Todos os anos é a mesma coisa, a não ser em anos anormais em que o Verão é ameno. Porém, bastará procurar por incêndios ao longo dos 800 anos de história de Portugal, 750 num período em que não existiam helicópteros e aviões de combate aos incêndios, para ver que há algo muito estranho a se passar por cá, especialmente quando estabelecemos como marco o famoso 25 de Abril. Na minha família, não há memória de nenhum incêndio antes dessa data, a não ser um incêndio caseiro que destruiu uma casa que pertenceu a um meu bisavô. Agora há pouco falei com uma prima minha que se descolou para Arouca para ajudar familiares que possuem uma quinta, com larga experiência em incêndios que têm afectado aquela terra desde há algumas décadas. Segundo a mesma, nenhum incêndio passado se compara ao que se passa agora mesmo e a vila já se encontra ameaçada, o que é inédito.
Enquanto nossos governantes, e até mesmo o presidente, passam férias no Rio de Janeiro, vivemos numa situação de guerra. Me espanta que quase ninguém se dá conta disso, mas é assim: incendiar é um acto de guerra! E mais me espanta que as virgens assustadas com o terrorismo islâmico, assunto que não nos interessa e que podemos manter longe de nós apenas se sairmos da União Europeia, raiz da maior parte dos nossos males, não entendam que umas bombinhas e uns tiros em cidades distantes são insignificância diante do ataque directo que sofremos, e que os terroristas estão entre nós, ou melhor, mandam no país.
O que vivemos é um ataque de grandes proporções em várias frentes. Todos os anos mentecaptos com extensa ficha criminal são apanhados em flagrante, e depois soltos, e jamais se chega aos mandantes, ou sequer se avança nesse tipo de investigações. Sabemos quem em capacidade para frear as investigações e não adianta disfarçar a realidade. Há culpado! Todos sabemos quem ganha com os incêndios, e nem vou falar dos senhores que alugam serviços para o estado, como o criminoso Miguel Macedo, o tipo que tanto se esforçou para controlar as nossas vidas ao pormenor enquanto foi ministro da administração interna (Quis custodiet ipsos custodes?). Na zona onde de onde provém a minha mãe, as terras da Portucel e dos "tubarões" privados que têm arranjos com a mesma (todos usam avental), bem fiscalizadas e protegidas, não param de aumentar às custas das terras dos que não têm condições de defender o seu património pois dependem do estado, controlado pelos lobbies das grandes corporações e dos bancos através de seitas discretas que em troca da obediência garantem a afluência.
Interesses egoístas nacionais explicam parte do que se passa, mas não só. Interesses estrangeiros estão por cima deles, para variar. Não é estranho que a união europeia, tão interessada em regular o calibre das bananas (para que só as bananas da Chiquita e outras corporações sejam vendidas), com um orçamento que ultrapassa os 100 mil milhões de euros, gaste dezenas de milhares de milhões com subsídios a corporações alimentícias e latifundiários e, apesar da preocupação com as emissões de carbono e com o suposto aquecimento global, ao ponto de promover políticas que aumentam a fome no mundo, nada faça de práctico em relação aos incêndios que todos os verões ameaçam a nossa existência? Com 3 mil milhões de euros seria possível acabar com todos, repito, todos os incêndios que assolam não apenas Portugal, mas todo o Sul da Europa. Mas não o farão até que a obra de destruição e desertificação das nações do sul da Europa esteja completa. Depois disso, quando for tarde demais, usarão o problema criado por governos submissos à Bruxelas como pretexto para aumentar o poder de Bruxelas.
Infelizmente, nosso povo foi estupidificado e os piores servem de exemplo, portanto, nada se pode esperar para além da pauta televisiva. Vivemos numa nação onde parolos que nem sabem falar português, mas conduzem carros caros a alta velocidade, matando inúmeros animais silvestres (sim, para além de cães e gatos, às dezenas, perto da minha casa vi águias, corujas, raposas e porcos espinhos trucidados por azeiteiros de BMW) e arriscando o couro das outras pessoas, são vistos como exemplo (lembram do Angélico, o imbecil que morreu há uns anos?), onde os tolos ficam contentes com a construção de mais estradas que estragam a paisagem, criam ilhas por todo o país, contribuem para a saída de divisas para pagar a conta petróleo e ajudam na desertificação de inteiras porções da nação, onde uma larga proporção da população joga o lixo em qualquer lado sem a mínima preocupação e onde covardes se aproveitam da liberdade de caça para matar animais raros por "diversão". E os jovens, me parece, serão ainda piores que os velhos.
Só o sacrifício daqueles que, ao invés de irem de férias como os nosso governantes, se arriscam e até são martirizados no combate aos incêndios, me dá forças para não acreditar que talvez fosse melhor que tudo ardesse de vez.
P.S: Leitura recomendada para os tolos que acham que é tudo acidental, ou resultado da "má-gestão":
P.S: Leitura recomendada para os tolos que acham que é tudo acidental, ou resultado da "má-gestão":
A Mão invisível sempre atuante,
ResponderEliminarOutro exemplo abaixo =P
https://www.youtube.com/watch?v=b4OW62ko7po
Paga multa por limpar o terreno, de acordo com as suas possibilidades, para evitar a propagação de incêndios e...ainda paga multa inconcebível??????????????? Realmente.....estamos a travar uma luta entre a Luz e as Trevas!!!!...Desejo a todos muita Paz e Luz!!!
ResponderEliminar