Dídio Juliano, não Mussolini, serve melhor para a compreensão do "papel" de Bolsonaro
Antes de
dizer o que penso ser a atitude mais inteligente para estas eleições, preciso
dizer algumas coisas a respeito de Jair Bolsonaro, que muitos histéricos
da esquerda continuam a chamar de fascista. Bolsonaro, se conseguisse reunir poder para
isso, ou melhor, se fosse conduzido para uma posição que a mera
presidência está muito longe de poder garantir, seria apenas um tirano que
mistura, de forma bem primária, convicções eugenistas em questões sociais com
liberais em economia, num liberalismo spenceriano, policialesco na questão da
segurança pública apesar de permeado pelos sectores que estão no topo da
cadeia alimentar do tráfico de drogas, mas fragilizado pelos seus impulsos
grotescos e por uma total falta de visão ou autonomia intelectual, o que o
torna facilmente influenciável e manipulável por conspiradores. Não é sequer um
líder carismático, mas apenas um meme. Não é um orador, e cansa qualquer um se
exposto em demasia, na verdade, nem sabe dizer o básico sem mostrar grande
inabilidade no domínio da língua, especialmente quando perde o controle
emocional. É inculto ao nível de Lula, mas ainda menos inteligente, apesar de
tão oportunista.
Já deu
mostras de que é incapaz de formular um plano elevado de projecto nacional, não
compreendendo sequer os números mais básicos ou os conceitos menos elevados de
política ou economia, e nem vamos falar de questões geopolíticas. Sua
candidatura mostra bem isso pois não partiu de uma decisão pessoal, mas sim da
união da sua ambição desmedida com o impulso dado por certos grupos, que viram o
potencial de Bolsonaro, um arrivista descarado e um fantoche facilmente controlável que até o início do movimento
pelo impeachment era levado a sério apenas nas massas virtuais do olavismo
astrológico-conservador, para vencer uma eleição presidencial nas actuais
circunstâncias e aumentar a fraqueza do Brasil. Quanto ao olavismo, é por aí que existe uma conexão entre o
Bolsonarismo e o fascismo, mas uma conexão muito diversa da que é imaginada
pela esquerda, que também não compreende o papel dos skinheads ao estilo
ucraniano na campanha deste pseudo-nacionalista com conexões escancaradas a
Georges Soros.
Bolsonaro,
instruído por gente experiente, se tornou um "meme" e a ele tenta
corresponder em todas as aparições públicas, uma clara utilização dos
instrumentos da guerra de quarta geração no Brasil, e ajudou a direccionar a “onda” criada no período pré-impeachment
numa direcção mais radical, perdendo o controle sobre a mesma desde a entrada
de Haddad na disputa presidencial. O pânico anti-petista saiu das agora
aumentadas fileiras bolsonarianas e tomou conta de largos grupos, acirrando a
polarização e fazendo com que as emoções apagassem qualquer vestígio de
racionalidade. Agora, no meio do caos psicológico, serão os piores que
conduzirão este movimento imparável e Bolsonaro, para se manter à tona, será
obrigado a tomar a iniciativa pois perdê-la para outra figura precipitaria o
irreversível processo de isolamento que começará a partir do seu desgaste na
presidência, quando o encanto passar e a frustração tomar conta das gentes. E nessa hora a sua incapacidade política, ainda mais levando em conta a próxima composição parlamentar, o direccionará a um maior populismo que só vai aumentar ainda mais o isolamento.
Bolsonaro não tem condições de ser um tirano pois o Brasil não é o Uganda,
apesar de toda a acção de sabotagem do estado brasileiro empreendida nos
últimos anos. Para se tornar um tirano, precisaria ser capaz de
compreender e dominar todos os aspectos importantes da governação, para além e ter um movimento de massas bem dirigido, para além de
"saber jogar", o que não sabe pois não apenas é um dado que foi
lançado, mas mesmo nessa situação de limitação não disfarça a falta de preparo: quem na
posição dele, a não ser um tolo, concordaria em ter um general por vice-presidente?
E o general, que não é nenhum Napoleão, diga-se de passagem, já deixou claro
que tem um dossier de todos os candidatos à presidência, seguro de que
Bolsonaro, tão sagaz, não se incluiria na lista... Enfim, Bolsonaro não teria sobrevivido 5
minutos caso tivesse sido eleito no lugar de Dídio Juliano, provavelmente com
total apoio dos que já na altura viviam da usura, se é que me entendem.
