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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

NATO: um pacto suicida

Não há semana em  que não haja uma novidade russa no sector militar. 
Diante das possibilidades futuras, não vejo melhor opção para Portugal do que sair da União Europeia 
e da NATO, aproveitando a neutralidade de maneira inteligente, de modo a melhorar a posição 
portuguesa nas negociações internacionais.
Quanto à União Europeia, que tantos acreditam ser o nosso oxigénio, lembro que uma outra nação
 considerada marginal se tivermos em conta um continente unificado em torno de Bruxelas, 
a Noruega, se encontra numa posição invejável do ponto de vista económico e social, e o seu povo 
quer distância de Bruxelas, e a Suíça desmente aqueles que afirmam que precisamos da NATO 
para nos defender. Talvez a Suíça constitua a única nação europeia, se excluirmos a Rússia, 
capaz de se defender numa guerra a valer, e isso num quadro de neutralidade que só a favorece no 
actual contexto de provocação constante contra a Rússia.

sábado, 14 de junho de 2014

Enquanto falamos da Copa...

Esperemos que a de 2018 não seja assim.


Não fosse a Copa, penso que estaríamos todos bastante preocupados com a escalada da guerra no Oriente Médio e na Ucrânia. Nós últimos dois dias, ficamos bem mais próximos de um conflicto generalizado, e já estávamos bem próximos disso. Na Ucrânia, um avião das forças actualmente no poder foi abatido por um míssil anti-aéreo, resultando em 49 mortos. Parece que a fronteira que delimita a tensão armada e a guerra civil foi finalmente ultrapassada e isso abre uma série de novas possibilidades e aumenta a probabilidade de erro de cálculo.

No Iraque, assistimos a um avanço do ISIL/S, grupo que reúne remanescentes da inteligência do regime de Saddam e gente ligada ao "ficheiro alqaida", que não pode ser explicado sem se levantar a hipótese de um poderoso auxílio exterior, não só a nível de recursos materiais e treino, mas também de empréstimo de tropas especiais, artilharia moderna, aviação e inteligência. Sabemos que os wahhabis apoiam o tal grupo e que o Irão intervirá directamente no conflicto se o actual governo iraquiano não conseguir dar conta dos terroristas.

Pior do que isso, só se a tensão no Extremo Oriente aumentar ainda mais...

   

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O lado oculto do "affaire" Síria




Perante o virtuosismo com que a liderança russa perseguiu os seus objectivos em relação à Síria, encurralando a administração Obama, com o cuidado de deixar uma porta aberta para esta, de modo a evitar um conflicto desnecessário, ainda assim ficaram muitas perguntas por responder. Entre os aspectos que me intrigam, destaco a resolução russa. Seria tudo apenas um bluff ou estaria a liderança russa verdadeiramente disposta à guerra?

Com o que sei, num primeiro momento, concluí que os russos falavam a sério, porém, quando investigamos o poder militar, especialmente de nações como a Rússia e a China, mas nem por isso muito menos no que toca ao Ocidente, temos que contar sempre com a desinformação e a ignorância a respeito de factores que podem ser fundamentais, afinal, na guerra, mais do que em qualquer outra actividade humana, o segredo é a alma do negócio. 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Algumas reflexões a respeito da possível "Expedição da Síria"

A Civilização Ocidental: De Alcibíades a Droneman...

Às vésperas de uma possível Expedição da Síria, decidi voltar ao episódio da Expedição da Sicília, em que os atenienses, influenciados pelo grande general, orador e estadista Alcibíades, tentaram um golpe ousado que poderia ter garantido a victória contra Esparta e o estabelecimento de uma Pax Ateniensis que anteciparia as glórias colhidas por Alexandre. Do ponto de vista político, militar e económico, o plano era magnífico, mas a Fortuna acabou por condená-lo desde o princípio, a começar pelo próprio Alcibíades, cuja ὕβρις parece ter despoletado a ira do panteão olímpico. 

O que me despertou esse interesse foi a diferença entre as condições iniciais de tal expedição, ardentemente desejada pelo povo ateniense, e as condições em que o governo americano se encontra hoje, começando pela massiva oposição popular. A expedição ateniense foi bem planeada, mas faltou ousadia na requisição de tropas, navios e suprimentos pois a certeza do sucesso de tal operação, aliada à resistência contra o desperdício de recursos e o medo de se exigir demais, levou a uma parcimónia excessiva, falha que poderia ter sido facilmente resolvida num quadro diverso. Todavia, a fortuna foi desfavorável e selou o destino da mesma. Ainda antes de começar, esta perdeu o seu comandante, Alcibíades.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Algumas palavras a respeito da agressão contra a Síria



A rejeição da guerra contra a Síria por uma pequena maioria da Câmara dos Comuns foi uma boa notícia, afinal, agora Obama ficará ainda mais isolado, contando apenas com outro apoio "significativo": o governo francês. Porém, terá que fazer uma guerra sem consultar o Congresso, ignorando a Constituição - para variar - e o facto de apenas 9% dos americanos apoiarem a agressão. O que dizer da ideia de representatividade e da independência de poderes diante desses factos? Os liberais que respondam!

Relativamente à França, onde o governo mais impopular das últimas décadas promove uma guerra cultural e policial contra a população nativa para impor uma agenda que ela rejeita em massa (coisa que Assad nunca fez), não haverá esse tipo de embaraço, afinal, o parlamento está muito mais bem controlado e o governo francês não se preocupa com esse tipo de formalidades. A verdade é que o governo francês já está em guerra, não declarada, com a Síria, como provou a captura de comandos franceses pelas forças sírias no ano passado, notícia omitida dos grandes media, detalhe volta a nos remeter à falácia da teoria liberal da independência dos poderes e da suposta liberdade de imprensa. Como é possível que tudo isso aconteça e ninguém seja responsabilizado? Para nós, acostumados à política portuguesa (brasileira também, no meu caso), não é difícil responder a questão, mas apenas se quisermos chegar à verdade ao invés de agradar a audiência com um discurso iluminista.