Desde há muito o blogue Prometheo
tem alertado para a crescente possibilidade de uma guerra mundial.
Infelizmente, para variar, parece que este alerta de nada servirá e as nossas
piores previsões serão concretizadas.
Os senhores do mundo, apesar das
constantes derrotas, ou até mesmo por isso, continuam a avançar sobre a Rússia
e esta já deixou bem claro quais são os limites. Sinto informar, mas os mesmos
foram ultrapassados recentemente com a instalação de sistemas de guiamento de
mísseis, sob o ridículo pretexto de defesa contra o Irão, e com a instalação de
tropas permanentes da NATO em nações vizinhas da Rússia, contra tudo o que
havia sido acordado a seguir ao desmantelamento da URSS e depois de tudo o que se passou recentemente na Síria e na Ucrânia,
para ficarmos por apenas dois exemplos.
E no mundo inteiro os sinais de
tal avanço são crescentes. Da Ásia à América Latina, passando por África, quase
não há nação imune ao controlo rígido da sua política em prol de interesses
internacionalistas ou, no caso das que ainda ofereciam alguma resistência (não
importando aqui a natureza dos seus regimes), sob ingerência e sofrendo vários
tipos de campanhas de desestabilização. O mundo já passou por situações de grave
dificuldade, mas jamais semelhantes às que vivemos. A globalização envolveu
todas as nações numa rede que garantirá que a próxima guerra não deixará
nenhuma de fora, e a técnica garante que ela será devastadora. Genghis Khan deve se arrepender de não ter nascido hoje.
Como se tudo isso não fosse suficiente,
a actual crise económica, que ameaça se agudizar rapidamente, será bem pior que
as crises precedentes. Basta comparar o percentual do mundo que ainda vivia da
subsistência nos anos 30 com o percentual de hoje, e os respectivos níveis de endividamento. A consequência tem
sido a radicalização crescente das sociedades, catalisada não apenas pela piora
generalizada das condições de vida, mas também pelos movimentos de emigração
induzidos a partir de cima com o intuito de balcanizar sociedades antes
homogéneas e facilitar a imposição de ditaduras. E nem vamos falar dos
movimentos radicais induzidos pelos serviços de inteligência, que vão dirigindo
a frustração em direcções que interessam aos “regimes de ocupação” em que
vivemos de forma a justificar as medidas que já estão na gaveta...
Apesar de tudo, em Portugal ainda conseguimos, ainda que graças à crise que se arrasta há mais de uma década, evitar
o pior. Nosso grande problema é a emigração dos jovens e não a imigração pois esta não chegou
a níveis alarmantes, e nem vai chegar, levando em conta as perspectivas futuras, a
não ser que continuemos na União Europeia. De Bruxelas, e apenas de Bruxelas,
poderá a imigração em Portugal ser incentivada já que nosso país, por si, não atrai “refugiados”
como as nações nórdicas, ou mesmo a Espanha e a Itália. Portanto, quanto a esse
ponto, estranho os nacionalistas que falam tanto contra a imigração, como se
nós vivêssemos em Bruxelas, e ficam calados em relação à União Europeia, pois esta é o verdadeiro inimigo dentro de portas e o único que pode, como referi, introduzir estranhos de
forma massiva em Portugal.
Mas mais estranho ainda, levando
em conta que a guerra entre a NATO e a Rússia, e também a China, será uma
guerra devastadora em que só vamos perder, e podemos inclusivamente deixar de
existir enquanto nação, é o silêncio de tantos patrioteiros a respeito da nossa
pertença à tal aliança, aliança que só nos trouxe a desgraça e promete nos
levar para o abismo. No passado, a experiência foi pouco feliz. Resumindo a mesma, diria que pertencendo à
NATO conseguimos a inimizade garantida da Rússia e da China, sem contudo
conseguir a fidelidade dos membros da NATO, a começar pelos EUA. Não foi
Washington – e Londres - que deu aval para que a “Índia” invadisse as praças
portuguesas no subcontinente? E graças à
essa aliança que de nada valia nem pudemos aproveitar as ofertas chinesas para neutralizarmos a
ameaça indiana, e elas existiram!
E o mesmo não se passou pouco depois em
África? Quem treinou, financiou e apoiou as guerrilhas que começaram a guerra
em Angola? Ganhamos essa guerra no terreno, e só não fizemos mais na Guiné
Bissau pelos próprios constrangimentos a que os nossos “aliados” nos obrigaram,
e qual foi o resultado? Derrubaram o regime e implodiram o Portugal soberano! Não foi em Moscovo, e muito menos
em Pequim, que se decidiu o 25 de Abril. Foi em Washington e Londres, chegando a
“revolução” a ser discutida no encontro Bilderberg de 73.
Portanto, comecem a perguntar por
qual razão nacionalistas (e nem sequer falo daqueles idiotas de braço estendido que apoiam Kiev), "monárquicos" duartistas e esquerdistas anti-imperialistas
andam tão calados a respeito da nossa pertença à NATO, quando a nossa
sobrevivência depende da saída dessa aliança e não há tempo a perder pois uma guerra pode eclodir a qualquer momento. Uma
coisa posso vos assegurar desde já: do fracasso de uma alternativa que torne Portugal um estado soberano e governado em prol do seu povo, com grandes possibilidades de jogar uma política de neutralidade em força e se aproveitar das divisões internacionais, se alimentam muitos líricos
que até se desmancham em lágrimas quando falam da pátria que esfaqueiam pelas
costas.
Na verdade não precisa haver guerra para acontecer uma catástrofe que afete a vida de todos os seres humanos do planeta. Basta uma desavença seríssima entre Ocidente e... digamos Oriente, que o sistema entra em colapso total. Eu creio que as guerras serão apenas civis por causa da crise econômica advinda desta quebra de relações internacionais e não devido a enfrentamento da NATO x Russia e seus países parceiros/aliados.
ResponderEliminarJá viram este vídeo aqui ?
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=TisxfLCAz8E
Carlos, sou brasileiro e conheço pouco da história contemporânea de Portugal. Marcelo Caetano foi derrubado pela grandes potencias ? Vc poderia discorrer mais sobre isso?
ResponderEliminarDireitistas atacam as enganações de Olavo
ResponderEliminarhttp://www.modoespartano.com.br/2016/05/e-agora-ovelhas.html