Bolsonaro precisa de um “posto Ipiranga” em cada área da governação não para
dividir trabalho e implementar uma política definida por ele em última
instância, mas enquanto homem de confiança que deve saber o que faz pois ele
realmente não tem ideia nenhuma de "como aquilo funciona". Um homem
destes, ainda mais num país complexo como o Brasil, jamais seria um tirano se
obtivesse o poder necessário para tal, mas apenas um pau mandado que
rapidamente cairia a partir de acções dos mais ambiciosos e astutos elementos dos
círculos mais próximos.
O perigo de
tirania, na minha opinião, reside apenas numa possibilidade, mas esta não
contempla Bolsonaro enquanto presidente em exercício. Explico. A tentativa mal
esclarecida de assassinato de Bolsonaro, e o confuso e polarizado ambiente
político no Brasil no presente quadro geopolítico do mundo e da própria América
do Sul, me fazem temer um possibilidade terrível, que é a do assassinato de
Bolsonaro depois de ser eleito presidente. Se isto acontecer, levando em conta
as reacções explosivas dos mais próximos logo depois do esfaqueamento, penso
que Mourão, que tem o apoio massivo da maçonaria, terá uma larga margem de
manobra num espaço de tempo suficiente para concretizar um golpe devido à
estupefacção e surpresa da população, e pode vir a tentar estabelecer uma tirania
com apoio do exterior. Creio que teria um apoio tácito para dar o
passo inicial, mas logo se veria ele próprio numa armadilha pois ficaria
completamente dependente da boa vontade dos seus discretos aliados, que usariam
a crescente oposição da opinião pública no primeiro-mundo para aumentar o
isolamento brasileiro e a pressão sobre Brasília, cada vez mais
frágil, dependente e disposta a ceder tudo por qualquer tipo de suporte. O tal
apoio, que só vai durar até não se conseguir arrancar mais nada do tirano,
sairá bem caro, como podem perceber, ainda mais se pensarmos no potencial de
confusão da crise venezuelana e nas ambições já manifestadas por Washington.
Ao contrário
do que muitos ingénuos pensam, o Brasil enfrentou desde sempre desafios, ainda
que por vezes apenas latentes, à sua soberania. Não há nada de especial nisto,
afinal, é isto a normalidade. Anormal é viver num universo psicológico e
intelectual que só faria sentido se o Brasil fosse uma nação isolada num outro
planeta, mas é neste universo que vivem 99,99% dos brasileiros, ponto onde se
aproximam bastante do americano médio dos estados do interior. Estes desafios
nunca foram problemáticos quando o Brasil permaneceu em paz interna e unido em
torno de algum compromisso entre os grupos políticos relevantes, mas se
tornaram reais quando esteve dividido politicamente ou desestabilizado, ainda
que as limitações materiais e geopolíticas da altura favorecessem a posição
brasileira, ao contrário do que se passa hoje. As grandes questões territoriais
brasileiras foram reabertas nessas ocasiões, como no período logo a seguir à
Secessão do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves e também no período à
seguir a queda da monarquia, como se pode constatar num estudo histórico da
Questão do Pirara.
A hipótese de um atentado contra a vida de Bolsonaro, já eleito,
ainda encerra outra possibilidade ainda pior, que é a da guerra civil e
consequente perda territorial. Caros, se houver uma desestabilização simultânea
do Brasil e da Venezuela, abrindo espaço para a intervenção americana e para a reducção ou mesmo a eliminação dos últimos vestígios da soberania brasileira a norte do Amazonas, o
que pode ser facilmente conseguido com um uso inteligente da crise dos
refugiados, que ainda mal começou, para mostrar ao mundo a impotência de
Brasília para proteger as reservas naturais e, sobretudo, indígenas, podemos
dizer adeus à parcela mais importante,
em termos de potencial, do Brasil, e ao próprio sonho de um dia vermos o Brasil
como uma nação próspera participante de primeira ordem do concerto mundial, se é
que o país se manterá unido em tal situação de fraqueza e desmoralização. Em
tal quadro, basta olhar para o resto do mundo para concluir que haverá reacção
dos sectores mais radicais da esquerda, que se juntarão às guerrilhas
comunistas latino-americanas e terão apoio de todas as potencias interessadas
em "ganhar cartas negociais" em relação aos EUA, com destaque para a
China, e teremos uma africanização da América Latina, que será o palco de jogos
radicais entre os grandes blocos de poder.
