O site do Ministério Russo de Defesa Civil, Emergência e Eliminação das Consequências de Desastres Naturais - o Emercom - anuncia que a partir de hoje até a próxima sexta-feira ocorrerão "exercícios de defesa civil em larga escala" envolvendo "mais de 40 milhões de pessoas e 200 mil especialistas de divisões de resgate de emergência".
O contexto é claro: os americanos descumpriram o cessar-fogo assinado com os russos no início de setembro ao atacarem as forças sírias, facilitando, com isso, o avanço do Estado Islâmico. Apesar deles alegarem ter sido um triste acidente, os sírios dizem ter interceptado e gravado conversas que teriam ocorrido entre militares americanos e militantes islâmicos anti-Assad logo antes do ataque.
Após a troca de farpas entre as representantes dos EUA e da Rússia na ONU, John Kirby, porta-voz do Departamento de Estado americano, subiu o tom das ameaças, falando, em termos nada diplomáticos, em soldados russos voltando para casa em sacos mortuários e ataques terroristas a cidades da Rússia.
Isso tudo culminou ontem com o rompimento oficial dos diálogos entre os dois países no que concerne a situação na Síria. Em resposta, Moscou anunciou a suspensão do acordo de reciclagem de plutônio que mantinha há mais de uma década com Washington.
Enquanto isso, os EUA têm insistido na criação de uma Zona de Exclusão Aérea (no-fly zone) em território sírio em que somente eles, que estão lá como invasores, poderiam trafegar pelo espaço aéreo do país, enquanto os próprios sírios (!!) e os russos, seus convidados para deter o EI, ficariam impedidos. Um general americano atuando na Síria, falando a uma comissão do Senado dos Estados Unidos, deixou claras as consequências caso os EUA venham a impor unilateralmente essa restrição: isso significaria entrar em guerra com a Síria e a Rússia.
Mas ele foi até mesmo módico em sua análise, pois a China também está mandando tropas para dar assistência ao governo sírio contra o Estado Islâmico/Estados Unidos. Os chineses e os russos, por sua vez, fizeram recentemente exercícios militares em conjunto no Mar do Sul da China, certamente para demonstrar aos americanos sua cooperação em todos os fronts.
Já que estamos falando da China, desde o dia 1º de outubro o yuan passou a compor a bolsa de moedas do SDR em um momento em que suas reservas de ouro chamam a atenção do mundo e o país se torna peça-chave no mercado de petróleo. Isso pode significar o fim do "petrodólar" e o início do "petroyuan", mas é evidente que os EUA não ficarão de braços cruzados perdendo pacificamente seu status de maior protagonista global.
E, ainda no campo das finanças, após o feriado na Alemanha no dia de ontem, as atenções se voltam hoje para o futuro do Deutsche Bank, cuja derrocada pode trazer todo o sistema financeiro internacional - exceto o chinês, pelo que se observa no quadro abaixo - à deriva.
Em vermelho: alto risco. Em laranja: risco médio. Em amarelo: risco baixo.
Para concluir, é bom lembrar que é em outubro que termina o prazo para a União Européia decidir se aceitará as condições impostas por Erdogan para manter os portões fechados para que milhões de "refugiados" em território turco não invadam o ocidente europeu.
É o outubro negro global.
Eu sempre ouvi dizer que guerras só acontecem na primavera e no verão. Essa suposta tese segue valendo?
ResponderEliminarNão seja tolo.
EliminarEu acho que a Russia vence na Siria, mas o problema é que os EUA pode prejudica-la de infinitas maneiras, já a Russia não tem muito como revidar, não estou falando militarmente.
ResponderEliminarOlavo é destruído novamente
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/shared?ci=MtkxmSjDivk
Esse site parece bem interessante. alguém pode me esclarecer qual é a ideologia predominante de seus autores? caracterize-os.
ResponderEliminarA ideologia é a mentira, pura e simples. Se preferir, aguarde resposta dos próprios responsáveis pelo blog.
Eliminaraguardo nada, eu quero saber é agora.
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