Se depender da rapaziada da Endemol, os próximos reality serão inspirados por Clio...
Excluindo a defesa da propriedade, que no fundo
não passa da defesa cega de certos princípios téoricos que na prática beneficiam o acúmulo de
propriedade por alguns às custas da proletarização do todo, mas ainda assim
fornece um simulacro de ordem que esconde a desordem em que vivemos, o que une
o tal conservadorismo burguês a não ser o medo do comunismo? Nada!
A compreensão disso é necessária para não
cometermos os erros passados e derrubarmos o regime, que por sua vez está para
morrer e dar lugar a uma outra ordem ainda mais brutal. Quem derrubá-lo determinará a ordem futura. No passado, em nome de
uma “responsabilidade” que o inimigo, instruído nas artes da negociação graças
ao seu passado de merceeiro, soube explorar, estivemos sempre dispostos ao
consenso diante da exibição de força. O inimigo mostrava os dentes e exigia
tudo. Nós ameaçavamos reagir e no fim chegávamos a um acordo onde o inimigo
adquiria metade do que era nosso e nós perdíamos isso comemorando o facto de
ficarmos com a outra metade, e em paz por algum tempo, como um êxito. Com o fortalecimento resultante da sua melhora de posição, o inimigo logo tratava de avançar novamente, ainda mais confiante.
Tem sido assim até hoje, especialmente quando resolvemos
entrar no jogo dos partidos e facções ao invés de rejeitar “o sistema”. Por essa via,
e bastará olhar para os resultados obtidos ao longo dos últimos dois séculos para comprovarmos a minha afirmção, mais não
conseguimos do que desacelerar momentaneamente o movimento, mas jamais o fizemos retroceder.