiscal das suas empresas para as nações que detém permissão de Bruxelas para praticar o que se pode chamar de "mercantilismo fiscal" ou passando os seus bens para fundações, esquemas previamente tornados inacessíveis à maioria esmagadora dos cidadãos, incluindo os milionários com fortunas abaixo de uma dezena de milhão de euros. São os que estão por cima desse patamar que se beneficiam do sistema.

Quanto ao nosso futuro, se não desmantelarmos o actual regime e continuarmos dentro da União Europeia, parte dele já pode ser observado noutras nações. Na Itália, pessoas são abordadas subitamente por agentes à paisana em motocicletas à porta das lojas e até dos hotéis, sendo obrigadas a mostrar as facturas e pagar multas se não as apresentarem, abordagem essa que classifico, sem sombra para dúvida, como banditismo. Por lá, nenhum pagamento acima dos 900 euros pode ser feito em dinheiro, a não ser que o comprador faça uma declaração para o efeito, ficando sujeito a uma fiscalização ainda mais agressiva do que é usual. Na Suécia, o debate sobre a abolição do dinheiro físico, obrigando todas as transacções a passarem pelo sistema bancário, o maior interessado nessa espécie de socialismo, segue adiante e já se ouvem vozes a pedir isso em todos os países do Ocidente.

Os efeitos dessas medidas - ainda incipientes - na vida dos portugueses foi devastador, como prova o sector da restauração. Se o Estado controlasse toda a economia, a crise actualmente vivida seria ainda mais terrível. A actividade paralela permite que ainda haja uma economia razoavelmente livre e ao alcance de todos, para além de aliviar o fardo de muita gente que não conseguiria sobreviver apenas das suas actividades vigiadas. O artigo abaixo é um pequeno exemplo do que se passa longe dos gabinetes dos auto-proclamados defensores do empreendedorismo. Os factos provam que são eles os seus maiores inimigos. Quem nega isso, não sabe do que fala:


    

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