sábado, 23 de agosto de 2014

Paquímetros, polegadas, a criminosa ASAE e a estupidificação gradual da humanidade.

Se não permitem o uso do paquímetro dessa marca, então o melhor é arranjar o 9mm dela:
Mata qualquer germe. 


Andei um bocado afastado da rede pois o excesso de informação me é prejudicial. Por vezes, preciso de uma pausa e aproveito para me empenhar mais no trabalho, incluindo o trabalho manual. Umas horas passadas numa oficina são um bom remédio para o cansaço mental.

Infelizmente, até esse prazer se encontra em risco. Quando mais precisava do isolamento, descubro que nem na minha oficina estou livre da maldita ASAE, aquele bando paramilitar criado à margem da constituição (o que não significa que essa constituição escrita por moleques valha alguma coisa) para deprimir ainda mais a economia nacional e tornar a nação mais dependente de Bruxelas, reforçando o monopólio das corporações e aumentando o número de criminosos pagos às custas da opressão fiscal.

Pois bem, vamos ao relato do que se passou. Preciso de um paquímetro de boa qualidade, que meça em polegadas e centímetros, e me dirigi a uma loja de ferramentas. Fui informado de que não posso adquirir tal instrumento de precisão em Portugal pois os regulamentos da União Europeia proíbem o uso de polegadas, assim, terei de adquirir um paquímetro pela internet, drenando ainda mais os recursos da economia local, consequência normal de a todas as regras impostas pelos falhados da ASAE, e me arriscando a ser apanhado por esses criminosos com alvará.


Dirão os "especialistas" que tal medida visa simplificar a vida e até a aumentar a concorrência. Não é o que vejo na práctica, e falo a partir de quase trinta anos de observação e participação na vida económica. Em criança, ainda lembro de conhecer analfabetos que sabiam fazer contas em polegadas e centímetros, conhecendo os diversos sistemas de roscas, alternando a contagem decimal com a contagem em dúzias ou grosas, para além de exibirem outras capacidades que nas escolas de hoje, ou na maldita Assembleia da República, são tidas por atributos indicativos de genialidade. Não é para pouco, e quem duvida que procure pelas intervenções da sumidade que preside aquela cloaca.

No tempo dos nossos avós, muitos sistemas de medição de distância, área e peso, cada um adequado para uma função, coexistiam, e nem falarei do sistema monetário. Até há algumas décadas, os ingleses lidaram com o antigo sistema não decimal, e não foi por isso que a libra perdeu o seu papel, e há mais de um século, antes do padrão ouro ser imposto em todo o mundo, não apenas lidávamos com várias moedas cunhadas a partir de diversos padrões, mas tínhamos também a prata e o cobre, e nem por isso as pessoas, com muito menos instrucção do que hoje, se perdiam, à excepção dos burros, que se perderão em qualquer sistema, coisa que se resolve facilmente recorrendo a familiares ou amigos mais inteligentes para os assuntos mais complicados.

E assim chegamos aos dias de hoje, em que até a ortografia de uma língua que já é uma versão simplificada do latim será mais uma vez simplificada, e podem acreditar que o resultado será apenas o abaixamento do padrão, o que é preocupante quando constatamos que semi-analfabetos já dão aulas em universidades. Ninguém é obrigado a escrever correctamente, e a maioria escreverá sempre muito mal (eu próprio não tenho ambições literárias e me contentarei com a História, se a vida me permitir). Há uns anos, me recordo de ler cartas enviadas por populares portugueses europeus ao Rei Dom João VI no Brasil, expressando o sentimento de orfandade deixado pela sua ausência. Eram cartas repletas de erros, mas posso garantir que aqueles erros não passavam de insignificâncias e o estilo era muito melhor do que hoje é comum até nas classes dictas instruídas, que disfarçam bem a sua ignorância e falta de conforto apelando às formas burocratizadas da escrita, tão típicas do período pós-revolução liberal. 

O facto é que o alto padrão cultivado na altura acabava por ter um efeito sobre a população como um todo, que se esforçava para imitar o melhor e até aprendia umas coisinhas de latim aqui e ali, e isso dava solidez ao conjunto, que aos poucos se dirigia para patamares mais elevados de civilização. Nos dias de hoje, fazemos o contrário. Em nome de uma ilusão pueril, achar que todos podem escrever de acordo com as regras de um padrão único qualquer, reduzimos esse padrão ao mínimo, que por sua vez é estabelecido pelo mais burro e/ou preguiçoso do conjunto.  

Tal processo replica um bocado o que se passa em quase todos os campos da acção humana. Conversando com um primo que está nos comandos, ele me falou com desprezo das tropas americanas, incluindo as tropas especiais. Disse-me que são eficazes mas apenas graças à tecnologia. Se lhes retirarem a tecnologia, e isso é uma possibilidade que deve sempre ser considerada numa guerra a sério, coisa que a América não luta desde há muitas décadas, não passam de alvos a abater. Isso é confirmado por estudos que li apontando uma queda da média do QI das populações do mundo ocidental equivalente a 25 pontos nos últimos 40 anos. 

O efeito na economia é desastroso, o que é irónico quando pensamos que é o economicismo a justificativa maior para esses atentados contra a cultura e a tradição. Uma jovem que há tempos me foi enviada para que eu tentasse lhe passar alguns rudimentos de matemática me abriu os olhos para isso. A palerma, que passava a maior parte do tempo no telemóvel e em frente ao espelho, não sabia fazer contas de dividir e multiplicar aos dezessete anos, e chegava ao ponto de se confundir com a calculadora. Mais que burra, era acomodada. Há alguns meses fiquei sabendo que a mesma conseguiu um empréstimo de uma dessas empresas de agiotagem... Noutra ocasião, na mesma altura, tive de desistir de uma compra pois a jovem que estava no caixa não sabia fazer contas de somar (!) e o sistema tinha vindo abaixo. Sugeri que fizesse as contas de cabeça, e cheguei a dar o valor da soma (era uma soma simples, de números inteiros), mas ela disse que não podia fazer isso pois não tinha calculadora. 

E depois, num mundo onde até os que possuem informações privilegiadas se sentem um bocado desorientados e onde os riscos de eclosão de uma guerra a sério que mande a maior parte das pessoas para a cova, ainda há quem me venha defender a "democracia". Caros, posso garantir que se a escolha dos pilotos de avião fosse democrática, ainda mais se seguisse os padrões do politicamente correcto, compraria um cavalo ou um burro.  

1 comentário:

  1. Gostei do seu artigo, pois nota-se que é uma pessoa bem formada, agora não compreendi a sua critica a ASAE.
    Eu como comerciante, não tenho nenhum medo da ASAE e já fui fiscalizado muitas vezes e até já paguei coimas, porque infelizmente não tinha as coisas corretas.
    Esse "bando paramilitar" que você chama, devia era de ser bem reforçado para combater esses parasitas da sociedade que andam a trabalhar no mercado paralelo.
    No caso que você relata a ASAE só cumpre o que a União Europeia mandou fazer, se fosse você fazia o mesmo.
    Cumprimentos
    AJ

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