Acabo de juntar mais um pequeno episódio à minha longa lista de exemplos insignificantes em si, mas que valem pelo peso do conjunto por eles formado quando relacionamos isso à economia e à política praticada no Portugal de hoje. Há cerca de três semanas contactei uma fábrica espanhola a propósito de um producto qualquer relacionado à metalurgia (me perdoem, amigos, mas os meus inimigos também vêm cá e não quero que eles ganhem dinheiro às minhas custas), obtendo uma resposta em menos de 24 horas. Nada mal, ou melhor, perfeito! Só os chineses fazem mais nesse quesito, mas a verdade é que chegam a ser chatos (se sentirem interesse, contactam dezenas de vezes ao longo do dia).
Porém, me pediram para contactar o distribuidor em Portugal, o que já me deixou um bocado pessimista, afinal, contava que não haveria nenhum distribuidor por cá e poderia fazer o negócio directamente. O artigo que me despertou o interesse é feito com excelência, tanto a nível de materiais (aço sueco) como de acabamento (padrão artesanal) e desenho, e possui um preço que fica ligeiramente acima de equivalentes de qualidade bem inferior e bastante aquém dos preços dos equivalentes americanos, que ficam de 50 a 100% mais caros, dependendo do renome do fabricante. O ponto é que não vejo espanhóis a cuidar directamente da distribuição internacional do artigo, falha imediatamente aproveitada pelos alemães, que vendem o producto directamente ao consumidor de fora da Europa.