quinta-feira, 22 de maio de 2014

Pacto suicida

Isso não vai acabar em "happy end".

Há artifício por detrás da imbecilidade aparente da política de sanções económicas à Rússia, cujas exportações são estratégicas para o Ocidente e cujas importações podem ser substituídas recorrendo a uma política proteccionista ou se abrindo à China. A opção por tal política já deu resultados concretos, como se pode verificar nas útimas noticias:




O que se conseguiu aqui foi uma espécie de pacto suicida entre o Ocidente ocupado e a Rússia. O Ocidente ocupado, em processo de desindustrialização devido à política de abertura comercial à China esclavagista e engessado por um sector público parasitário, que em troca do confisco tributário cria mais dívidas e impede o homem que não está ligado à "máquina" de exercer os seus dons e atingir os limites do seu potencial, graças a um regime imposto e mantido pelos monopólios (que desejam estender os seus privilégios a todos os sectores da actividade humana), fica ainda mais debilitado pois a sua fracção europeia terá de pagar ainda mais caro do que já paga pela energia, enquanto a sua fracção americana será obrigada a "competir" (sobreviver é mais adequado) com uma indústria chinesa ainda mais competitiva devido à reducção dos custos de energia.

Por outro lado, pode parecer que a Rússia fica a ganhar, mas a verdade é que optou pelo menor dos males. A curto prazo, conseguirá manter o seu rendimento e diminuirá o poder negocial do Ocidente, mas a longo prazo aumenta o desbalanço de poder, que já é favorável, em relação à China. O arsenal nuclear russo poderá garantir a segurança da Rússia durante mais algum tempo, talvez duas décadas (acredito que menos), pois é mais do que garantido que a potencia tecnológica em que a China se transformou conseguirá quebrar os actuais paradigmas da guerra com soluções técnicas. A China já forma, há mais de uma década, mais engenheiros por ano que todo o Ocidente e o seu número não pára de aumentar. Por outro lado, para além de estarmos a falar de um povo muito engenhoso, famoso pela sua originalidade, a China possui a melhor inteligência do mundo a nível de roubo de propriedade intelectual e tecnologias e ninguém iguala a sua engenharia reversa, velha de décadas e recheada de feitos dignos de admiração. 

A pergunta a fazer é a seguinte: a quem interessa, para além da China, que não determina a política russa e do ocidente, tal pacto suicida, ainda que não fosse ele o plano A na sua agenda? Se quisermos responder a pergunta,  teremos de procurar pelos grupos de poder com capacidade para influenciar os rumos desses três actores...    

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