Nessa
altura, o medo de uma ditadura comunista será racional, afinal, o quadro social da região mostra em que direcção a balança penderá, ainda
mais quando a direita, num tal cenário, será associada à submissão exterior e a esquerda à defesa
da libertação latino-americana. Ou seja, ou tomamos juízo e começamos a agir
com racionalidade, tentando quebrar a polarização e dispersar o gado reunido, ou
veremos que as profecias conspirativas a respeito da Patria Grande eram,
afinal, uma profecia auto-realizável. Foi o medo da hipotética vítima que
tornou um desfecho improvável numa certeza, tal e qual o pavor de uma ditadura fascista da parte de Bolsonaro pode abrir as portas para a tirania sob Mourão. Agir de forma emocional, que é o
que está a fazer a maioria esmagadora dos brasileiros, é que vos torna
vulneráveis e abre novas e terríveis possibilidades. De resto, já adianto que
defendo que o melhor é votar nulo. Escreverei sobre as razões que me levaram a
concluir que esta é a única alternativa pragmática em breve.
Confesso que não conhecia o Dídio Juliano. Fui pesquisar e bate exatamente com o que acho que acontecerá com Bolsonaro e seu governo natimorto.
ResponderEliminarAcho que será o seguinte, se o Bolsonaro se mostrar fraco, ruim ou incapaz de governar, o exercito chuta ele e bota o Mourão para fazer as mudanças na Constituição, e partir para a intervenção na Venezuela. Mas acho que o Bolsonaro continuará no poder, mas obedecendo 100% das ordens dos generais, então somente passará de um politico fraco para uma marionete total do exercito. Não adianta, a esta altura, outros países latino americanos já estão discutindo o espolio dos restos da Venezuela, enquanto as elites europeias estão de olho nos espólios do Brasil. O Brasil só não pode cometer o mesmo erro de antes que foi confiar em países como China e Rússia ou ainda fazer parte de projetos globalistas como o BRICS.
ResponderEliminarTemos que confiar em quem EUA?
EliminarO país que mais nos sabotou?
É preferivel o Brasil continuar nos brics, tendo relaçoes com China, Índia, Rússia e se for vantajoso para nossa indústria eua e UE.
Só não podemos ser quintal dos americanos.
EUA é ruim, China e Brics são pior ainda.
EliminarVocê está louco, quem financiou o golpe de 1964, e o de 2016?
EliminarQuem sempre sabotou o Brasil?
De onde vem ss teorias de gênero, queer e etc?
Eua país maldito.
ACHEI A MATERIA SUPER INTERESSANTE.
ResponderEliminarASS. CLAUDIOLUIZ
Cara, eu to impressionado como o Bolsonaro fala mal, como ele não consegue se comunicar nem se expressar, meu Deus do céu é muito ruim.
ResponderEliminarApesar de que se olhar para a Dilma e para o Lula também... já o Haddad é outro poste sem graça.
Já o Mourão sabe falar bem.
Lula caiu pq falou verdades na cara do bush em encontro de países... magoou
EliminarBolsonaro é um caipira bem burro. Parece aquela figura esteriotipada do americano redneck de baixo QI e eleitor do Partido Republicano.
ResponderEliminarImagina os dos Democratas então como são. Só gays e feministas.
EliminarSobre a China, tem amplo comércio com a África, Rússia, europa ocidental, Índia e Filipinas e Indonésia.
ResponderEliminarFora que por viver em ima ditadura as compras são estratégicas.
Minas de cobre no chile, portos na Grécia, fazendas na argentina, poços de petróleo na Venezuela e tem um amplo mercado consumidor.
Tudo isso que a China tem, outros paises tem tambem ao qual podemos fazer acordos com eles.
EliminarPorque tanto ódio da China se o país que sempre nos sabotou e nos sabota é o EUA?
EliminarVamos acabar com o dólar e deixar o EUA em uma crise sem precedentes.
País banhado de sangue, que nos sabotou e sabota.
China é o país do futuro.
EliminarTemos que ter uma aliança estratégica com eles, o eua sempre nos sabotou temos que ajudar a destruir o padrão dólar.
A China tem como carta na manga gados na argentina, mina de cobre no chile, porto na Grécia, nova rota da seda e etc.
Eua pais sabotador.
China tem como projeto uma nova rota da seda e aproximação da Ue.
ResponderEliminarhttps://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Internacional/A-Nova-Rota-da-Seda-no-mundo-do-seculo-21/6/38121
Para matar a industria Europeia.
EliminarContato que destrua a indústria americana e acabe com o padrão dólar está bom.
EliminarChina tem como objetivo aumentar o comercio com a america Latina.
