sábado, 9 de novembro de 2013

Da eficácia da tradição como bússola da política (5ª parte)

Até se aprende bastante com a leitura dos economistas, 
mas muito mais se aprende contemplando Ambrogio Lorenzetti.

Os últimos tempos não me permitiram continuar os quatro verbetes®  que podem ser lidos nas ligações abaixo:

Da eficácia da tradição como bússola da política: parte 1 - parte 2 - parte 3 - parte 4

Pretendo agora retomar esses posts, trazendo os princípios enunciados a partir de uma análise histórica ao presente e demonstrando como a tradição pode não apenas ser adoptada nos tempos actuais, mas sobretudo nos pode fornecer as respostas para sairmos da actual crise e aproveitarmos as oportunidades oferecidas (não faltam!), voltando a fazer de Portugal a mais próspera nação do universo, mas não só. É bom que fique claro que este não é o objectivo último de um governo orientado pelos princípios da nossa tradição, mas apenas uma consequência da sua acção. Por outro lado, deixo claro que nada disso é possível no quadro do actual regime. Se quisermos ir por aí, e vos garanto que, se formos, Portugal brilhará ainda mais que nos seus melhores momentos passados, a não ser que a fortuna nos desfavoreça com uma guerra ou uma catástrofe imprevista, teremos que retomar o poder (aos que riem diante dessa afirmação, um recado: cresçam!). Mas voltemos ao ponto anterior. 

O bom governo é aquele que persegue o ideal de justiça, e isso garante por si a prosperidade económica a longuíssimo prazo. O governo que persegue a prosperidade material como fim último acaba invariavelmente por se afastar da justiça quando esta entra em contradição com a prosperidade económica, garantindo assim a afluência material no curto, no médio e, por vezes, até no longo prazo, mas no longuíssimo prazo, estejam certos, ao se afastar do ideal de justiça, o governo que persegue a prosperidade material como fim último acaba por minar as bases dessa mesma afluência, afinal, esta assenta na confiança, que por sua vez depende da certeza da justiça, sem a qual a ideia de contracto e a própria civilização são postas em causa, legitimando o espírito de pilhagem nos fortes, gerando a anomia nos fracos, levando a ruína a toda a parte e preparando o caos, a guerra civil e, por fim, a tirania.

No próximo post abordarei o sistema financeiro e a banca. 

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