ResponderEliminarUm cinturão uma rota.
https://www.google.com/search?client=ms-android-om-lge&ei=n0rBW9nZMofFwATd15zoDw&ins=false&q=china+porto+am%C3%A9rica+latina&oq=china+pprto+americalatina&gs_l=mobile-gws-wiz-serp.1.0.30i10.42688.59607..61290...3.0..0.185.5282.2j37......0....1.........0j0i71j35i39j0i22i30j33i160j0i67j0i131j0i10j0i10i19j0i22i30i19j0i22i10i30i19j0i13j0i13i30j0i13i5i30j0i8i13i30j33i22i29i30j33i21j33i10i21j33i10i160.2d0QihmpDfk
Acordos com a China são a maior furada que tem, porque são acordos de via unica, eles exportam manufatura e você tem que comprar tudo deles.
EliminarChina tem que ser parada.
Com o EUA é pior ainda.
EliminarJá quê é um país atualmente protecionista e que sempre sabotou nosso desenvolvimento.
O velho geriátrico da Virgínia sendo o mentor do bolsonaro é deprimente e ao mesmo tempo patético. O caipirão do Bolsonazi vai ter como mentor um astrólogo doente mental que não tem nem o primeiro grau completo.
ResponderEliminarEle não é fascista porque nem inteligência ele tem para isso. Ele na verdade é nazista, que é muito diferente do fascismo. Bolsonaro seria uma espécie de Hitler tupiniquim com síndrome de vira latismo, pois o austríaco psicopata pelo menos menos defendia a soberania nacional, já o bocó do Bolsonaro quer entregar o Brasil de bandeja para os americanos.
ResponderEliminarArtigo lúcido. Consigo entender que diante dum cenário desses alguém acredite que Ciro Gomes seja uma opção. Mas acreditar que ele seja um redentor sao outros quinhentos. Impossivel ignorar que Ciro historicamente tem ligações pragmáticas com a esquerda e com ideias keynesianas no campo econômico. Ou seja, mais um que para resolver os problemas criados pelos governos iria usar ainda mais poderes discricionarios e gerar mais gastos. Alem de ter um temperamento tao ruim quanto de Bolsonaro. Na minha opinião, o melhor candidato para o Brasil foi aquele impedido pelo STF de concorrer pois a urna nao aceitava numeros acima de 45 no seu software.
ResponderEliminarAlemanha, Japão, EUA, Coreia do Sul e outros países usaram do estado pra se tornarem potências é só estudar economia amigo.
EliminarEstude sobre o neomercantilisno americano, a escola de economia americana.
Usar um pouco de keynisianismo na economia não há mal algum.
O que não dá é ser um pais de terceiro mundo, subdesenvolvido, que vive de venda de commodities.
E ninguém acha o ciro um messias mas era a melhor opção disparado.
Falta fazer uma análise da crise no caso dos EUA entrar em profunda crise econômica. Se amputados forem os seus tentáculos e influência mundial.
ResponderEliminarBolsonaro NACIONAL-SOCIALISTA
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=Rg4O6HEV52A
EUA está entrando em ebulição.
ResponderEliminarhttps://www.bbc.com/portuguese/geral-45809130?ocid=socialflow_facebook
O fim do Império americano está próximo.
Muita gente exaltando a China como potência antagônica ao império, coitados...
ResponderEliminarAliança entre o sionismo e China
https://www.kerrybolton.com/the-alliance-between-china-and-zionism/
Exatamente, Thiago.
EliminarCanso de dizer aqui que nessa "guerra" entre Estados Unidos vs China; Estados Unidos vs União Europeia; Estados Unidos vs America do Sul; etc etc etc, o único país que está ganhando com tudo isso é o Estado ocultista de Israel que manda os irmãos de sangue sionistas influenciarem na política desses países que eles controlam, como o próprio Estados Unidos e fazer que a banda toque sempre a favor de Israel.
Nesta página tem muitas informações de como o Estado ocultista de Israel está atuando em todas as frentes, até mesmo para controlar tudo e a todos com a ajuda americana, RUSSA, chinesa, e etc:
https://twitter.com/talpiottalk/
não vejo nada no bolsonaro acho bem falastrão..o motivo que ele não vai aos debates é porque quem controla tudo não quer..Ele tem que obedecer. O povo não consegue aceitar que os protocolos dos sabios de sião é verdadeiro e quem controla são os judeus x arabes . a realidade é outra e ninguém consegue aceitar isso porque sabe que é impossivel intervir .Republica é um sistema destruído muito bem controlado pelos judeus . Monarquia é outro sistema controlado pelo mal . Aceitem que aqui neste planeta não tem por onde fugir se correr po bicho pega e se ficar o bicho come.
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